Aniversário da morte de brasileiro será Dia Mundial Humanitário

GENEBRA – Os trabalhadores humanitários mortos em meio a conflitos serão lembrados neste ano pela primeira vez com uma data comemorativa, na quarta-feira, quando se completam seis anos do atentado que matou 22 pessoas na sede da ONU em Bagdá, inclusive o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que era o chefe da missão.

Uma fundação criada pela viúva dele, Annie, e por ex-colegas se mobilizou para homenagear os heróis modernos que se sacrificam para fornecer alimentos, água potável, vacinas e abrigo a civis apanhados em guerras e desastres.

“O 19 de agosto foi a primeira vez que a ONU foi atacada direta e violentamente, mas será uma ocasião para lembrar todos os que fazem trabalho humanitário que perderam suas vidas”, disse Annie Vieira de Mello à Reuters em Genebra, onde se dará a cerimônia.

A Assembleia Geral adotou em dezembro, por iniciativa da Suécia, uma resolução criando esse Dia Mundial Humanitário, separadamente do Dia das Forças de Paz da ONU, em 29 de maio.

“Nos últimos 10 anos, 700 trabalhadores humanitários perderam suas vidas em ataques, seqüestros e assaltos. Esse dia os homenageia”, disse Elisabeth Byrs, porta-voz do Escritório de Assuntos Humanitários da ONU, em uma entrevista coletiva.

“Os trabalhadores humanitários estão sendo cada vez mais visados em ataques, é um problema real. Como resultado, as operações de ajuda são frequentemente interrompidas, privando pessoas vulneráveis de mantimentos”, disse ela.

Em 2008, 260 trabalhadores humanitários foram vítimas de ataques violentos – sendo mortos, seqüestrados ou gravemente feridos, segundo o Instituto de Desenvolvimento do Exterior, entidade britânica que monitora esses casos. Foi o maior número em 12 anos desse levantamento.

Desse total, 122 deles foram mortos no ano passado, em comparação aos 36 de 1998.

“A taxa de mortalidade em 2008 para os trabalhadores humanitários internacionais excede o de tropas de paz da ONU”, disse o grupo num recente relatório.

“Os ataques contra trabalhadores humanitários aumentaram fortemente desde 2006, com uma particular tendência de alta nos seqüestros.”

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Fonte: Último Segundo

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