O secretário-assistente dos EUA para a América Latina, Arturo Valenzuela, tentou minimizar as tensões entre o seu país e o Brasil causadas pela ampliação da presença militar americana na Colômbia, a recente visita do presidente iraniano ao Brasil e, principalmente, a crise em Honduras.
Valenzuela, que estará em Brasília na segunda-feira, disse que “podemos ter diferentes avaliações sobre determinadas coisas enquanto seguimos em frente“. “Não acredito que estamos em desacordo”, disse o número um de Barack Obama para a região.
Em sua primeira viagem à América do Sul à frente do cargo, Valenzuela visita, além do Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai. Todos os quarto países declararam não reconhecer as eleições presidenciais em Honduras, que deram vitória a Porfírio Lobo.
A posição dos países do Mercosul é contrária a dos Estados Unidos, que reconheceu o pleito. Na avaliação dos EUA, o processo eleitoral foi realizado em condições aceitáveis e deve ser considerado um marco importante para restaurar a democracia hondurenha.
Valenzuela disse que o governo Obama valoriza o diálogo com países da região para tentar solucionar o problema de Honduras.
“O que pedimos é que se faça um esforço final, coletivo, por parte dos países da região, especialmente na América Central, para se chegar a uma solução que permita que se reconheça as eleições em Honduras“, assinalou.
Na avaliação de Valenzuela, falta um trabalho profundo de negociações, onde se reafirme o princípio fundamental de que um golpe de Estado na América Latina é intolerável neste dias, mas, ao mesmo tempo, se busque uma solução realista para a crise hondurenha.
A postura americana na crise em Honduras foi criticada pelo chanceler brasileiro, Calso Amorim, que disse que a turbulência deve causar “uma frustração muito grande” nos Estados Unidos, cuja diplomacia, ainda segundo Amorim, comprometeu-se mais do que a brasileira.
“A frustração vem de terem sido extremamente tolerantes com um governo golpista“, afirmou o ministro.
Além da crise hondurenha, a presença militar americana na Colômbia e a visita do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, a Brasília também representaram recentemente um foco de tensão com os EUA.
Agenda aberta
A viagem do diplomata americano de origem chilena incluirá visitas de cortesia e consultas com colegas em uma variedade de questões.
“O propósito da minha viagem não é para chegar com uma agenda de assuntos específicos“, disse. “Nós vamos discutir temas de interesse comum. Mas o objetivo real da viagem é escutar.”
Valenzuela disse que quer conhecer os diplomatas latino-americanos e se apresentar a eles na sua nova função.
“Eu quero ouvir. Eu quero explorar novas possibilidades em que podemos colaborar sobre vários temas que encontraremos pela frente“, afirmou.
O novo secretário-assistente dos Estados Unidos para a América Latina disse que está muito feliz com a viagem à Brasília.
Durante encontro com jornalistas, ele lembrou ter se encontrado há pouco tempo com o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Antônio Patriota, quando ainda era embaixador do Brasil em Washington.
“Nós discutimos vários assuntos sobre a nossa relação com o Brasil, incuindo nossos esforços para renovar e fortalecer nossas estratégas de diálogo com o país“, afirmou.
“Há uma grande varieadade de iniciativas de trabalho colaborativo com o Brasil, incluindo, por exemplo, o biocombustível.”
Sociedade civil
Além de reencontrar Patriota no Brasil, Valenzuela disse que se reunirá com outros membros do governo brasileiro e setores da sociedade civil. De acordo com ele, os Estados Unidos têm uma relação de colaboração muito boa com o Brasil.
O representante americano chega a Brasília em um momento em que o governo de Obama enfrenta problemas com o Congresso americano, que não consegue confirmar o nome de Thomas Shannon como novo embaixador do Brasil.
Shannon, antecessor de Valenzuela no posto de secretário-assistente dos Estados para a América Latina, tem a confirmação vetada pelo senador da Flórida George LeMieux, que acha progressista demais a posição dele em relação ao regime de Cuba.
Depois de sua visita a Brasília, na segunda-feira, Valenzuela segue para a Argentina, Uruguai e Paraguai. Antes de regressar aos Estados Unidos, dia 18, ele terá uma parada em São Paulo.
.. governador geral do império, decadênte, amenizou a “COISA”, pq?
Parece que um simples desentendimento diplomático entre 2 países não significa que a relação entre os paises sera estremecida, pois isto pode ser facilmente resolvido da mesma maneira, diplomaticamente, não é porque eles são os EUA que irão atacando bombas em quem não ir de acordo com seu governo, já imaginou a imagem americana mundo afora , atacando um país pacifista como o nosso, seria manchada profundamente, e outra forma eles os americanos tem muito interesse nos nossos biocombustíveis, e nós muito interesse por outros tipos de tecnologias, e não seria a melhor forma de negócio uma relação estremecida entre os 2 paises, pensem.
Abraço.