Agusta Westland instala uma filial em Portugal

A Agusta Westland, a construtora dos helicópteros EH-101 da Força Aérea Portuguesa, estabeleceu em Portugal uma subsidiária que além de visar a manutenção destes helicópteros ao serviço da FAP ambiciona também potenciar os laços culturais e económicos entre os países da Lusofonia e usar a sua subsidiária portuguesa “Agusta Westland Portugal” (AWP), como rampa de lançamento para os PALOP e para o Brasil.

As operações de manutenção da AWP em Portugal serão conduzidas em regime de parceria com o “Centro de Excelência e Inovação para a Indústria Automóvel” (CEIIA), na Maia e serão executadas a partir de instalações a construir no recinto da base aérea de Beja, esperando-se a curto prazo realizar operações de manutenção a helicópteros da marca que sejam utilizados por países do norte de África, posicionando-se a Líbia como um dos primeiros clientes da AWP.

Existem em Portugal vários helicópteros da Agusta Westland, alem dos EH-101 da FAP e dos 10 NH-90 encomendados para o Exército, existe toda uma diversa e frota de aparelhos privados que poderão ser mantidos nas instalações da AWP.

O concurso para helicópteros ligeiros para a FAP e Exército, multifunções e de treino, é outro objetivo a curto prazo para a subsidiária, que poderá aproveitar o facto de já estar presente no país, gerando emprego e transferindo tecnologia, para vencer os seus concorrentes.

Agora, com o começo da atividade da AWP talvez o conturbado processo da manutenção dos Merlin entre em bom curso e possamos utilizar no seu pleno potencial estes fantásticos aparelhos que têm estado a ser subutilizados precisamente por problemas de manutenção.

A AWD comprometeu-se a desenvolver em Portugal novos sistemas para as novas gerações de helicópteros Lynx, AW 149 e LUH, assim como realizar investimentos em formação e tecnologias de informação que agora poderão começar a ser concretizadas nas suas novas instalações em Beja.

A Agusta Westland produz a maioria dos seus helicópteros nas suas fabricas italianas, mas graças às suas fábricas na África do Sul e na China consegue fabricar aqui fuselagens a muito baixo custo que reenvia para os seus centros de montagem nos EUA, em Itália e no Reino Unido, apresentando depois custos finais inferiores aos da sua concorrência. Portugal não se enquadra ainda neste esquema produtivo, já que em Portugal haverá apenas um centro de manutenção e de investigação, o que é compreensível pela pequenez do nosso mercado civil e militar. Contudo, isso também sucede assim porque não existe uma preocupação, lógica e estratégia de integração lusófona, que poderia responder a esses problemas de escala… Ou seja, porque não realizar aquisições comuns, criando uma “central de compras” comum, com desenvolvimentos, investigação, montagem e até construção, partilhadas, atraindo assim novos investimentos de multinacionais como a Agusta Westland e mantendo no país o grosso dos recursos dispendidos na aquisição de novos meios.

Fonte: Quintus