A visita do presidente de Israel, Shimon Peres, ao Brasil vem repercutindo na mídia local além do costumeiro. Ele ignora seus 85 anos e viaja pelo mundo representando, talvez, o melhor relações públicas de Israel.
Não lembro repercussão semelhante em tempos recentes. E reações tão imediatas. Ele declarou ao Congresso Nacional, praticamente como um convite, que Israel está pronta a negociar a paz com a Síria sem precondições. O presidente Assad, da Siria, declarou, nesta quarta-feira, que não tem precondições para negociar com Israel. E acrescentou que, “não temos condições, mas direitos que não abandonaremos”.
Ben Eliezer, Ministro da Indústria e do Comércio, em uma primeira recepção a Ahmed Celikkol, designado embaixador da Turquia, declarou que “a Turquia tem um importante papel a desempenhar nas relações de Israel com os povos da região”. Os embaixadores designados devem apresentar suas credenciais ao presidente do país que está em visita ao Brasil. Ben Eliezer tem viagem marcada para Ancara, capital turca, acompanhado da delegação de alguns dos mais importantes empresários israelenses, no fim desse mês. Disse ele que a Turquia precisa servir como mediadora entre Israel e palestinos para que se possa retomar as negociações de paz.
Os países mantêm um intercâmbio anual de cerca de dois bilhões e meio de dólares. A Turquia tem um governo islamita e há fortes sinais de um renascimento da fé muçulmana fundamentalista em seu povo. O país está em um processo de aprimoramento de suas relações com o mundo árabe, próximo do Oriente Médio e muçulmano em geral, do qual vivia relativamente afastado por desejar se incorporar à União Europeia. É uma liderança aceitável.
Os turcos se irritaram. Existem obstáculos explícitos e outros escondidos a serem superados para serem aceitos como europeus, A ilha de Chipre é dividida entre uma república do Chipre grego e a parte turca. O território grego é parte da Europa e seus cidadãos têm direitos reservados aos europeus. Mas não é o caso da Turquia e, alega-se que seria por uma resistência de Ancara. Os turcos têm uma longa lista de serviços ao ocidente. Foram fundamentais em ambas as Guerra Mundiais por dominarem o Dardanelos e se tornar um obstáculo ao livre movimento da Marinha soviética. Mas ainda assim não é parte da Europa. Embora não admitido publicamente, o verdadeiro motivo é sua população de cerca de 80 milhões de muçulmanos que receberiam livre entrada e saída e todos os direitos concedidos aos europeus já temerosos da crescente população de fé islâmica.
Abu Mazen, presidente da Autoridade Palestina, será hóspede do Brasil em poucos dias. A Autoridade Palestina foi criada por Yasser Arafat, líder que transformou os palestinos numa força política e militar, que pretendiam constituir as bases das estruturas necessárias ao Estado palestino independente. O processo foi interrompido com o assassinato de Ithzak Rabin, então chefe do governo de Israel e nunca foi retomado com aspectos decisivos até agora. Nesta quarta-feira, os palestinos relembraram a morte de Yasser Arafat num hospital em Paris.
Abu Mazen que havia anunciado a decisão de deixar a presidência, o que poderia ser o fim da possibilidade da retomada das negociações e uma etapa muito explosiva na região, liderou as homenagens ao líder morto deixando a impressão de ter mudado de ideia quanto às suas funções. Ele terá algo de fundamental a dizer em sua visita ao Brasil que vem tentando se afirmar como força política entre as grandes potências, que já não podem mais ignorar as deliberações referentes ao mundo em geral.
O que realmente acontece nos bastidores das grandes potências é um segredo preservado entre poucos. Bibi Netanyahu, chefe do governo israelense, realizou um encontro de quase duas horas na Casa Branca com o presidente Obama. Ao que constava ele foi a Washington com a expectativa de ser recebido, mas sem garantia devido à agenda lotada do presidente americano. Bibi saiu animado ao encontro de Sarkozy, da França. Algo de muito importante aconteceu na reunião com Obama. Algo que terá deixado o quadro um pouco animador.
Falando a seu povo em sua capital Ramallah, situada nos territórios ocupados, Abu Mazen declarou: “o povo palestino e a liderança palestina não perdem as esperanças nem se deixam dominar pelo desespero. A nossa revolução é a mais difícil e talvez a mais longa da história. Mas no fim atingiremos nossos objetivos”, ser um Estado palestino independente. Ele fez as acusações de praxe a Israel e reafirmou sua condição de só voltar a negociar, se o governo israelense congelar seus planos de construções nos territórios ocupados. Mas não disse uma palavra sobre desistir. Fechou as portas sem trancá-las. Em diplomacia, significa uma oportunidade que permanece possível.
Na sua maioria, os muçulmanos e em geral os árabes são da seita sunita mais tradicional. Os turcos são uma potência moderna quando comparados aos outros países muçulmanos da região. Dos Estados Unidos, as demais grandes potências tentaram ser moderadores de soluções para a questão de Israel com a Síria e de Israel com os palestinos. Fracassaram.
Mas o ambiente que existe é de extrema tensão. É quando pode se explodir ou se abrir caminhos que estabeleçam tranqüilidade. Os turcos querem arriscar pois ganhariam a copa da diplomacia.
Algo foi combinado entre Bibi e Obama, que talvez favoreça ao menos a opção por conversar. A paz entre católicos e protestantes irlandeses demorou 700 anos e foi realizada. Tudo é possível. Os turcos conhecem o Oriente Médio, que foi parte do seu grande império derrotado em 1918. E têm sido bons aliados de Israel.
Mt bom p a imagem dos estado sionista judeu…+ o que mudou p o povo palestino?nada? Então nada mudou p o judeus…continua como dantes no quartel dos abrantes. O triste é o silêncio do mundo Árabe , mt covardia dels ante a covardia dos israelense/ianks contra os sofridos palestinos…nada mudou.