A Unasul (União das Nações Sul-Americanas) enfrenta um impasse diante da teimosia do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, de ampliar a instalação de bases usamericanas no território de seu país. Os demais presidentes estão contra. Preferem preservar a soberania e a independência da América do Sul.
Por Frei Betto*
Na reunião de Bariloche, em agosto, o presidente Lula bem argumentou: se desde 1952 as tropas estadunidenses não conseguiram erradicar o narcotráfico na Colômbia, por que agora estariam aptas a fazê-lo?
Funcionam na Colômbia três Estados paralelos: a guerrilha das FARC; o narcotráfico; e os grupos paramilitares, criados supostamente para combater os dois primeiros. Desde 1991, cerca de 2.500 sindicalistas foram assassinados naquele país, 500 sob o governo de Uribe. Os paramilitares puxam o gatilho, mas quem os financia são empresas nacionais e transnacionais.
A Coca-Cola sofre processo judicial por ter apelado aos paramilitares para reprimir atividades sindicais, entre 1992 e 2001, que resultaram na morte de sete sindicalistas. A Chiquita Brands, exportadora de banana, admitiu ter financiado o grupo terrorista Autodefesa da Colômbia. A Dyncorp foi acusada de contaminar com substâncias tóxicas lavouras de pequenos agricultores na fronteira entre Colômbia e Equador, visando a erradicação do plantio de coca. Tais fatos têm impedido que o governo dos EUA, empenhado na investigação dessas empresas, realize o grande sonho de Uribe: assinar o tratado de livre comércio entre os dois países.
A empresa Drummond, com sede no Alabama, explora minas de carvão e é acusada de ordenar o assassinato, por mãos de paramilitares, de três dirigentes sindicais. Ela extrai da Colômbia mais de 16 milhões de toneladas de carvão/ano. Seu faturamento anual está calculado em US$ 500 milhões, graças ao trabalho de 3.000 mineiros remunerados a US$ 2,5/hora.
A Justiça de Atlanta acusou a empresa de acobertar os assassinos dos sindicalistas colombianos e condenou a empresa, baseada numa lei de 1789, promulgada para punir ações de pirataria e crimes cometidos fora do território dos EUA. O processo correu sob segredo de Justiça, mas a mídia de Alabama pressionou e, agora, sabe-se que Rafael García, ex-chefe do departamento de informática do DAS (Departamento Administrativo de Segurança), órgão máximo da segurança do Estado colombiano, preso por haver destruído informações sobre os narcotraficantes de seu país, revelou as conexões entre parlamentares e funcionários comprometidos com os paramilitares.
García confessou que pouco antes do assassinato dos sindicalistas presenciou uma reunião entre o presidente da filial colombiana da Drummond e o chefe paramilitar que controlava a região. Viu quando o empresário entregou ao paramilitar US$ 200 mil para assassinar os sindicalistas. Contou ainda que os paramilitares usavam barcos da Drummond para transportar cocaína à Europa e Israel.
Favorecer na Colômbia um terceiro mandato de Uribe é sacramentar a corrupção e a impunidade.
* Frei Betto é escritor, autor de “Cartas da Prisão” (Agir), entre outros livros.
Cada país tem o goeverno q merece e aceita…azar o deles.
Como todo bom comunista ele ataca o Uribe não diz nada sobre o Chavez. Quem é o maior pilantra?
Alvaro Uribe quer entregar a America Latina pros “caras”, ta flórida isso!!! esta hora já deve ter ganho uma conta bem gorda em algum banco dos EUA ou paraíso fiscal não-controlado, algumas propriedades e bens. Duvido que quando o barril de pólvora explodir, ele não vá zarpar rapidinho pra morar nos EUA ou algum país da Europa seguindo o exemplo de outros presidentes comprados de países da América do Sul.
Uribe hoje tem uma colômbia livre de Pablo Escobar e gente da estirpe de grandes cartéis como era antigamente, mas ganhou no lugar grupos muito mais fortes de pára-militares que hoje se vendem de forma clara para corporações multi-nacionais, vendem drogas e tudo que se possa imaginar de crimes, fora dos grupos ultrapassados revolucionários que querem emborcar o mundo em ideologias atrasadas e rejeitadas no mundo todo pela ineficácia de seus meios. Em nenhum lugar deu certo, não vai ser na Colômbia que irá dar! Gostaria de ir em uma feira Colombiana, acho que posso até encontrar algum feirante vendendo verduras e frutas, mas já acho isso meio impossível. Vai ser mais fácil comprar algum fuzil, um lança-morteiro talvez; quem sabe eu possar entrar lá com o bolso pelado sem um tostão e consiga um emprego?? já poderia voltar alegre pra casa e falar que consegui contrato com a Coca-cola ou uma Drummond! olha que máximo!!!
Hoje Uribe deve pensar muito em um ditado popular no que se refere a situação da Colômbia e EUA com as articulações militares na América Latina e o aumento da capacidade da frota americana. De certo é um ditado um pouco alterado, mas fica ao nível de sua gestão pública:
“Em terra de cego quem tem um olho, ERREI” (desculpa América Latina)
O que o dinheiro e o “American Way of Life” não fazem com uma pessoa!
Como todo bom direitalha reacionário, sempre estás a defender a porcalhada da direita.