Farc e ELN anunciam união contra Uribe

BBC Brasil – Os dois principais grupos rebeldes da Colômbia – as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o ELN (Exército de Libertação Nacional) – anunciaram que vão parar de se enfrentar e unir forças contra o governo do presidente Álvaro Uribe. Em um comunicado conjunto divulgado no site da Anncol (Nova Colômbia Agência de Notícias), conhecido por suas ligações com os grupos rebeldes, o secretariado nacional das Farc e o comitê central da ELN pedem um cessar-fogo entre as duas organizações.

Nos encaminhamos a trabalhar pela unidade para enfrentar, com firmeza e beligerância, o atual regime que o governo de Álvaro Uribe converteu no mais perverso fantoche dos planos do império”, diz um trecho do comunicado.

Nosso único inimigo é o imperialismo norte-americano e sua oligarquia lacaia”, afirma a nota. “Contra eles, comprometemos toda a nossa energia combativa e revolucionária.”
As forças armadas colombianas têm apoio dos Estados Unidos.

Impacto

Os dois grupos já travaram sangrentas disputas em algumas áreas da Colômbia, provocadas, segundo analistas, por desacordos em temas relacionados ao tráfico de drogas.

No passado, as Farc, que têm mais de 8 mil guerrilheiros, já haviam tentado dominar o ELN, que conta com cerca de 1,5 mil integrantes.

No entanto, segundo o correspondente da BBC na Colômbia, Jeremy McDermott, os dois grupos parecem querer deixar as diferenças para trás.

As Farc sofreram várias derrotas nos últimos anos, com a morte de alguns de seus principais líderes, a libertação de reféns importantes e diversas deserções. Segundo McDermott, ao se unir a seu antigo rival, o grupo pretende recuperar terreno.

O correspondente da BBC afirma, porém, que ainda é cedo para saber se os dois grupos rebeldes realmente vão conseguir colocar suas diferenças de lado.

Caso sejam bem-sucedidos, diz McDermott, a união de suas forças poderá ter um grande impacto no conflito civil colombiano, que já dura 45 anos.

Segundo McDermott, as Farc sempre se concentraram na sua força militar, têm mais inserção em áreas rurais e são financiadas pelo tráfico de drogas. O ELN é mais político e consegue recrutar guerrilheiros nas zonas urbanas.

Juntos eles podem representar um perigo bem maior para o governo do que representam no momento”, diz o correspondente da BBC.

Sugestão e Colaboração: Konner

Fonte:http://ÚltimoSegundo

1 Comentário

Comentários não permitidos.