O chefe do estado-maior da Esquadra russa anunciou, nesta quarta-feira, que seu país estuda a aquisição, da França, de um vavio de empregos múltiplos do tipo “Bâtiment de Projection et de Commandement” (BPC). O general Makarov, que fez a declaração durante uma viagem com o presidente Medvedev, explicou que a Rússia deseja, eventualmente, dispor de quatro a cinco navios deste tipo. Falando sobre o primeiro navio, o oficial indicou que Moscou desejaria assinar o acordo ainda este ano.
Nenhum detalhamento foi dado em relação ao valor esperado da transação, nem à divisão de trabalho industrial imaginada. Se o negócio for concluído, o primeiro BPC, pelo menos, poderá ser construído em Saint-Nazaire na França. Efetivamente, os estaleiros russos não aparentam dispor ao momento de meios industriais eficientes o suficiente para a realização de uma unidade como esta, concebida sob normas civis a partir de uma série de grandes blocos pré-equipados.
Mas é seguro imaginar que, se o acordo progredir, a indústria russa acabará sendo envolvida no programa, já que os contratos de exportação envolvem, tradicionalmente, algum tipo de transferência de tecnologia. Deve-se lembrar o exemplo das fragatas para Cingapura onde o primeiro navio foi construído pela DCNS (projetista do BPC) na França e os navios seguintes construídos localmente, com assistência técnica francesa. Se a Rússia encomendar um BPC da França o navio poderá ser colocado em serviço já em 2012.
Seria uma novidade, do tipo que não ocorre desde a Segunda Guerra Mundial Um contrato como este representa, em todo caso, uma das mais belas, senão a mais bela vitória comercial de exportação da história da DCNS. Jamais, desde as entregas de armas por americanos e britânicos durante a Segunda Guerra Mundial, a Rússia comprou grandes equipamentos militares do ocidente. Igualmente, para além do eventual programa BPC, este contrato poderá se constituir na ocasião do grupo naval francês DCNS se posicionar para participar do futuro projeto de porta aviões russos, grandes e complexas plataformas cuja realização exigirá sem dúvida de uma substancial melhoria nos estaleiros russos.
De aqui até lá, será preciso ver se um primeiro BPC será efetivamente encomendado e de que tipo ele será. A Rússia pode optar por simples gêmeos dos BPC franceses Mistral e Tonnerre. Concebidos para a projeção de forças e capazes de servir de Posto de Comando flutuante a uma operação conjunta, navios de 199 metros apresentando um deslocamento de 21.500 toneladas quando carregados. Dotados de vastas instalações médicas, eles podem embarcar 16 helicópteros, quatro lanchas de desembarque (ou dois veículos rápidos do tipo L-CAT ou LCAC), 70 veículos e 450 homens da tropa de desembarque.
Além do modelo adquirido pela Marine nationale, a DCNS igualmente propõe, para exportação, diversas versões do BPC, que vão desde 14.000 até 27.000 toneladas. Fora da Rússia o grupo francês espera inserir seu produto em outros países como a África do Sul e o Canadá. Fonte: Mer et Marine Comentário da ALIDE
Curiosamente, na conclusão do texto acima, o autor não citou o Brasil como potencial cliente do BPC, a despeito de nossas fontes indicarem que este seria o projeto preferido da Marinha do Brasil para cumprir a missão de “Navio de Múltiplo Emprego” conforme detalhado na END. Adicionalmente, o autor parece nem se preocupar com a perspectiva de tal venda vir a ser absolutamente conflitante com os objetivos e políticas americanas de contenção do poder naval futuro da Rússia.
Não é difícil prever a escala da pressão política a que o Palácio do Eliseu terá de se submeter para conseguir levar este contrato a termo. Vejamos como este assunto progride.
se essa compra se concretizar, o que me parece que será um fato, eles , os Rússos fizeram uma excelente aquisição para o seu poderio naval…a passos largos.