Suicida que matou agentes da CIA era agente triplo, diz mídia

O homem bomba que matou sete agentes da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, no Afeganistão, na semana passada, era um agente triplo da Al-Qaeda, segundo informações da mídia americana.

Segundo os relatos, ele seria o jordaniano Humam Khalil Abu-Mulal al-Balawi, de 36 anos, um médico recrutado pelo serviço de inteligência da Jordânia para se infiltrar na rede extremista.

Abu-Mulal seria simpatizante da Al-Qaeda e teria sido preso pela inteligência jordaniana há um ano. Ele teria sido então recrutado pela Jordânia e pela CIA, que acreditavam ter conquistado o apoio do médico, para uma missão de encontrar líderes da rede como informante.

Ele teria trabalhado disfarçado no leste do Afeganistão por algumas semanas antes de detonar uma bomba na base americana Chapman, na província de Khost.

O ataque da semana passada foi o pior contra agentes de inteligência americanos desde o ataque a bomba contra a Embaixada dos Estados Unidos em Beirute, no Líbano, em 1983, que deixou um saldo de oito agentes da CIA mortos.

Confiança

O jornal Washington Post cita dois ex-oficiais americanos para afirmar que o jordaniano teria enganado os agentes da CIA e marcou um encontro na base dizendo que teria informações sobre a liderança da Al-Qaeda na região.

De acordo com a rede de notícias NBC, a inteligência da Jordânia acreditou que teria conquistado o apoio de Abu-Mulal e o enviou ao Afeganistão para se infiltrar na Al-Qaeda. A missão dele seria perseguir o número dois da rede extremista, Ayman al-Zawahiri.

Após a explosão na base Chapman, os investigadores questionaram como o suicida poderia ter entrado no local e passado pela segurança da base.

Segundo o Washington Post, ele teria sido levado para dentro da base em um carro sem ser revistado.

De acordo com um ex-agente da CIA, esse tipo de “informante” não passa pela revista completa da segurança para que o governo tente ganhar a confiança desses que afirmam ter informações relevantes.

“Quando você está tentando criar um entendimento e literalmente pede a eles que arrisquem (as vidas) por você, é preciso fazer muito para construir a confiança”, disse o ex-agente à Associated Press.

Um porta-voz do Talebã citado pela rede Al-Jazeera disse que Abu-Malal seria era um agente duplo que enganou os serviços de inteligência dos EUA e da Jordânia por um ano.

Segundo o deputado americano Dutch Ruppersberger, que integra a comissão de inteligência da Câmara dos Representantes, é importante identificar como a CIA não descobriu que o homem bomba era um agente da Al-Qaeda.

“Eu estou surpreso que tenha acontecido e devemos lidar com isso”, disse o deputado.

Relatos afirmam que a base Chapman é protegida por cerca de 200 soldados afegãos. Ela seria usada por civis e militares e, segundo analistas, é um centro de operações da CIA em Khost.

A província é um dos redutos do Talebã e já sofreu ataques de militantes anteriormente.

Sugestão: Konner

fonte: BBC Brasil

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  1. Inteligência militar dos EUA critica espionagem no Afeganistão

    EFE — O responsável dos serviços de inteligência do Exército dos Estados Unidos no Afeganistão criticou duramente o trabalho das agências de espionagem de seu país em território afegão, que considerou “confuso”.
    Em um relatório da organização Center for a New American Security, o general Michael Flynn afirma que, em oito anos de guerra, a atividade dos serviços secretos foi só marginalmente importante na estratégia global no Afeganistão.

    Flynn critica que os agentes de inteligência dos EUA tenham se concentrado quase exclusivamente em “capturar ou matar os insurgentes de médio e alto nível”.

    Isso é “necessário para ganhar uma guerra”, diz o general, mas “secundário” se comparado com a importância de obter informação “sobre o contexto das operações” e de “distinguir entre os talibãs e o resto da população afegã”, a fim de tomar as “decisões importantes”.

    Em um relatório que mostra as tensões entre o Exército e as agências de espionagem dos EUA, o militar acredita que os agentes não conhecem “a economia local e os fazendeiros, estão confusos sobre as pessoas próximas ao poder e como podem influenciá-las”.

    Também afirma que não estão interessados nos projetos de desenvolvimento e na forma como os camponeses podem colaborar, além de que não se comprometem com “as pessoas na melhor posição para encontrar respostas, como voluntários ou soldados afegãos”.

    Flynn pede para realizar “importantes mudanças culturais” ao obter uma informação mais ampla em maior número de camadas sociais.

    O relatório foi publicado apenas alguns dias depois de um suicida matar sete membros da CIA em uma base americana no leste do Afeganistão, em um dos ataques mais sangrentos na história da agência de inteligência americana.

    A imprensa americana informou ontem que o suicida era um membro da Al Qaeda, além de um agente dos serviços de inteligência jordanianos que trabalhava com a CIA.

    Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4187168-EI8143,00-Inteligencia+militar+dos+EUA+critica+espionagem+no+Afeganistao.html

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