Representantes da indústria naval e de institutos de pesquisa – como o Sinaval, a Sobena e a Transpetro, a Coppe/UFRJ, a USP e o Centro de Excelência em Engenharia Naval e Oceânica (Ceeno) – estão discutindo a criação de uma rede de desenvolvimento da competitividade da indústria naval. O objetivo é elaborar projetos, reunindo academia e indústria, para solucionar as demandas por melhoria da produtividade e modernização do setor de construção naval, explicou o professor da Escola de Engenharia da UFRJ, Floriano Pires, durante palestra na sexta edição da Navalshore. A Transpetro também anunciou que criará uma rede de estudos para a navegação, envolvendo logística e construção naval.
Floriano disse que a rede, ainda sem nome, terá um comitê gestor nacional, dividido em núcleos regionais nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul. “Até o final de setembro, já devemos nos reunir para criar os núcleos regionais. Vamos reunir centros de pesquisa, indústria, universidades e, no prazo de um mês após o inicio das atividadres, a gente deve ter condições de definir um plano estratégico, com propostas para a solução de problemas e formas de financiamento”, explicou.
Segundo o professor, um dos objetivos ajudar a tornar os estaleiros brasileiros mais produtivos e modernos, em condições de competir no mercado internacional, além de auxiliar instituições com boas idéias mas ainda sem muito prestígio a obter financiamento para seus projetos. Os recursos, disse, viriam das fontes já existentes, como Finep, Faperj e BNDES.
“Era preciso criar uma rede de P & D envolvendo estaleiros, institutos de pesquisa, escolas técnicas, Petrobras e Transpetro, indústria fornecedora de equipamentos e matéria prima, engenheiros, classificadoras, Marinha e órgáos de fomento. É um esfor;co conjunto e articulado para que, se náo conseguirmos atrair novos recursos para P&D, pelo menos vamos ajudar afazer com que os recursos existntes possam ser direcionados para as demandas mais flagrantes da indústria naval brasileira”, afirmou.
Floriano afirmou que os estaleiros brasileiros, com exceção dos mais novos como o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), ainda apresentam grande defasagem tecnológica frente aos estaleiros coreanos, e disse que existe grande carência de mão-de-obra.
“Os quatro maiores estaleiros brasileiros em atividade empregam 164 engenheiros de um total de 6.393 trabalhadores, ou 2,6% do total. Em geral, estes engenheiros fazem detalhamento de projeto, e náo engenharia de projetos. Tem que ter sistemas computadorizados, desenvolver modelos em 3D na prática do dia-a-dia e formar recursos humanos. Temos demanda reprimida até por funcionários de ‘chão de fábrica’. Se nossos estaleiros tentarem ir para o mercado internacional com os trabalhadores atuais, vão esbarrar no perfil do trabalhador. É preciso que eles tenham um grau de escolaridade maior e formação técnica de alto nível”, explicou.
Já Isaias Masetti, diretor do Centro de Pesquisas (Cenpes) da Petrobras, anunciou que a companhia deve criar uma rede para discutir formas de tornar a navegação mais eficiente. “Vamos tentar organizar uma rede para estudos que aumentem a eficiëncia do transporte marítimo em geral. A rede envolveria tanto a parte de logística, propulsão etc. Seria um fórum permanente, para criar massa crítica e filosofia de trabalho com mais eficiência e sem medo de implantar novas tecnologias”, disse.
Temos de unir os centros de excelências para o bem do BRASIL e da MB.
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