BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou, nesta segunda-feira, o que considera um golpe de Estado em Honduras. Segundo ele, a única saída para o país é a democracia. “Não há meio termo. Temos que condenar esse golpe”, disse, em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente.
O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, foi detido por um grupo de militares no último domingo, horas antes de o país iniciar uma consulta pública para reformar a Constituição, o que daria ao presidente a possibilidade de reeleição. Zelaya foi derrubado em um golpe orquestrado pela Justiça e o Congresso e executado por um grupo de militares que o expulsaram para a Costa Rica, provocando uma condenação mundial unânime.
“Não podemos aceitar ou reconhecer qualquer novo governo que não seja o do presidente Zelaya, porque ele foi eleito diretamente pelo voto, cumprindo as regras da democracia. E nós não podemos aceitar mais, na América Latina, alguém querer resolver o seu problema de poder pela via do golpe”, afirmou Lula.
Para Lula, Zelaya deve retomar a presidência de Honduras. O presidente brasileiro alertou ainda que essa é a “única condição” para que o Brasil possa estabelecer qualquer tipo de relação com o país. “Se Honduras não revir a posição, vai ficar totalmente ilhado no meio de um contingente enorme de países democráticos”, disse.
Novo governo
O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, prepara a equipe para governar o país nos próximos sete meses, até o fim da legislatura, ao mesmo tempo que Manuel Zelaya busca a partir da Nicarágua o apoio dos colegas da América Central para recuperar o poder que perdeu em um golpe de Estado.
Um funcionário do Congresso leu uma carta com a suposta renúncia de Zelaya, que em San José desmentiu de modo veemente a renúncia. “Eu nunca renunciei e nunca vou usar este mecanismo enquanto for presidente eleito pelo povo”, declarou Zelaya.
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