Brasil e EUA consideram ‘fundamental’ salvo-conduto a Zelaya, diz Garcia

O secretário-assistente dos Estados Unidos para a América Latina, Arturo Valenzuela, com o assessor da Presidência, Marco Aurélio Garcia (Antônio Cruz/Abr)

Fabrícia Peixoto

Da BBC Brasil em Brasília

O assessor especial do Palácio do Planalto para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou nesta segunda-feira que Brasil e Estados Unidos consideram “fundamental” a concessão de um salvo-conduto (permissão para circular livremente) ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya.

O comentário foi feito logo após um encontro com o subsecretário americano para o Hemisfério Ocidental, Arturo Valenzuela, que está em Brasília.

Garcia disse ainda que Estados Unidos e Brasil têm uma posição em comum sobre o governo interino de Honduras, presidido por Roberto Micheletti.

Nós achamos que deve existir um acordo em que o presidente Micheletti deixe o cargo, e seria fundamental que fosse concedido um salvo-conduto ou outro instrumento que permita ao presidente Zelaya ir adiante“, disse Garcia.

O salvo-conduto permitiria a saída de Zelaya da embaixada brasileira para um outro país, de forma pacífica, mas o documento precisa ser assinado pelo próprio Micheletti.

Na semana passada, o governo interino vetou uma tentativa de Zelaya de se transferir para o México. Segundo Micheletti, Zelaya poderá sair do país se renunciar à Presidência, condição que não foi aceita por Zelaya.

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Divergências

Se por um lado Brasil e Estados Unidos têm uma posição em comum sobre saída de Micheletti do poder em Honduras, ainda não existe consenso entre os dois países sobre o governo eleito de Porfírio Pepe Lobo. Essa discussão, segundo Garcia, deve ficar mais para frente.

Os Estados Unidos acreditam que a eleição pode criar um cenário favorável. E ficamos de ter contato permanente com os dois governos“, disse o assessor brasileiro.

De acordo com Garcia, a eleição, “tanto para o governo americano como para o governo brasileiro, não é condição suficiente para a normalização democrática” e os Estados Unidos “mantêm a posição de considerar Zelaya como presidente legítimo de Honduras“.

O governo brasileiro tem declarado que não reconhecerá o governo de Pepe Lobo, eleito no dia 29 de novembro. Já os Estados Unidos veem a eleição de Lobo como uma forma de solucionar o impasse político em Honduras.

Em entrevista a jornalistas antes de embarcar para Brasília, Valenzuela minimizou as divergências.

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Podemos ter diferentes avaliações sobre determinadas coisas enquanto seguimos em frente“, afirmou. “Não acredito que estamos em desacordo“, acrescentou o número um de Barack Obama para a região.

Ainda nesta segunda-feira, Valenzuela será recebido pelo secretário-geral do Itamaraty, Antônio Patriota.

Fonte: BBC Brasil

2 Comentários

  1. ..se considerar o papo “vazio” e “proforma” dos ianks, vamos nos dá mal, eles estão se lixando p o tal zelaya…é nos bancando a “prima Dona “…q essa republiqueta de golpistas paque pelo crime cometido , por acordo rompidos na comunidades de nações , OEA..e fim , acabou reconhece e ponto final…que novela de péssimo gosto .

  2. ‘Nada justifica um golpe de Estado’, dizem — EUA sobre Honduras

    Subsecretário americano para o Ocidente diz que solução da crise depende de um governo de unidade

    Denise Chrispim Marin, de O Estado de S. Paulo

    BRASÍLIA – O subsecretário de Estado dos EUA para o Hemisfério Ocidental, Arturo Valenzuela, afirmou nesta segunda-feira, 14, para a imprensa brasileira que a solução da crise política de Honduras depende da criação de um governo de unidade nacional, da determinação sobre a restituição ou não do presidente Manuel Zelaya em seu cargo e a composição de uma comissão para tratar do aperfeiçoamento democrático do país, mas acrescentou que qualquer solução deverá trazer uma clara mensagem de que “nada justifica um golpe de Estado”.

    Valenzuela, entretanto, defendeu que a eleição presidencial de 29 de novembro passado, que definiu Porfírio “Pepe” Lobo como futuro presidente do país, “não pode ser desqualificada”. O governo brasileiro resiste em legitimar esse processo. Conforme insistiu, o processo eleitoral começou em novembro de 2008 – antes, portanto, do golpe – e foi marcado pela presença da maioria dos candidatos originais. Lembrou que, para os EUA, a eleição foi um “passo necessário para a solução” da crise política no país. Mas não é suficiente para a restauração da Democracia em Honduras. “O próximo presidente será Pepe (Lobo)”, insistiu.

    Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,nada-justifica-um-golpe-de-estado-dizem-eua-sobre-honduras,481807,0.htm

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