Empresa para de produzir aeronave menor no país e busca novo modelo com parceira local
Cláudia Trevisan, CORRESPONDENTE, PEQUIM
A Embraer decidiu que vai produzir na China seu jato E-190, de até 120 lugares, e abandonar no futuro a montagem no país do ERJ-145, que comporta apenas 50 passageiros. A empresa negocia agora os termos do acordo com sua parceira chinesa, a estatal Avic, que logo colocará no mercado uma aeronave de porte médio que vai concorrer com os jatos brasileiros.
A decisão representa uma mudança na estratégia da Embraer, que resistia em fabricar na China o seu mais bem sucedido produto. Com isso, a companhia brasileira espera contornar os obstáculos para a retomada das vendas do E-190 para o país asiático, que é o mercado de aviação que cresce mais rapidamente em todo o mundo.
A chinesa Kun Peng Airlines assinou compromisso de compra de 50 E-190 em 2007, mas apenas cinco aeronaves foram de fato adquiridas até agora, todas fabricadas no Brasil e exportadas para a China. O contrato está suspenso desde 2008.
O assunto foi tratado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sua viagem a Pequim em maio, e estava na pauta da reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), que seria realizada no Brasil nesta semana e foi adiada sem data definida.
A Embraer possui desde 2002 uma fábrica na cidade de Harbin, no nordeste da China, em parceria com a Avic. A planta monta apenas o ERJ-145, de 50 lugares, que atrai cada vez menos interesse das companhias de aviação chinesas, quase todas controladas pelo Estado.
A Hainan Airlines tem um contrato de compra de 25 desses jatos, que deverão ser entregues até junho de 2011. Por isso, havia dúvidas sobre a viabilidade da permanência da Embraer na China com esse modelo. A empresa chegou a afirmar que estudava fechar a fábrica.
Procurada, a direção da Embraer no país asiático afirmou que não comentaria o assunto e que desconhece qualquer decisão relativa à produção do E-190. No Brasil, a empresa também não quis comentar.
As companhias de aviação chinesas suspenderam as compras de aviões da Embraer, mas mantiveram os negócios com Boeing e Airbus, que têm linhas de produção na China mais extensas que a da companhia brasileira.
A Airbus inaugurou no ano passado, na cidade de Tianjin, sua primeira planta de montagem de aeronaves fora da Europa, que deve produzir 11 modelos A320 neste ano. Apesar da crise, as vendas da Airbus para a China devem crescer 20% em 2009, para um total de 80 jatos.
A planta da Airbus utiliza componentes fabricados por seis fornecedores chineses e levará à inauguração, no próximo ano, do primeiro centro de logística da empresa na Ásia, também em Tianjin.
A Boeing não monta aviões de passageiros na China, mas produz vários dos componentes que utiliza em seus jatos. Além disso, a norte-americana tem em Xiamen uma planta que transforma antigas aeronaves de passageiros em aviões de carga.
A China se transformou no segundo maior mercado para a Embraer depois dos Estados Unidos. As exportações de aeronaves para o país asiático somaram US$ 204,6 milhões em 2008, comparados a apenas US$ 24 milhões em 2007. De janeiro a setembro de 2009, os embarques de aviões para a China somaram US$ 260,4 milhões, graças à entrega dos E-190 que já haviam sido adquiridos pelas empresas chinesas anteriormente.
O mercado de aviação chinês é o que mais cresce no mundo.
A China irá adquirir mais 3.000 aviões na próxima década.
A China acaba de lançar um jato de tamanho médio, o primeiro de uma estatal chinesa sem associação com estrangeiros.
O ARJ-21 tem dois modelos, com 105 e 90 assentos, que concorrem diretamente com as aeronaves da Embraer.
Executivos da Embraer mostram preocupação quanto ao futuro da fábrica de Harbin.
A Embraer monta em Harbin, desde 2003, seus jatos ERJ-145, com capacidade para 50 passageiros. A fábrica surgiu de uma parceria com a estatal chinesa Avic II para atender a encomendas do modelo feitas por empresas aéreas da China.
Desde 2006, a Embraer não registra novas vendas do ERJ-145 para a China.
A última encomenda, de 50 unidades do jato, foi feita pela empresa Hainan.
Neste ano, porém, a Hainan reduziu os pedidos pela metade – e surgiram rumores de que a fábrica de Harbin pode ser fechada em 2011, quando terminam as entregas.
A Embraer está negociando com a China a montagem de aviões maiores, seu jato E-190, de até 120 lugares naquele país. O objetivo é convencer o governo chinês a concluir a compra de 45 jatos brasileiros, discutida já há mais de três anos, além de garantir a sobrevida da fábrica que a empresa mantém na cidade chinesa de Harbin.
Será que a Embraer conseguirá concorrer com os novos aviões Russos, japoneses e chineses da mesma categoria nos próximos anos ?
Não está na hora da Embraer diversificar seus produtos , como exemplo um projeto com tecnologia e desenho de um carro “totalmente” nacional com a marca mundialmente conhecida EMBRAER ?
Se a Mitsubishi fabrica satelites, aviões , rádios, navios , etc. porque a Ebraer nao poderia fabricar automóveis genuinamente brasileiros, desenhados por brasileiros?
Será que o BNDES participaria desse projeto ?
os chineses compram ferro do Brasil e não mandam mais apenas luzinhas de natal , mas agora querem ter seu próprio avião e carros para exportar para o mundo
Poderá concorrer com td e + alguns, e levar qualidade , e bons preços..essa é a fôrmula. Avante embraer.