Lançamento de Foguetes

Burocracia emperra projeto estratégico, diz diretor da binacional de Alcântara

REJANE XAVIER

O diretor da empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), Roberto Amaral, afirmou, na semana passada, em audiência da Comissão de Relações Exteriores, que o País não tem projetos estratégicos consequentes fora da área econômica. “Qualquer burocrata de terceiro escalão nos ministérios da Fazenda ou do Planejamento barra os recursos para um projeto nacional estratégico”, lamentou Amaral. “O detonador que provocou o acidente (em Alcântara) foi a dieta de recursos”, acusou.
A empresa Alcântara Cyclone Space foi criada em 2006 pelo Brasil e a Ucrânia para operar e comercializar serviços de veículos lançadores de satélites a partir de Alcântara, no Maranhão. O mercado mundial de lançamentos de satélites é da casa de 6 bilhões de dólares (cerca de R$ 10,4 bilhões) por ano.
Entraves – Roberto Amaral mencionou os entraves que têm impedido a concretização do lançamento brasileiro. Problemas de localização, de logística – o governo desistiu da construção do porto previsto -, de formação e manutenção de pessoal, de conflitos com a comunidade local e de licenciamento ambiental vêm atrasando o programa de lançamentos. Também existe a pressão dos países detentores da tecnologia, que chega até à proibição do fornecimento de componentes.
A atuação do Ibama foi fortemente questionada pelo diretor. Os custos para o licenciamento já chegam a R$ 20 milhões, o que não se justificaria em se tratando de um projeto estratégico, de interesse nacional. “É o governo trabalhando contra o governo” resume o deputado Ribamar Alves (PSB-MA), que sugeriu que a Câmara, e especialmente o Partido Verde, auxiliassem na solução desse entrave junto ao Ibama e ao próprio ministro do Meio Ambiente.
Entretanto, segundo Amaral, de todas as dificuldades, a falta de uma política permanente e de recursos adequados é a principal. “O Brasil foi ultrapassado por Israel, Irã e Coreia do Sul, e agora, ao que tudo indica, também pela Coreia do Norte”.
O programa espacial brasileiro foi iniciado em 1961, quando foi criada a Comissão Nacional de Atividades Espaciais. “Estávamos à frente da Índia e da China”, informou Amaral. “A China lançou seu primeiro satélite em 1970. Hoje lança um voo tripulado, tem 27 mil empregados; e nós não conseguimos cumprir nenhuma das metas estabelecidas em 1961”, comparou.
Em 1977, o Brasil estava em condições de igualdade em tecnologia de veículos espaciais com a Índia. Hoje, a Índia domina a tecnologia de propulsão líquida criogênica e, junto com a China, destaca-se por seus programas espaciais com lançamentos de veículos e satélites de grande porte e o domínio completo da tecnologia espacial.

Brasil paga a outros países para colocar satélite em órbita

Toda vez que precisa colocar um satélite em órbita, o Brasil paga, por lançamento, de 25 a 50 milhões de dólares a outros países. Ao dominar a tecnologia de lançamento, poderá cobrar isso para lançar satélites de terceiros. O custo do lançamento em Alcântara, pela proximidade com o Equador, pode ser 30% mais barato do que nos países lançadores do hemisfério norte.
Segundo Roberto Amaral, já existem os mercados “cativos” brasileiro e ucraniano; também há perspectivas comerciais no mercado latinoamericano. Argentina, Venezuela e Colômbia têm planos de lançamento, e o próprio mercado americano, apesar das fortes restrições políticas e de segurança, é um cliente potencial.

Fonte: NOTIMP

5 Comentários

  1. Na minha visão, 4 pilares são fundamentais para a política de estado; sendo:

    1° “Defesa”, pois o território é a base do estado e da nação.
    2° “Saúde”, pois a saúde é condição primária para a cidadania.
    3° “Educação”, pois a educação é a condição primária para o desenvolvimento social.
    4° “Infraestrutura”, pois a infraestrutura é a condição primária para o desenvolvimento econômico.

    Dentre estes 4 pilares, deve ser levado em conta os níveis de “carência”, considerando as ameaças, as oportunidades, os benefícios e os planos para o futuro, para a eficaz aplicação de recursos.

    Mas o quadro é outro… realmente é difícil manter a postura diante de um congresso estúpido, débil e incapaz, que não representam de forma alguma a nação, mas somente seus próprios interesses políticos e financeiros.
    Vejo nos notíciários a quantidade massante de CPI’s criada por estes cretinos e estúpidos senadores e deputados, que não tem nem a menor qualificação nem para redigir seus próprios discursos, quanto mais para produzir investigações confiáveis. Jogam no lixo a função investigativa da PF e do Ministério Público.
    Estou convencido que nosso país é muito rico, e próspero, mas esta gente mantém a nação na miséria e no subdesenvolvimento.
    Sinto a falta dos movimentos estudantis da UNE, a falta da OAB e dos demais setores da sociedade contra esses cretinos.

  2. Ao sr.Ivan, o terrível; eu procurei algo p contesta-lo….vou tentar achar qualidades nesses srs, vai lavar alguns anos ; + farei esse esforço. Pode atér esperar em pé , se quiser. + vou (heheheheheheh)

  3. Mas aínda ha o que comemorar.

    Dois eventos ocorridos simultaneamente nesta quinta-feira, 15, no Departamento Geral de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP), foram responsáveis por aproximar o país do domínio completo do ciclo espacial.

    Um deles foi a primeira certificação de um veículo espacial ocorrida no Brasil, para o VSB-30, foguete de sondagem brasileiro desenvolvido desde 2001 pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), capaz de transportar 400 quilos a 276 quilômetros de distância da terra, permitindo experimentos em microgravidade por um tempo de até cerca de seis minutos.

    Custando cerca de R$ 750 mil a unidade, o diretor do Instituto, Coronel Engenheiro Francisco Carlos Melo Pantoja, garante haver interesse do mercado mundial nesse produto para realização de experimentos científicos diversos.

    O segundo evento, denominado Operação Ômega, resultou na queima, em um banco de provas, do propulsor S40M [para assistir o vídeo, clique aqui], que representa o terceiro estágio de um futuro lançador de satélites brasileiro (VLS).

    Esse teste causava expectativa porque era necessário comprovar a funcionalidade desse equipamento que, com 5,6 metros de comprimento e um metro de diâmetro, recebeu ao longo dos últimos anos alterações diversas, principalmente no aspecto segurança.

    O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, que participou dos eventos, destacou que a certificação e a Operação materializam um dos principais objetivos da Estratégia Nacional de Defesa, o domínio do conhecimento na área espacial para o futuro lançamento de satélites brasileiros em veículos produzidos no país. Emocionado, destacou a audácia e a coragem dos pesquisadores que “olham muito para frente”, explicando que somente dessa forma o país deixará de depender dos outros.

    Fonte: FAB

  4. Podem ficar sucegado em quanto a demora, pois agora sou eu que estou fazendo essa torre, la para o dia 4 de janeiro ja estarei mandando ela prontinha.
    Nao se preucupem deixa para nois assinado: Estrutel

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