Uma equipe americana de pesquisadores descobriu um composto inorgânico que armazena hidrogênio de forma eficiente e que pode ser reciclado com o gasto de pouca energia. Este pode ter sido o passo decisivo para se chegar ao carro do futuro, movido à células de hidrogênio, a preço acessível e sem emissões  de carbono.

A tecnologia dos carros do futuro deverá sofrer um avanço decisivo após uma descoberta anunciada num artigo que será publicado no próximo número da revista científica Angewandte Chemie. Em causa, está um novo método de reciclar borazano, o composto considerado promissor para armazenamento de hidrogênio.

Uma das questões essenciais desta tecnologia será a do armazenamento do hidrogênio, combustível fácil de produzir, mas difícil de manter nas condições de temperatura ambiente.

Um combustível para uma máquina de transporte deve ser leve e ter conteúdo energético elevado. O hidrogênio puro é um gás e não pode ser utilizado para fazer um carro andar 450 km com um único abastecimento. (Este valor é o padrão técnico que as marcas de automóveis desejam atingir para igualar a atual tecnologia de transportes rodoviários).

Para resolver este problema, os pesquisadores apresentam o composto inorgânico chamado borazano, uma molécula que contém um átomo de boro, Nitrogênio e seis hidrogênios, com capacidade de armazenar 20% do seu peso em hidrogênio.

A limitação do borazano, até agora, era a reciclagem. Após consumo do hidrogênio, não havia métodos eficientes de o reintroduzir no combustível. Era como se um veículo só pudesse ser usado uma vez.

O novo método de reciclar o borazano foi desenvolvido por cientistas do Laboratório Nacional de Los Alamos e da Universidade de Alabama, nos EUA. Esta equipe descobriu que uma das formas resultantes com menos hidrogênio, chamada poliborazileno, pode ser reciclada com um mínimo de energia. As implicações são vastas, eventualmente permitindo recarregar cada depósito com hidrogênio suficiente.

Será preciso desenvolver máquinas que permitam usar esta descoberta. Falta chegar aos protótipos e sobretudo à produção em larga escala, que permita a minimização dos custos. Tal como existem, as células de hidrogênio são dispendiosas e não há infra-estruturas de abastecimento de hidrogênio.

O carro do futuro está ainda bem longe, mas esta descoberta pode resolver aquele que era, até hoje, o maior problema: armazenar o combustível de forma a que o veículo produzisse electricidade para, logo depois, ser reabastecido num único passo.

Fonte: Enviado Por Ricardo Carvalho (Portugal)

1 Comentário

Comentários não permitidos.