Nahum Sirotsky, correspondente iG em Israel
No Oriente Médio é inevitável pisar em complicações. Houve realmente momentos muito tensos na fronteira de Israel com o Líbano. Naharia, cidade litorânea israelense visada por morteiros atirados do Líbano, praticamente construída por judeus vindos da Alemanha, ainda tem aspectos que lembram Blumenau. A fronteira com o Líbano fica logo ali, como mineiros ensinam caminhos. Há uma curta ponte a ser atravessada com trechos guardados por israelenses, os boina azuis, dos soldados libaneses. É uma ponte da mesma extensão que o Viaduto do Chá, em São Paulo.
Foi um conhecido árabe-palestino, Mahmod Mhagnh da pequena cidade inteiramente árabe-palestina, Am al Fahm, que ao ler uma notícia em sua língua, disse: “Google em árabe informa que três morteiros foram lançados do Líbano sobre Naharia”. Pensei que era o começo de mais um confronto. Logo em seguida, ainda em árabe, Beirute, a capital libanesa, confirmava o ataque. E em seguida soube da controlada resposta de artilharia israelense, em protesto ao comando da tropa da Organização das Nações Unidas responsável por manter o cessar-fogo.
Acalmei-me. Era óbvio que não se desejava uma escalada. Mas, também é verdade que jamais faltam grupos minoritários tentando fazer tudo explodir. Beirute volta a ser a cidade com a vida noturna mais agitada do mundo árabe. Ainda se está no mês muçulmano do Ramadã, no qual se faz o jejum do amanhecer ao anoitecer e também banquetes noturnos. Não existe interesse em botar fogo no barril de pólvora que é toda a região. Mas a questão do Irã angustia a todos.
Está previsto que até o fim do mês Teerã terá de responder aos Estados Unidos, Europa e ONU se concorda com uma solução política da dúvida em relação a suspeita de um possível programa nuclear. A leitura dos jornais americanos mostra que é a questão mais debatida depois do desafio de Obama no Congresso, sobre a proposta de reforma da saúde. Ele quer uma espécie de socialização da medicina a qual os setores conservadores, como organizações hospitalares, associações de médicos, empresas de seguros e indústria de medicamentos, estão resistindo.
Mas, por exemplo, o “Wall Street Journal” escreveu em seu editorial que é urgente que se faça o Irã mudar de ideia ou, como transcrito de matéria assinada por Amos Harel, do diário “Haartez”, “porque do contrário Israel bombardeará centros atômicos iranianos”. Ele também escreve que John Bolton, “ultra-hawk”, como o chamam, que foi da equipe de Bush, não acredita que sanções farão os iranianos desistirem de sua bomba. Um ex-secretário de Defesa americano acha que Israel não permanecerá indiferente ao caminho iraniano.
Harel escreve que, se houver um ataque, o Irã acionará seus aliados, o Hezbollah no norte e o Hamas no Sul, ambos com grandes arsenais de mísseis. Há chances de que sejam derrotados, mas Israel seria o alvo de um bombardeio infernal. O texto do colega bem informado provoca um frio no estômago. Ele sabe especular com inteligência.
Bem, diante do ódio manifestado a Israel, pode-se concluir que um Irã atômico seria uma ameaça à existência do Estado judeu. E, claro, também ao mundo consumidor de petróleo. E ao próprio mundo árabe que na maioria adota a seita sunita oposta ao Irã persa e xiita.
Na verdade é um quadro confuso. Acompanhem. Foi concedido ao Irã até o final do mês para aceitar conversar sobre seu programa e mudá-lo em troca de compensações. Ou ser submetido a duríssimas sanções econômicas às quais não teria condições de resistir. Mas para as punições funcionarem precisariam do apoio russo. Putin, chefe do governo russo, diz não ter motivo para duvidar que o Irã se concentre num programa de fins pacíficos. Não concorda e afirma que o uso da força é inaceitável. O general Georgelin, chefe do Estado Maior das Forças Armadas francesas, alega que a opção pelo uso da força não é a mais viável. O caso é que o primeiro ataque teria de realizar todos os seus objetivos, o que é pouco provável. Um fracasso seria catastrófico. Alguns analistas concluem que ele assim pensa por considerar provável que o Irã tenha os meios de replicar.
A União Europeia se inclina a uma posição comum com os americanos antes de uma reunião do G20, do qual o Brasil faz parte, marcada para Pittsburgh, nos Estados Unidos, no fim deste mês. Obama prefere conversar. Mas, enquanto escrevia, chegou dos Estados Unidos a informação de que Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha aceitam a proposta iraniana feita há poucos dias por escrito com a condição de não se discutir o seu programa nuclear. “Se viermos a conversar encontraremos meios de introduzir a questão nuclear iraniana”, disse o porta-voz do Departamento de Estado. “E se o Irã não aceitar, como no passado, então pensaremos no que fazer”.
É claro que os seis países sabem muito bem que poderão ser surpreendidos pelo sucesso do programa nuclear de Teerã. A Índia, o Paquistão e a China, por exemplo, surpreenderam quando testaram sua primeira bomba. Os satélites artificiais que espionam o mundo não penetram em todos os locais onde se pode trabalhar com ciências ou tecnologias secretas.
Mas é obvio que as principais potências não se inclinam pela força. E Israel, única democracia e país não islâmico da região, com o equivalente a cerca de 2% do território e cerca de 1% da população iraniana, terá de esperar que as seis potências consigam saber para onde caminha o Irã. Talvez esteja apenas ganhando tempo. E se for o caso, depois de testar a bomba será tarde demais para uma solução por meio do diálogo. E o Estado israelense teria de viver sob a constante ameaça de ser atacado. Não gosto de especular sobre as possíveis decisões dos países.
O presidente dos EUA, Barack Obama, tratou de deixar claro ao premiê Binyamin Netanyahu, no encontro desta segunda-feira na Casa Branca, que Israel não está em condições de ditar a agenda americana para o Oriente Médio.
Obama vinculou qualquer atitude em relação a Teerã primeiro à resolução do conflito israelo-palestino, culminando urgentemente na criação de um Estado palestino. Segundo o presidente americano, isso esvaziaria a retórica do Hezbollah e do Hamas e por tabela a do Irã, o maior aliado desses grupos.
Talvez em um primeiro momento mas, não creio que esta atitude por parte de Israel realmente vá dar grande vantagen em negociações futuras quanto a tentar esvaziar o programa nuclear iraniano.
Em minha opinião, estão iludidos se imaginam que apartir do momento que se comecem de fato negociações para o Estado palestino, já se poderá cobrar o que quiser do Irã.
Ao meu ver chega ser meio ingenuo imaginar tal coisa.
Infelizmente, nao acho que esta pressão de Barack Obama seja suficiente.
Nao entendo pelo que estão esperando, existem situações urgentes que precisam ser encaradas e nao adianta se protelar. Francamente, a questão do estado palestino podia ter sido resolvida “ontem”.
Mas, é compreensível a preocupação do premiê Binyamin Netanyahu assim como dos israelenses que votaram na direita possivelmente buscando um governo mais “forte” frente aos problemas que se avizinham especialmente o programa nuclear dos iranianos associado com o discurso belicoso de seu presidente.
No entanto Obama também não quer perder o controle da situação e seus argumentos são razoáveis o oriente médio precisa esvaziar seus discursos, os israelenses tem que esvaziar o discurso dos grupos radicais, e os palestinos também.
Apesar de recentes declarações do líder do Hammas que ponderou sobre a ineficácia da luta armada e terrorista e acenou com uma espécie de proposta, que poderia ser um começo de acordo mas ainda muito ruim para os israelenses, por que é fundamental que esses grupos reconheçam Israel e voltem atrás na intenção de ‘risca-los do mapa’, sem esses pressupostos acredito que não seria possível iniciar um acordo razoável.
Por outro lado, o governo de direita cometeria suicídio político se caminhar nesse sentido, o eleitorado conservador israelense não quer nem pensar em um estado palestino, como o própria denominação diz, querem conservar o que tem e se possível progredir mais em seu sonho bíblico.
Os radicais de ambos os lados são as maiores pedras no sapato da paz.
Se esse pessoal quisesse a paz, já teria alcançado há muito tempo atrás, mas creio que a questão palestina é apenas um forma de manter o clima elevado e em constante beligerancia com Israel pelo menos por parte do Irã.
Mas ninguem da região quer um país xiita radical com poder nuclear, principalmente os sunitas.
Creio que por detrás desta situação toda existem negociações em off para encontrar uma saída para a questão Irã, e isto inclui Israel, sim.
Obama ainda esttá muito verde, Bush era amargo demais, vomitaram ele, mas se Obama for docê demais, logo logo, vão engolir ele.
Se derem um estado aos Palestinso , esvaziam a s alegações Iranianas, + isso os sionistas ñ o faram; solução: O argumento p os Arabes + os Persas se armarem contra os judeus…tem de ser caso a caso, ñ tem outro jeito, é essa a saída. O Estado Palestinso tem de virar uma realidade, depois disto o resto vai se esvaziar…se ñ, preprarem -se mt guerras virão, é numa delas é bem possivel q israel caia; será mt escombros…ñ abusem da sorte.É uma luta fraticida.
..se os sionistas ñ tiverem bomboas atômicas, coisa q eu ñ acredito, corre um boato de serem 273 bombas ;e eles tem meios de lançar as mesmas sobre os árabes..daí , os Persas estarem, possivelmente, atrás de umas..p contrapor as dos sionistas…A ONU tem uma agência fiscalizadora sobre a propagação de armas atômica…onde está ela q ñ nos fala nada sobre os sionistas?+ estão enchendo o saco do BRASIL..Onde? Dois pesos e uma medida?