De que lado está o Brasil?

Em chamada na capa e em editorial, a “Economist” faz a pergunta acima e responde, em destaque, que é “hora de Lula defender a democracia em vez de abraçar os autocratas”. Abre o texto:

– Este é um grande momento para ser brasileiro e especialmente para ser Luiz Inácio Lula da Silva, o inspirador presidente do país. Por tanto tempo o gigante de baixa performance da América Latina, o Brasil agora está em toda lista dos lugares que importam no século 21. Parece que nenhum encontro internacional, seja para discutir reforma financeira ou aquecimento global, está completo sem Lula, um ex-metalúrgico e líder sindical cuja bonomia e instinto para a conciliação entre contrários políticos faz com que tenha amigos em toda parte.

E encerra:

– Ninguém deve esperar que o Brasil aja como xerife da América. Mas é de seu próprio interesse evitar uma nova guerra fria na região. O modo de fazê-lo é não confundir democratas e autocratas, como Lula parece pensar. É envergonhar Hugo Chávez riscando um limite claro e público, em defesa da democracia -o sistema que permitiu a um pobre torneiro mecânico chegar ao poder e mudar o Brasil. Por que outros países mereceriam menos?


Sob críticas, Brasil estreita elo com Peru


Chanceler Celso Amorim tem reunião com colega peruano hoje em Lima, preparatória para visita de Lula em novembro

Associação indígena acusa Petrobras de não consultar comunidades da selva em comitê da ONU; chanceler peruano vê uso político

FLÁVIA MARREIRO

DA REPORTAGEM LOCAL

O chanceler Celso Amorim se reúne hoje em Lima com seu colega peruano, José Antonio García Belaunde, para assinar uma série de acordos de cooperação, especialmente para a zona de fronteira, e para preparar a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país andino em novembro.

Na véspera da visita, a Agência de Cooperação Brasileira e a contraparte peruana fecharam convênio para melhorar a capacidade técnica da produção de látex na fronteira e também do processamento de castanha. Amorim deve fechar hoje acordo de cooperação de eletrificação rural, por exemplo.

Enquanto os países aprofundam a agenda de parceria em desenvolvimento social, a Aidesep, a principal associação indígena da Amazônia peruana, critica o que hoje é o principal eixo da relação bilateral: a ação conjunta em projetos de integração física, geração de energia e extração petrolífera.

A presidente interina da Aidesep, Daysi Zapata, discursou ontem na Comissão da ONU contra o Racismo, em Genebra, acusando o governo Alan García, em associação com empresas estrangeiras, de explorar a selva sem consultar as comunidades, como prevê convenção adotada pelo país.

Entre outras multinacionais, Zapata acusou a Petrobras, que detém o direito de exploração em cinco lotes no país, de atuar em seu bloco 117, na fronteira com a Colômbia, sem consultar as comunidades indígenas.

Questionado sobre o tema, o chanceler peruano respondeu: “Eu ficaria surpreso se as consultas não houvessem sido feitas. Com a Aidesep, é preciso cuidado, porque há um jogo político aí”, disse à Folha.

A assessoria da Petrobras não havia respondido até o fechamento desta edição. Em junho, a empresa havia informado que não faria atividades com presença física ou mesmo sobrevoos na região até ser autorizada pelo governo peruano.

O presidente García trava arrastada queda de braço com a associação indígena, que se diz alijada dos projetos de desenvolvimento para a Amazônia.

Série de protestos de abril a junho deste ano -que envolveu confrontos que deixou 34 mortos- obrigou Lima a recuar de um pacote de decretos pró-investimentos na selva e abrir diálogo com a Aidesep.

Mas a associação sustenta que, enquanto a mesa de diálogo acontece, Lima dá por fechados acordos como o da brasileira Eletrobrás com o governo para construir hidrelétricas no Peru -investimento estimado em US$ 16 bilhões. O projeto da usina de Paquitzapango, que sofre resistência na selva central, foi incluído nas negociações com o governo.

O líder indígena Alberto Pizango, presidente da Aidesep até ser asilado na Nicarágua em junho, critica a hidrelétrica dizendo que ela faz parte do “pacote” brasileiro para o país.

Pizango segue influenciando a crise, com entrevistas à imprensa peruana. García Belaunde disse ontem ter reclamado formalmente com o governo esquerdista nicaraguense pela questão. “Lamentavelmente, as autoridades da Nicarágua parecem não entender quais as obrigações que têm os asilados e o país que os recebe”, queixou-se.

Fonte: Resenha CCOMSEX

6 Comentários

  1. Estou cansado de houvir estes comentários de “consagrados” jornais Americanos e Europeus. Criticam nosso País, nossa economia e nossa política a troco de maior influência internacional. O que a política externa do Brasil faz, é o que o mundo não respeita; o princípio de igualdade, liberdade de expressão e soberania dos povos e nações.
    Lula se aproxima destes movimentos radicais, não somente na América Latina, mas como no mundo (caso do Irã) para ser um agente pacificador e que apesar de não concordar, respeita a posição política destes.
    A Europa e os EUA acham que podem exigir do resto do mundo partidas, para iniciar o diálogo; “Se livrem das Armas que depois dialogamos”, “Convoque eleições que depois dialogamos”, “Abra sua economia que depois dialogamos”…. quem pensam que são? Semi-deuses co-criadores da sociedade? Juízes absolutos da verdade?

  2. Estou cansado de houvir estes comentários de “consagrados” jornais Americanos e Europeus. Criticam nosso País, nossa economia e nossa política a troco de maior influência internacional. O que a política externa do Brasil faz, é o que o mundo não respeita; o princípio de igualdade, liberdade de expressão e soberania dos povos e nações.
    Lula se aproxima destes movimentos radicais, não somente na América Latina, mas como no mundo (caso do Irã) para ser um agente pacificador e que apesar de não concordar, respeita a posição política destes.
    A Europa e os EUA acham que podem exigir do resto do mundo partidas, para iniciar o diálogo; “Se livrem das Armas que depois dialogamos”, “Convoque eleições que depois dialogamos”, “Abra sua economia que depois dialogamos”…. quem pensam que são? Semi-deuses co-criadores da sociedade? Juízes absolutos da verdade?

  3. Caro E.M.Pinto, há uma discussão interessantíssima sobre isso no Blog no Nassif. O link para o post é esse:

    http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/08/14/a-diplomacia-de-lula/

    Como mostram aí, há na verdade dois artigos nessa revista, basicamente sob o mesmo tema. Lí os 2 artigos e, na minha opinião, é o tipo de texto que até demorou a sair. Não será o último com o mesmo tom.

    Resumindo, querem um Brasil 100% alinhado, o que obviamente é ridículo.

    Chamo sua atenção também para os comentários finais de um dos artigos (http://www.economist.com/world/americas/displaystory.cfm?story_id=14229460) , onde entre frases do FHC colocam o texto “Brazil’s armed forces did not propose the defence council, nor do they see the American presence in Colombia as a threat”, o que é sabidamente mentira.

    Eu quis rebater, mostrando algum link que fundamentasse minha opinião, mas não encontrei. Sei que é na verdade o oposto, o cenário de invasão por uma potência externa é dos que mais preocupa o exército, mas não encontrei nenhum link que sustentasse isso.

    Abraços.

  4. Caro E.M.Pinto, há uma discussão interessantíssima sobre isso no Blog no Nassif. O link para o post é esse:

    http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/08/14/a-diplomacia-de-lula/

    Como mostram aí, há na verdade dois artigos nessa revista, basicamente sob o mesmo tema. Lí os 2 artigos e, na minha opinião, é o tipo de texto que até demorou a sair. Não será o último com o mesmo tom.

    Resumindo, querem um Brasil 100% alinhado, o que obviamente é ridículo.

    Chamo sua atenção também para os comentários finais de um dos artigos (http://www.economist.com/world/americas/displaystory.cfm?story_id=14229460) , onde entre frases do FHC colocam o texto “Brazil’s armed forces did not propose the defence council, nor do they see the American presence in Colombia as a threat”, o que é sabidamente mentira.

    Eu quis rebater, mostrando algum link que fundamentasse minha opinião, mas não encontrei. Sei que é na verdade o oposto, o cenário de invasão por uma potência externa é dos que mais preocupa o exército, mas não encontrei nenhum link que sustentasse isso.

    Abraços.

  5. Ñ aceito as atitude do sr chaves, + querer q o BRASIL se alinhe com eles automáticamente ,isso é ingerência em assuntos internos do n país..eles são tão sérios, q invadoram o irak ,desarmado, e permitem os sionistas invadir e montar assentamentos em terras Palestinas, e com eles q tem de dar pesado pitaco..com ONU e TPI é tudo.Pq as bases deles ,sete (7) na colombia ?

  6. Ñ aceito as atitude do sr chaves, + querer q o BRASIL se alinhe com eles automáticamente ,isso é ingerência em assuntos internos do n país..eles são tão sérios, q invadoram o irak ,desarmado, e permitem os sionistas invadir e montar assentamentos em terras Palestinas, e com eles q tem de dar pesado pitaco..com ONU e TPI é tudo.Pq as bases deles ,sete (7) na colombia ?

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