FF-19 Almirante Williams inicia provas de aceitação

Após 18 meses de trabalhos no estaleiro ASMAR de Talcahuano, a fragata Tipo 22 Batch 2 Almirante Williams se encontra em provas de aceitação e validação de sistemas pela Marinha do Chile.

A fragata Almirante Williams foi adquirida através do Programa Puente I, no início de 2003. Em junho do mesmo ano, a tripulação chilena foi até Plymouth, no Reino Unido, e içou o pavilhão nacional em 5 de setembro. O navio, incorporado à Marinha Real Britânica (Royal Navy) como HMS Sheffield em julho de 1988, estava fora de serviço desde novembro de 2002. O custo de US$ 45 milhões também incluiu 10 exigentes semanas no FOST (Flag Officers Sea Training), e a belonave chegou a Valparaíso em 27 de fevereiro de 2004.

Em termos operacionais, a FF-19 Almirante Williams integrou a frota desde sua chegada, com modificações no sistema CACS 1 (Comand and Control System) por parte do SISDEF, e operou desde o início nos exercícios UNITAS e PANAMAX. Quando chegou ao Chile, a fragata tinha um sistema GWS.25 Mod 3 com dois lançadores para mísseis Sea Wolf e dois diretórios 911, um radar Type 967M/968, um sonar Type 2050 de excelentes características e o sistema de Comando e Controle CACS 1 de 16 monitores e 26 operadores. A Almirante Williams chegou sem os quatro MM38 Exocet, pois os sistema GWS.50 foi desativado no Reino Unido antes de sua entrega. Completavam o armamento dois canhões Oerlikon de 20mm, duas montagens de tubos lança-torpedos e convés com suporte para helicópteros pesados. A FF-19 Williams desloca 5496 toneladas a plena carga e sua propulsão COGAG (Combined Gas and Gas) se baseia em duas turbinas a gás Spey SM1A e 2 Tyne RM1C.

Os trabalhos realizados pelo ASMAR, em parceria com uma série de empresas chilenas, focalizaram a manutenção completa da plataforma e a modernização e modificação dos sistemas da fragata. Graças a um convênio entre o estaleiro e a Rolls Royce, as turbinas Tyne e Olympus também sofreram manutenção profunda. Também foram realizados trabalhos nos geradores, maquinaria auxiliar, bombas, sistemas de ar condicionado, equipamentos e consoles em geral. Houveram intervenções no encanamento interno, no sistema anti-incêndio e na planta elétrica.

O sistema GWS.25 Mod 3 foi removido e substituído por dois sistemas de lançamento vertical Barak I de 8 células cada um e os dois respectivos ELTA EL/M-2221. Esses conjuntos operaram previamente nos quatro destróieres da classe County.

A Williams também recebeu um canhão Oto Melara de 76mm, que está associado à última versão do SCF desenhado pela DESA, o MAITEN-3/CH, que opera em conjunto com o sistema EL/M-2221. Como fragata vai operar como navio líder da frota, foi construída uma segunda CIC para o comando da frota e a empresa SISDEF instalou o novo sistema C4I SP21K que está integrado ao CACS 1 original e também permite integração ao Data Link SP100, Link-11 e outros sistemas da OTAN. O convés de voo também foi objeto de intervenções, com a instalação do sistema de captura canadense Indal ASSIT, que permite a operação dos helicópteros do Esquadrão Aeronaval HA-1, AS-334 F1 Cougar. Além disso, também foram realizados trabalhos no hangar para armazenar e operar os mísseis AM39 Exocet e torpedos Mk46 dos helicópteros.

O radar aéreo 967M integrado ao de superfície 968 foi mantido, contudo a Williams agora dispõe de um segundo radar sobre o segundo poste, devidamente protegido.  Como não existem versões oficiais do referido radar, especula-se que ele está relacionado com o sistema Barak I. Sendo assim, poderia tratar-se do original ELTA AMDR (Automatic Missile Detection Radar), ou pode ser um radar novo de origem israelense, com o sistema desenvolvido pela empresa chilena Linktronic. Em paralelo, com a experiência acumulada do radar 992CH da Leander, também é possível que a Linktronic tenha modificado o radar 967M/968.

A fragata deverá receber o novo sistema MAE que, conforme anunciado na Exponaval 2008, está sendo desenvolvido pela empresa DTS.

Referente a sistemas de guerra de superfície, a Marinha obviamente optou pelo míssil RGM-84C Harpoon, que é padrão na frota. Até oito mísseis podem ser instalados, sendo quatro de dotação normal. Completam o sistema de armas os canhões Oerlikon de 20mm e os tubos lança-torpedos equipados com os Honeywell/Alliant Mk46 Mod II.

Cabe ressaltar que a Williams está equipada com o sonar 2050, além dos Cougar equipados com sonar HS-312 de profundidade variável.

A previsão é de que a FF-19 Almirante Williams seja integrada à frota antes do fim deste ano.

Fonte: Tecnologia&Defesa

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