BOGOTÁ, COLÔMBIA – Os rebeldes das Farc estão abertos a negociar com o governo da Colômbia se receberem garantias de segurança, declarou o principal comandante da guerrilha em uma entrevista divulgada na quarta-feira.
Alfonso Cano, que assumiu o comando das Farc há mais de um ano, disse à revista local Cambio que os guerrilheiros estão abertos a negociar para encerrar o conflito de quatro décadas.
A campanha de segurança do presidente Álvaro Uribe, com apoio dos Estados Unidos, conseguiu enfraquecer as Forças Armadas Revolucionária da Colômbia (Farc) nos últimos anos. As guerrilhas estão isoladas em áreas remotas e a violência diminuiu, mas as negociações para acabar com a insurgência mais antiga da América Latina ainda parecem estar distantes.
– O que vai determinar isso são as garantias oficiais para um encontro entre o governo e as Farc para acabar com o perigo e a tensão entre os participantes e melhorar as condições para negociar – disse Cano. – Temos que conversar, dialogar, e isso significa espaço e garantias – acrescentou.
Cano afirmou, no entanto, que não houve qualquer contato com o governo de Uribe, que recebeu centenas de milhões de dólares em ajuda dos EUA para combater os rebeldes e o tráfico de drogas que faz da Colômbia o maior exportador de cocaína do mundo.
No passado as Farc foram uma força bem armada que controlava grandes regiões da Colômbia. Hoje foram seriamente enfraquecidas pela perda de seus principais comandantes e por muitas deserções. O grupo, no entanto, segue forte em algumas regiões rurais.
Apesar da declaração, Álvaro Uribe rejeitou a possibilidade de considerar o líder máximo das Farc como um interlocutor legítimo para uma negociação de paz.
– Não podemos transformar os criminosos em legítimos interlocutores. Esse bandido (o líder rebelde Alfonso Cano) está há 40 anos enganando a Colômbia. Ele fala de diálogo, quando o que faz é ordenar assassinatos – disse Uribe.
Tentativas de se chegar a um acordo para libertar mais de 20 soldados e policiais que são mantidos reféns pelas Farc estão estagnadas. Os rebeldes desejam trocar os reféns por guerrilheiros presos. Mas em comunicados recentes, o grupo deixou de se referir a uma região desmilitarizada do tamanho de Nova York que eles exigiam para iniciar as negociações.
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