TEGUCIGALPA – O Ministério Público de Honduras iniciou nesta quarta-feira um processo contra os principais militares que expulsaram do país o presidente deposto Manuel Zelaya durante o golpe de Estado que o tirou do poder no ano passado. A Junta de Comandantes das Forças Armadas do país, incluindo seu chefe, o general Romeo Vásquez, são sujeitos de um “requerimento fiscal” apresentado pela promotoria à Corte Suprema de Justiça sob acusação de abuso de autoridade e violação de direitos individuais, disse à Reuters a chefe dos promotores, Danelia Ferrera.
Zelaya foi deposto em um golpe militar em 28 de junho e expulso para a Costa Rica, apesar de a Constituição hondurenha proibir a expatriação.
O golpe aconteceu quando Zelaya tentava fazer um referendo que abriria caminho para sua reeleição presidencial, mas que havia sido proibido por um juiz.
“O requerimento foi apresentado porque as leis de Honduras proíbem a expatriação de nacionais, e a ordem que os militares receberam foi de prendê-lo e apresentá-lo aos tribunais“, disse Ferrera por telefone.
Zelaya está abrigado na embaixada brasileira em Tegucigalpa desde que voltou clandestinamente a Honduras em setembro para tentar reassumir o poder. Centenas de soldados e policiais cercam a sede diplomática com ordem de prendê-lo.
O presidente de facto do país da América Central, Roberto Micheletti, quem assumiu o poder após a expulsão de Zelaya, disse que enviar o mandatário para fora do país foi um “erro” e que atuaria legalmente contra os responsáveis, apesar de ter defendido o golpe. O Ministério Público pediu a prisão preventiva dos altos militares.
O porta-voz das Forças Armadas, coronel Ramiro Archaga, disse à Reuters que os militares “se apresentarão à autoridade para responder sobre o requerimento e proceder à defesa como todo cidadão“.
(Reportagem de Gustavo Palencia)
Nota do Blog
Olha só no que vai dar a farra dos golpistas de Honduras, quem mandou expulsar o Presidente interino de Honduras (eleito por voto popular) foi o judiciário e o presidente Golpista Micheletti (que nunca teve o título reconhecido pela ONU ou OEA, diga-se passagem).
O presidente eleito Manuel Zelaya o qual eu confesso, desconhecia até a altura em que honduras resolveu reinaugurar os golpes na America Latina, foi deposto sobre a justificativa de que iria encaminhar ao senado um pedido de aprovação para um plebiscito o qual decidiria a modificação de uma constituinte, que por lei não pode ser modificada…
…onde estamos? Num país de onde as leis não podem evoluir, adaptar-se as novas realidades e conjunturas? imaginem se a moda fosse no Brasil? uma constituição inalterada de 1 século? impedida de ser alterada, bem este é um problema de Honduras… deixa para lá…
Porém o mesmo Micheletti defensor da lei e da justiça, assumiu o poder e violou todas as resoluções das Nações Unidas e da OEA alegando que Zelaya era o usurpador (mesmo sendo ele eleito pelo povo de Honduras numa eleição democrática e não através de um golpe) que queria de fato mascarar uma reeleição (ainda que esta fosse a vontade popular ).
As tenativas de acordo forma inúmeras, mas curiosamente nenhuma delas chegou a ser cumprida, inclusive aquela que exigia que o presidente Golpista o Micheletti, deixasse o cargo na altura da eleição (coisa que ele se comprometeu e aceitou, assinou, mas nunca cumpriu) agora até os EUA querem enxotá-lo de lá e deram prazo até o dia 15.
Mas o mais curioso de tudo é que os militares é quem vão pagar o pato, aqueles que cumpriram com o dever e as ordens do estado (Pós Golpe= Judiciário+ Micheletti), isto mesmo, os Homens que apenas cumpriram as determinações das então autoridades (golpistas) é quem serão responsabilizados pela farra e fanfarra do senhor Micheletti e sua gangue… Meu palpite é que vai sobrar pra ele, até lá Zelaya usufruirá da boa estadia e da boa hospitalidade da Embaixada do Brasil lque pro dias esteve sem luz, água e com direito a gás lacrimogênio enviados cordialmente pelo presidente golpista Roberto Micheletti par ao amigo de longa data, lá em Tegucigalpa de onde veio esta matéria….
E.M.Pinto
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