O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, comunicou ao Alto Comando da Força, reunido na última quarta-feira, em Brasília, que o Palácio do Planalto e o Ministério da Defesa decidiram suspender os acordos militares com Honduras e chamar de volta o tenente-coronel Paulo Pimentel, que é instrutor militar no país. Até anteontem, o Itamaraty dizia que não tinha sido informado da decisão e que ela seria extemporânea e “até bizarra”, pois o impasse hondurenho tem a intermediação do presidente da Costa Rica, Óscar Arias.
O governo e a diplomacia brasileira consideram que o retorno do presidente Manuel Zelaya encerraria a crise. O Exército também nega oficialmente a suspensão dos acordos militares e diz, via Centro de Comunicação Social, que “deve ter havido confusão”, já que o oficial Pimentel foi designado para comandar o 15º Regimento de Cavalaria Mecanizado de Escola, no Rio de Janeiro. Seu nome consta de uma lista de 183 oficiais que o Exército divulgou nesta semana para assumir comandos.
Só que isso ocorrerá apenas a partir de janeiro do próximo ano. Conforme a Folha apurou, a decisão foi tomada pelo Planalto e pelo ministro da Defesa, Nelson jobim, que teria encontro anteontem, às 17h, com o embaixador de Honduras em Brasília, Víctor Manuel Lozano Urbina. Mas a reunião foi cancelada de última hora, sem que nenhum dos lados explicasse o porquê. O convênio militar entre Honduras e Brasil começou em 1995 e inclui ainda outros dois países centro-americanos, Guatemala e El Salvador. Em Honduras há cerca de dois anos, o tenente-coronel Paulo Pimentel é instrutor na Escola de Comando e Estado Maior das Forças Armadas, na capital, Tegucigalpa.
Esse centro atende apenas a elite militar, pois é destinado a oficiais e especializado em altos estudos militares. Seria o equivalente hondurenho à Escola de Comando do Estado-Maior do Exército brasileiro, embora no país centro-americano sirva às três Forças. Na semana passada, o governo brasileiro já havia suspendido a análise de financiamento de três projetos de infraestrutura no país, cuja soma poderia chegar a US$ 320 milhões. O Itamaraty ainda listou e colocou em “banho-maria” programas de cooperação em áreas como energia e saúde, incluindo o projeto do Brasil com os EUA para a produção triangular de biocombustível em Honduras.
Atitude certa…td pela legaliddade.