Ucrânia, Lituânia e Polónia criam brigada internacional

http://pic.ipicture.ru/uploads/081117/ehHVESVmeV.jpgForça de 4.500 homens é teste à capacidade de defesa mútua

As forças armadas da Polónia, da Ucrânia e da Lituânia, estudam a criação de uma unidade militar mista, composta por militares dos três países. As primeiras unidades da brigada, poderão estar operacionais em até quatro anos,  atingindo a total operacionalidade dois anos mais tarde.

A função principal da brigada deverá ser a utilização em operações internacionais de manutenção de paz, quer das Nações Unidas quer da NATO, e a sua estrutura e organização serão idênticas às de forças equivalentes que existem na Europa Ocidental, segundo os padrões NATO.
A sede da brigada ficará na cidade polaca de Lublin, a cerca de 80km da fronteira entre a Polónia e a Ucrânia.

Esta não é a primeira vez que são criadas forças multinacionais ente países da Europa de leste, mas o que faz com que esta força seja diferente de todas as outras, é o facto de pela primeira vez fazer parte dela uma força de um país que não faz parte da aliança.

A criação da força é vista como uma afirmação da determinação ucraniana em aderir à NATO, algo que é visto como uma afronta por parte da Rússia, país que tem enviado sinais claros de que não aprova a adesão de mais repúblicas da antiga URSS à aliança militar ocidental.

A força será inicialmente constituída maioritariamente por forças polacas, que estão num processo muito mais avançado de padronização com os standards NATO, coisa que nas forças armadas da Ucrânia é apenas experimental.

A indústria militar ucraniana, que era extremamente importante no tempo da União Soviética, está envolvida em vários programas de padronização de armamento, destinado a permitir às forças ucranianas a conversão de algumas das suas unidades para padrões ocidentais.
A Polónia também tem o mesmo problema – ainda que num outro nível – tendo ainda ao serviço várias unidades equipadas com sistemas de concepção soviética, como tanques do tipo T-72 fabricados localmente.

As movimentações destes países, estão também relacionadas com a arrogância das autoridades russas, no seu relacionamento com os seus antigos satélites, como é o caso da Ucrânia e da Geórgia, país que se encontra presentemente ocupado por tropas russas.

As autoridades russas ameaçaram já os seus vizinhos de que poderão intervir militarmente nas fronteiras de qualquer país vizinho com o objectivo de proteger os seus cidadãos.
O procedimento e argumentação russos foram os mesmos utilizados pela Alemanha Nazi em 1939 quando invadiu a Polónia, o que desperta nos polacos receios ancestrais, resultado também da sua conflituosa relação com o Império Russo.

Fonte: Área Militar

2 Comentários

  1. A guerra na Geórgia parece ter prejudicado Moscou.

    Em vez de estarem fadadas a obedecer, como a maioria dos observadores ocidentais temiam, as ex-repúblicas soviéticas parecem ter se tornado ainda mais protetoras de sua soberania.

    A capacidade da Rússia de atrair seus vizinhos para seu lado e mantê-los lá é inexpressiva.

    Além disso, os próprios líderes se fortaleceram por jogar a Rússia e o Ocidente – e em alguns casos, a China – um contra o outro.

    Na chamada zona de interesses privilegiados de Moscou, em outras palavras, a Rússia é apenas mais um competidor.

    De fato, todos os países pós-soviético capazes de administrar a situação estão buscando uma “política multivetorial”

Comentários não permitidos.