Para ONU, mandato da Minustah não será alterado

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Jamil Chade, CORRESPONDENTE, GENEBRA

O coordenador de Operações Humanitárias da ONU, John Holmes, afirmou ao Estado que a proposta de revisão do mandato das tropas da paz chefiadas pelo Brasil no Haiti dificilmente será aceita. Uma semana após o desastre que atingiu o país caribenho, o ministro brasileiro da Defesa, Nelson Jobim, defendeu uma mudança no mandato da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah). Holmes ainda rejeitou a tese de que as forças americanas estejam “ocupando o Haiti”. Mas admitiu em uma entrevista coletiva em Genebra que os soldados americanos ficarão no Haiti “por alguns meses”.

A ideia de Jobim era que a Minustah deveria deixar de ser apenas uma missão de manutenção da segurança para assumir um papel também na reconstrução do país. O assunto chegou a ser discutido em Porto Príncipe, durante encontro do chanceler Celso Amorim com as chefias civil e militar da missão da ONU.

“Há um grupo de países que é favorável a uma mudança na Minustah, mas outros são claramente contrários”, disse Holmes, uma espécie de número 2 da ONU. A renovação do mandato da Minustah ocorreria em outubro. Mas já há debates na ONU propondo uma antecipação da renovação, até mesmo para coincidir com as reuniões de março em Nova York entre os principais doadores.

“O mandato da Minustah já é amplo o suficiente e permite uma série de trabalhos. Ampliar ainda mais chegaria a um ponto próximo de tornar o Haiti um país tutelado pela ONU e isso muitos não aceitarão. Não vejo como isso possa avançar”, afirmou. O que se negocia, segundo ele, é a criação de um grupo de países e entidades que administrará os esforços de coordenação, provavelmente liderados pelo ex-presidente Bill Clinton. “O Brasil terá um papel importante nesse grupo”, afirmou.

Fonte: CCOMSEX