Tony Blair prestará declarações sobre a invasão do Iraque

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EFE  —   Mais de dois anos e meio após deixar o cargo, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair presta depoimento hoje perante a comissão que investiga as circunstâncias da Guerra do Iraque sobre sua decisão de invadir o país árabe sem esperar uma segunda resolução das Nações Unidas.
Blair será interrogado durante seis horas enquanto os familiares de alguns dos 179 britânicos mortos no conflito e membros do grupo pacifista Stop the War protestarão à entrada do salão onde ocorrem as audiências.

O ex-líder, muito criticado por agora trabalhar assessorando bancos e ganhar milhões dando conferências, sem mostrar nenhum sinal de arrependimento, terá que explicar por que decidiu apoiar o ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush na invasão, em março de 2003.

Seus interrogadores também vão perguntar por que manipulou a documentação sobre supostas armas de destruição em massa em poder do ditador iraquiano e ignorou os conselhos dos advogados do Foreign Office sobre a suposta ilegalidade da invasão de um país que não tinha agredido o Reino Unido.

Blair, que se vangloria de ter libertado o Iraque de Saddam Hussein, é acusado de ter enganado o Parlamento e o povo britânico para levar ao país à guerra. Seus críticos pedem, inclusive, que ele seja processado por crimes de guerra.

A comissão sobre o Iraque, porém, não é um tribunal, e se limita a tomar testemunho dos que participaram do conflito, para tentar esclarecer as circunstâncias que levaram a ele e à má gestão da ocupação militar do país árabe.

O atual primeiro-ministro, Gordon Brown, que era ministro de Finanças quando explodiu a guerra, também foi chamado a declarar antes das próximas eleições gerais.

Em declarações à rede de televisão “Sky News”, Brown afirmou na quinta-feira que Blair saberá muito bem se defender, explicará as decisões tomadas “da forma mais profissional e eloquente”.

Blair já tem experiência no assunto, pois não é a primeira vez que presta declarações sobre a Guerra do Iraque: já o fez em outras três ocasiões, duas delas a portas fechadas no Parlamento.

Nick Clegg, líder do Partido Liberal-Democrata, o único que se opôs à Guerra do Iraque, se pergunta hoje em artigo no jornal “The Daily Telegraph” por que o Reino Unido participou da “invasão ilegal de outro país”.

Segundo Clegg, o ataque ao país árabe é um exemplo de “servilismo em relação à Casa Branca”, que coloca dúvidas sobre a “relação especial” entre Grã-Bretanha e Estados Unidos.

Sugestão e colaboração: Konner

Fonte:  Terra

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