Boeing 787 apresenta novos problemas

A aeronave Boeing  787 surgiu como um projeto extremamente avançado e que  seria a promessa de mais uma aeronave capaz de revolucionar a indústria aeronáutica mundial.

Entre outros conceitos, o 787 aplicaria de maneira inédita uma grande quantidade de materiais compostos de forma a substituir os metais, esta promissora tecnologia previa entre outras vantagens a redução do peso da aeronave e maior durabilidade das células que teriam seus ciclos de vida superiores em relação aos concorrentes.

O 787 também surgiu como uma promessa de uma aeronave “verde” uma vez que era esperado que o avião por utilizar novas e revolucionarias tecnologias seria mais ecológico.

entretanto um projeto desta envergadura, que congrega um número nunca antes reunido de tecnologias inovadoras tem encontrado sucessivos percalços dada a complexidade do programa.

As ações da companhia tem sofrido sucessivas quedas por conta dos atrasos principalmente no programa B-787 o que tem gerado insatisfação em sua diretoria e pelo que parece novas cabeças devem rolar.

Problemas:

Do ponto de vista econômico a Boeing tem gastado muito mais do que estimado inicialmente no programa, os custos estão subindo a cifras já consideradas alarmantes uma vez que o custo final da aeronave depende fundamentalmente do custo de projeto, este que tem subido e agravado a situação, ocasionando inclusive a demissão de executivos de alta patente na companhia.

Certamente o custo final da aeronave se elevará causando outros problemas, mesmo com uma carteira de intenções de mais de 850 aeronaves a Boeing receia a perda de potenciais clientes em vista dos atrasos no programa e da elevação do custo do projeto.

Problemas estruturais.

Os materiais compostos são sem dúvida inovadores e se constituem no futuro da aviação, entretanto a Boeing tem enfrentado sucessivos problemas com as seções estruturais tendo alguns dos seus fornecedores descoberto problemas de fissuras e falhas estruturais.

Um caso emblemático foi o recentemente divulgado pela porta-voz da Boeing, Loretta Gunter que confirmando que o fabricante Americano teria ordenado a interrupção da produção de seções especiais construídas na empresa Italiana Alenia Aeronautica até que um estudo aprofundado seja efetuado e solução para os problemas sejam apresentadas.

O recobrimento em materiais compostos parece ser outro problema do qual o fabricante já parece ter solução definida.

Ocorre que as aeronaves tradiconalmente recobertas por finas lâminas metálicas compostas majoritariamente de alumínio possuem uma característica peculiar, são isolantes naturais de interferências eletromagnéticas pois se constitui numa gaiola de Faraday.

Uma vez que os materiais empregados na fuselagem do 787 são oriundos de materiais compostos isolantes naturais, estes não teriam a capacidade de blindar a aeronave dos efeitos de interferência de ondas eletromagéticas podendo gerar danos aos instrumentos eletrônicos e mesmo ocasionar um incidente mais grave por decorrência de um raio.

Para solucionar este problema a Boeing supostamente adotou uma alternativa que permanece em segredo, embora já se tenha aventado a possibilidade de terem sido introduzidos nos “sanduíches” de materiais compostos da fuselagem fios metálicos condutores de forma a proteger a aeronave.

Tal como a solução deste problema, é de senso comum que a Boeing irá conseguir solucionar os outros problemas, colocando o 787 em voo num horizonte de tempo de no máximo dois anos.

O voo do 787 era esperado para Julho deste ano entretanto um novo atraso poderá comprometer a data inaugural desta aeronave que tem sido muito aguardada pelo mercado civil de aeronaves e pelos amantes da aviação tal como o autor.

E.M.Pinto

Plano Brasil