Várias reportagens publicadas na imprensa sobre o lançamento sul-coreano trazem uma interessante afirmação de Ian Kelly, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, sobre o programa do país asiático. “Os sul-coreanos desenvolveram o seu programa de modo muito aberto e transparente, de acordo com os compromissos internacionais que eles assinaram”, disse Kelly.
Seria esta afirmação do governo norte-americano simplesmente palavras simpáticas a um grande aliado na Ásia, ou uma mudança de paradigma dos EUA em relação a programas locais de lançadores?
Os Estados Unidos sempre foram muito críticos sobre programas locais de lançadores desenvolvidos por nações emergentes (ou terceiro-mundistas, usando o conceito do período da Guerra Fria), como o Brasil (Programa VLS), a Argentina (Condor), a África do Sul, e o Egito (Badr-2000), entre outros, por receio do eventual uso da tecnologia dual para propósitos militares. Vários países acabaram desistindo de seus projetos, mas alguns continuam a tocá-los, como o Brasil.
Em meados da década de noventa, com o objetivo de esclarecer e formalizar as intenções brasileiras na área de lançadores, o governo Fernando Henrique Cardoso assinou e ratificou alguns compromissos internacionais na área, como o Missile Technology Transfer Regime (MTCR). Isto por si só já seria elemento para caracterizar o Programa VLS como “aberto e transparente”.
Independente de qual seja a real motivação do posicionamento americano sobre o lançamento sul-coreano, o fato é que a cada dia que se passa notam-se pequenas mudanças na política dos EUA sobre questões sensíveis em áreas entendidas como duais, como a de lançadores espaciais, no comércio e transferência de tecnologia aeroespacial e militar. O interesse crescente por mudanças na legislação ITAR, algumas vezes abordadas aqui no blog, é exemplo dessa aparente mudança de paradigma. Quando Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA envia carta ao governo brasileiro dizendo que seu país propõe “transferência de tecnologia sem precedentes” no fornecimento de caças para a Força Aérea Brasileira, vê-se outro exemplo de aparente mudança.
Está ótimo o novo formato, o bom é a qualidade das materias;é isso e pura loas,eles estão se mordendo de raiva, foram os Rússos é não eles , que por eles o coreanos estariam = ao BRASIL…patinando sem sair do lugar.Estão de parabéns, adelante.