FX 2 A guerra continua: Boeing melhora proposta para vender seu caça

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Cristiano Romero

Em clara desvantagem política na disputa pelo fornecimento de caças ao Brasil, a Boeing decidiu melhorar sua proposta ao governo brasileiro. Sem fazer alarde, a empresa americana apresentou à Força Aérea Brasileira (FAB), no dia 9 de dezembro, oferta para que uma nova geração de caças seja desenvolvida em conjunto com o Brasil. Além disso, comprometeu-se a adotar, no contrato de venda dos aviões, “penalidades severas” caso não haja transferência de tecnologia.

A nova proposta é parte de uma ofensiva agressiva da maior fabricante mundial de jatos comerciais e militares, mas vai além de seus interesses corporativos. Ela envolve o governo americano. Nos últimos meses, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, conversou três vezes com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a concorrência dos caças. As informações foram prestadas na noite de terça-feira, em Brasília, por Michael Coggins, gerente da campanha da Boeing para a venda do caça Super Hornet ao Brasil, uma disputa que envolve o caça francês Rafale e o sueco Gripen NG.

Segundo Coggins, fazem parte do pacote oferecido pela Boeing a participação de indústrias brasileiras no fornecimento de insumos e a possibilidade de que grupos de 50 engenheiros da Embraer participem, anualmente, dos trabalhos de desenvolvimento da nova geração de caças americanos.

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Nota do Blog: A Boeing avalia o desenvolvimento de um caça de 6ª geração conforme divulgamos aqui, seria esta a proposta?

O executivo assegurou que, com a venda do Super Hornet ao Brasil, haverá transferência de tecnologia. Ele reconheceu, no entanto, as dificuldades políticas que a Boeing está enfrentando nessa concorrência.

O maior desafio da Boeing não é a transferência de tecnologia. O governo dos EUA autorizou uma transferência como nunca havia feito antes a nenhum país“,

afirmou Coggins num jantar com um grupo de jornalistas. Ele explicou que a maior dificuldade do negócio diz respeito à confiança do governo brasileiro na disposição do governo americano em atender a certas exigências, como liberdade de negociação com terceiros países.

“Houve problemas com os militares brasileiros nos últimos 30 anos. Os EUA não vendiam armas para a América do Sul”,

disse Coggins, assegurando que a postura do governo americano mudou.

É grande a resistência do governo brasileiro a um acordo com os americanos. Procurado pelo Valor, um ministro próximo do presidente Lula disse que a proposta da Boeing de oferecer uma cláusula no contrato com previsão de penalidades, no caso de descumprimento do acordo de transferência de tecnologia, é uma prova de fragilidade.

Com essa cláusula, se amanhã o Departamento de Estado decidir vetar o acordo, eles pagam a multa e fica por isso mesmo”

disse o auxiliar de Lula.

O ministro menciona o veto americano à venda de aviões Super Tucanos, fabricados pela Embraer, à Venezuela, como um exemplo da difícil relação com os EUA na área militar. Os americanos aplicaram o veto, valendo-se do fato de que o sistema de radar dos Super Tucanos é fabricado pelos EUA e que, portanto, a venda a terceiros países depende de autorização de Washington.

“Nossa experiência com os americanos é desastrosa. Vai levar tempo para ter uma nova relação”

afiançou um assessor direto de Lula.

Segundo esse ministro, o avião da Boeing é “muito bom”, mas os outros caças também satisfazem as necessidades da FAB. A decisão do governo Lula, explicou, levará em consideração interesses “geopolíticos”. A tendência, de acordo com essa fonte, é o presidente escolher o Rafale, da francesa Dassault, apesar da preferência técnica da Aeronáutica pelo Gripen NG, da sueca SAAB.

“O relatório da FAB com preferência pelo Gripen deve ajudar a reduzir o preço do caça francês”

observou o ministro, informando que o presidente Lula deve tomar uma decisão dentro de 90 dias.

Na conversa com jornalistas brasileiros, Michael Coggins criticou os concorrentes e questionou a importância de uma aliança estratégica do Brasil com a Suécia ou a França. Ele lembrou que as Forças Armadas brasileiras já têm parceria com os franceses e que um novo contrato não acrescentaria nada.

“Onde estão os aspectos estratégicos de uma nova parceria com a França?”

indagou.

“Os EUA têm o melhor processo logístico do mundo e as forças armadas mais fortes. Politicamente, o benefício de uma parceria com os EUA é maior.”

Segundo Coggins, os suecos estão seis anos atrasados no desenvolvimento do Gripen NG.

“O programa de desenvolvimento (do avião sueco) foi um desastre”,

afirmou. O desenvolvimento do Rafale também estaria atrasado, assim como os franceses, disse ele, estão atrasados em relação ao programa de construção do submarino nuclear brasileiro. O executivo da Boeing alegou, ainda, que o Super Hornet sairá a um preço 40% mais baixo que o dos franceses.

“A Boeing entregará os aviões no prazo (em 2014)”

assegurou.

Fonte: NOTIMP

7 Comentários

  1. Nem pensar..fora, de graça ainda está mt caro,o negocio é fazer o francos ajudarem a eles na venda dos rafales é ao BRASIL, p por outro lado será a vitrine deles…q paguem p propaganda.É q preprarem-se p transfêrir a tecnológia dos Subs Nuclear p evitar as criticas dos ianks….vamos nos ajudar..p ontem.

  2. A Boeing só leva esta de se der os aviões de graça, pelo histórico americano o governo brasileiro difícilmente escolhera o F-18.
    Abraço.

  3. bom o presidente lula já é bem grandinho,e esta muito bem assesorado,e provavelmente desta ves esta pensando bem para não cometer mais nenhuma gafe,em termos de futuro e atual presente,o brasil estrategicamente é um dos melhoras parceiros que uma potencia,poderia querer,tanto comercialmente como estrategia militar,grasas a deus estamos com uma democracia solida,economicamente firme e com um futuro muito promissor,um dos melhores no mundo atual,talves os americanos estejam um pouco atrasados,e sarckosy leve uma boa margem,poia saiu na frente,se o governo frances cumpriu todas as egigencias brasileiras dificelmente perdera ésta concorencia estrategica,pois como já foi citado pelo presidente lula que não se trata de uma simples compra de caças e sim uma ampla parceria,mas que os americanos embora que tarde devem estar vendo a grande besteira que fiseram,em não terem dado o valor e a atenção merecida a este pais de terceiro mundo,que desponta como uma das mais solidas economias do mundo.

  4. …mas nem que dessem de graça…isso é fruto da crise que ronda os E.U.A ,e que certamente deve atingir as indústria de defesa(já está atingindo ,os russos que se cuidem também….)digo isso referente aos vetos…aos paises aliados….que tão buscando alternativas estratégicas……..

  5. Num combate entre (12 Rafale + 18 Mirage) versus (12 F-18 + 18 F-16) quem venceria? O cenário seria confortável para as duas equipes e cada equipe poderia usar os recursos informados pelos fabricantes. Equipes compostas por pilotos com experiências equivalentes (todos veteranos).

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