Tony Blair deveria responder por crimes de guerra, diz militar britânico

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Londres, 28 nov (EFE).- O ex-primeiro-ministro Tony Blair deveria comparecer junto a outros responsáveis pela invasão do Iraque diante de um tribunal do Reino Unido para responder inclusive por crimes de guerra, segundo o general britânico Michael Rose.

Rose, que lutou nas Malvinas e comandou as forças de paz da ONU na Bósnia-Herzegovina, critica – em um longo artigo publicado pelo jornal “Daily Mail” – a atual investigação pública sobre a Guerra do Iraque, porque seu objetivo declarado não é julgar os responsáveis pelo conflito.

Segundo o militar britânico, que deixou o Exército em 1997, a investigação, apesar de ainda estar no começo, já deixou várias coisas claras: a primeira, que dez dias antes da invasão do país árabe, os serviços britânicos de inteligência informaram que o Iraque tinha destruído seu arsenal químico.

Além disso, o ex-embaixador britânico nos EUA, Christopher Meyer, afirmou aos investigadores que Blair e o ex-presidente americano George W. Bush tinham assinado “um pacto de sangue” para derrubar Saddam Hussein quase um ano antes do início da guerra, e a partir disso se tentou por todos os meios buscar um pretexto que justificasse.

Mais de 100 mil civis iraquianos e mais de 4,5 mil militares das forças de coalizão morreram nos quase sete anos de ocupação, e é possível que dez vezes mais tenham ficado feridos, além do que 2 milhões de iraquianos fugiram de seu país e 2 milhões se transformaram em deslocados internos, lembra o militar.

Segundo o general Rose, Blair disse antes da invasão que a mudança de regime não seria nunca um motivo para ir à guerra, mas, da investigação em andamento, se deduz que “este foi quase com certeza a única razão pela qual se invadiu o Iraque“.

Neste ponto, pelo menos, parece que Blair enganou o Parlamento e o país“, afirma Rose.

Em segundo lugar, afirma o general, de acordo com a legislação internacional, “nenhum país deveria ir à guerra a menos que todos os outros decidam, suas ações deveriam ser proporcionais à ameaça e unicamente se o resultado final justificar os meios empregados”.

Ou, dito de outro modo, se a situação no país depois da invasão representar uma melhora, do ponto de vista da população e da segurança, a respeito da situação anterior“.

A Guerra do Iraque representa uma violação desses três princípios básicos”, diz Rose, porque a ONU considerou que não tinham sido esgotados ainda todos os meios pacíficos, o Iraque não representava uma ameaça, já que não tinha armas químicas, e, além disso, o país “afundou em uma espiral de desordem, violência e caos da qual ainda não se recuperou“.

Fonte; EFE via Yahoo

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