Segundo um estudo da organização civil mexicana Consejo Ciudadano para la Seguridad Pública(CCSP), cinco cidades latino-americanas estão entre as dez mais perigosas do mundo. A lista não incluiu nenhuma cidade brasileira.
Pepa Palma e Mariângela Guimarães
A avaliação é feita a partir do número de homicídios dolosos por 100 mil habitantes e Ciudad Juárez, no México, na fronteira com os EUA, aparece em primeiro lugar.
As mais violentas segundo o levantamento do CCSP:
1- Ciudad Juárez, México (132 homicídios por 100 mil habitantes)
2- Caracas, Venezuela (96)
3- New Orleans, EUA (95)
4- Tijuana, México (73)
5- Cidade do Cabo, África do Sul (62)
6- Port Moresby, Papua Nova Guiné (54)
7- San Salvador, El Salvador (49)
8- Medelim, Colômbia (45)
9- Baltimore, EUA (45)
10- Bagdá, Iraque (40)
No Brasil, o último relatório completo com o índice de violência das cidades traz informações de 2006. Pelos dados da época, várias cidades brasileiras teriam entrado na lista da organização mexicana, entre elas Recife, então a capital mais violenta do Brasil, com 90,5 homicídios dolosos por 100 mil habitantes. Mas estudos mais recentes mostram uma diminuição da violência – ao menos, dos homicídios – e as maiores cidades brasileiras, Rio de Janeiro e São Paulo, têm atualmente índices de 33,2 e 11,5, respectivamente.
Poder hegemônico
O secretário técnico do CCSP, José Carrasco Rueda, atribui a presença de tantas cidades latino-americanas entre as mais violentas do mundo ao fato do continente ter adotado a chamada ‘doutrina de segurança nacional’, na qual, segundo ele, “basicamente se estabeleceu um poder hegemônico dos Estados Unidos sobre o hemisfério, e qualquer situação social, qualquer situação de movimento comunitário que não esteja alinhada com esta doutrina, pode ser considerada uma ameaça”.
Deste modo, durante décadas, a estratégia para resolver os problemas de segurança latino-americanos deixou de lado a participação social, que Carrasco aponta como fundamental, fazendo com que “todas as forças de segurança do Estado e a capacidade judicial das polícias para fazer frente às ameaças se alinhassem com esta doutrina, considerando inimigo todo aquele que não seguia a mesma linha”.
Ministério da Segurança
José Carrasco Rueda recomenda que os fenômenos de insegurança sejam tratados de maneira setorizada, de forma que se incluam na mesma estratégia a pirataria de marcas, as gangues e o narcotráfico.
Na 1a Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg), realizada na semana passada em Brasília, uma das propostas colocadas em pauta foi a da criação de um Ministério da Segurança Pública no Brasil, para fazer frente à violência de maneira específica, desvinculado das políticas de segurança e dos procedimentos burocráticos do Ministério da Justiça, mas a ideia não foi aprovada.
Apesar de nenhuma cidade brasileira estar agora na lista das dez mais violentas, o país registra 48 mil homicídios por ano, o que é uma das taxas mais altas do mundo.
Contra brinquedos bélicos
Também com o objetivo de abordar o problema da violência, foi aprovado na semana passada na Venezuela, com o apoio de todos os setores parlamentares, um projeto de lei para proibir a fabricação, venda e aluguel de vídeo-games e brinquedos bélicos. Segundo dados oficiais, a principal causa de morte entre jovens de 15 a 19 anos na Venezuela são armas de fogo, e a insegurança é uma das principias preocupações dos venezuelanos.
Para José Carrasco Rueda, esta legislação sobre brinquedos bélicos deve ser reforçada por outra série de opções e estratégias “para que o efeito seja um pouco mais sistêmico”. “Tem que vir acompanhada de um claro diagnóstico social da problemática da insegurança e de medidas nas áreas de saúde, de educação, de cultura, de emprego e de economia”, conclui.
* Ouça a entrevista, em espanhol, do secretário técnico do Consejo Ciudadado para la Seguridad Pública, José Carrasco Rueda, à jornalista Pepa Palma.
Nota do Blog
Isto não serve de desculpa para esconder o que se passa nas grandes cidades do Brasil, especialmente na eterna famigerada, São Sebastião do Rio de Janeiro, que para os Jornais Espanhois em especial ( aqueles que não estão convencidos da derrota das olimpíadas de 2016) e para todos aqueles que só mostram aquilo que não presta do Brasil, de que o buraco é mais embaixo.
Portanto, aqui vai o meu recado:
Tem muito macaco escondendo o rabo para falar do rabo dos outros.
É preciso combater sim a violência, o tráfico de drogas e a baderna na justiça que imperam no Brasil, entretanto, é preciso elucidar à comunidade internacional de que existe ai mundo afora locais que estão precisando tanto quanto o Rio de medidas urgentes.
Por exemplo New Orleans e Baltimore que em pleno solo Americano apresentam índices de violência superiores à Bagdad, o mundo ai fora é tão podre quanto.
Deve-se cobrar de nossas autoridades e de nossa sociedade soluções imediatas para por um fim neste estado de quase guerra civíl, mas é importante também não dissiminarmos a sensação de que a luta está perdida. E o mais importante de que o Rio não é Sin City…
Brasil Acima de tudo
E.M.Pinto
Caso ñ se faça investimentos no ser humano,por melhorar os índices do IDH dos + miseráveis , os favelados,os das comunidades;é chover no molhado,é lá nesses lugares, q está o desespero, a falta de pespetivas p o futuro…