Otan diz que não ameaça nem é inimiga da Rússia

Moscou, 17 dez (EFE).- O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Rasmussen, afirmou hoje, em Moscou, que a Aliança Atlântica não representa uma ameaça para a Rússia nem considera este país um inimigo.

Quero assegurar ao povo russo que a Otan não vê na Rússia um inimigo e não tem nenhum plano contra ela”, declarou o dinamarquês em uma entrevista coletiva, na qual defendeu uma “cooperação estratégica” entre as partes.

Rasmussen disse que ontem conversou com os líderes russos sobre assuntos delicados, como a ampliação da Otan em direção ao leste da Europa, à qual Moscou se opõe. Outro tema discutido foi o conflito entre Rússia e Geórgia travado em agosto de 2008, após o qual as autoridades russas reconheceram a independência das separatistas Abkházia e Ossétia do Sul, que ficam em território georgiano.

Seria insensato esconder as diferenças que temos”, afirmou hoje o secretário-geral, segundo quem a Otan, “em nenhum caso, aceitará compromissos” com a Rússia “em assuntos de princípio”.

Ao mesmo tempo, o dinamarquês afirmou que tanto ele como o presidente russo, Dmitri Medvedev, chegaram à conclusão que, apesar das diferenças, Otan e Rússia devem focar os interesses que têm em comum.

Ambas as partes entendem perfeitamente que, nas atuais condições, devemos trabalhar juntas para fazer frente aos novos desafios”, como a luta contra o terrorismo, a proliferação das armas de destruição em massa, o narcotráfico e a pirataria, disse Rasmussen.

Devemos desenvolver uma verdadeira cooperação estratégica nestes campos, que atendesse aos interesses tanto da Rússia como da Otan”, acrescentou.

O chefe aliado confirmou que apresentou ao Kremlin uma série de propostas para que a Rússia participe mais ativamente da solução do conflito no Afeganistão.

Em particular, disse que pediu à Rússia mais helicópteros de transporte para o Exército afegão, que por enquanto só tem três aparelhos, e uma maior participação na formação de pilotos, policiais e soldados.

Rasmussen também agradeceu à Rússia por permitir o tráfego de cargas militares ao Afeganistão por seu território. Porém, destacou que a Otan gostaria de ver essa capacidade de transporte ampliada e estendida ao espaço aéreo.

Em outro momento da entrevista, o dinamarquês considerou desnecessária a assinatura de um novo tratado europeu de segurança, como proposto pelo Kremlin. Embora tenha dito que a Otan está disposta a “estudar essa ideia”, o secretário-geral ressaltou que o fórum mais adequado para isso é a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).

Sugestão e colaboração: konner

Fonte: Último Segundo

5 Comentários

  1. Bela alegoria sr.E.M.Pinto, mt esclarecedora…+ ao assimilar os antigos estados da extinta URSS a UE está agindo como?Amiga ?Tem-se q prestar atenção aos queixas e temores dos Rússos..leva tempo + pode-se alcançar alguma coisa. Quem viver verá.

  2. O chefe do Kremlin terá o direito de decidir uso do exército fora do país

    EFE — O Senado russo aprovou hoje uma lei que dá ao chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas o direito de utilizar o Exército fora do país sem ter que consultar antes os legisladores.
    O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, apresentou o projeto de lei ao Parlamento em agosto. Dois meses depois, a iniciativa foi aprovada pela Duma (Câmara dos Deputados), segundo as agências russas.

    Agora, com o sinal verde dos senadores à nova lei, o chefe do Kremlin terá o direito de definir: o contingente mobilizado para um determinado fim, a área em que os soldados atuarão, a missão dos militares e os prazos de permanência das tropas no exterior.

    De acordo com o texto aprovado, o Exército só poderá ser usado fora do país para “repelir ataques contra as Forças Armadas ou contra tropas russas destacadas fora do território nacional”, ou para “opor resistência ou evitar uma agressão contra um Estado terceiro que tenha pedido ajuda à Rússia”.

    O presidente também poderá utilizar o Exército para “defender cidadãos russos fora do país”, “lutar contra a pirataria e garantir a segurança da navegação”.

    Ao apresentar o projeto, Medvedev disse que o objetivo dele era “criar um mecanismo jurídico que garantisse ao chefe de Estado a possibilidade de utilizar de forma operacional as Forças Armadas fora do território nacional”.

    O chefe do Kremlin declarou que a iniciativa tem a ver com o conflito travado com a Geórgia, em agosto de 2008, pelo controle da separatista Ossétia do Sul.

    Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4160460-EI8142,00-Russia+fica+livre+para+decidir+uso+do+exercito+fora+do+pais.html

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