Paquistão rejeita lançar ofensivas contra o Taleban em 2010

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IG São Paulo
Com informações da Reuters e BBC

O anúncio foi feito no dia em que o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, chegou ao país para uma visita-surpresa, com o objetivo de aprofundar laços e convencer o aliado a combater todos os militantes em atuação no país. Essa é a primeira vez que Gates viaja ao Paquistão desde que Obama assumiu o poder, há um ano.

Os EUA gostariam que o Paquistão expandisse suas ações contra o grupo, que cruza a fronteira para lançar ataques no vizinho Afeganistão.

Reforço militar

A viagem de um dia ocorre num momento crucial do combate à Al-Qaeda e ao Taleban, com os EUA planejando enviar mais 30 mil soldados ao Afeganistão. Islamabad teme que esse reforço militar leve a um aumento da violência no seu lado da fronteira.
Gates afirmou que tentará convencer os céticos paquistaneses de que Washington os vê como aliados “de longo prazo“.


http://assets.nydailynews.com/img/2009/10/18/alg_pakistan_army_offensive.jpg Islamabad tem realizado grandes ofensivas contra o Taleban no Paquistão, responsáveis por frequentes ataques a civis e militares, mas resiste à pressão dos EUA para erradir a presença do grupo nas áreas tribais ao longo da fronteira, de onde preparam os ataques que são lançados no país vizinho.

Em 2009, o Exército paquistanês lançou grandes ofensivas terrestres contra redutos taleban no Vale do Swat, em abril, e no Waziristão do Sul, em outubro. Ambas regiões ficam no noroeste do país. Os militantes retaliaram com uma onda de ataques suicidas que deixaram centenas de mortos em todo o país.

Por causa dessas ações, o Paquistão argumenta já estar muito ocupado com o Taleban paquistanês para abrir novas frentes contra o Taleban que atua no Afeganistão. “Não vamos conduzir novas grandes operações nos próximos 12 meses, mas obviamente continuaremos atuando no Vale do Swat e no Waziristão do Sul”, afirmou Abbas.


http://www.welt.de/multimedia/archive/1244905308000/00831/eng_pakistan_teaser_831362g.jpg Mas, segundo analistas, o Paquistão na verdade considera o Taleban afegão uma ferramenta para conter a crescente influência da rival Índia no Afeganistão, além de considerá-lo um possível aliado no Afeganistão caso as forças dos EUA se retirem do país. Há informações de que importantes membros do grupo têm vínculos com o serviço de inteligência paquistanês.

Em comentário publicado num jornal do Paquistão, o secretário de Defesa americano afirmou ser contraproducente estabelecer uma distinção entre o Taleban paquistanês e seus aliados afegãos é contraproducente, afirmando ser necessário combater todas as facções.

Não se pode ignorar uma parte desse câncer e fingir que ele não terá algum impacto mais perto de casa,” disse Gates no trajeto entre Índia e Paquistão.

Islamabad e Washington são aliados há anos, mas as relações foram estremecidas pela pressão dos EUA para que o Paquistão se empenhe mais em impedir que os militantes cruzem a fronteira para lutar no Afeganistão.

Sugestão e Colaboração: Konner

Fonte:  Último Segundo