A Rússia está a planear construir uma frota de centrais nucleares flutuantes ou submersíveis

A Rússia está a planear construir uma frota de centrais nucleares flutuantes ou submersíveis para explorar o petróleo e o gás natural do Ártico.

A construção do protótipo de uma central nuclear flutuante está quase terminada no estaleiro SevMash em Severodvinsk. O estaleiro tem um contrato para mais quatro centrais idênticas para a corporação estatal russa Rosatom.

Estas centrais terão a capacidade para produzirem 70 megawatts através de dois reatores instalados sobre duas plataformas de aço os quais serão usados pela Gazprom, a empresa russa que explora petróleo e gás nessas paragens nortenhas. As centrais transportarão o seu próprio combustível e conservarão os desperdícios radioativos durante os 12 a 14 anos estimados para o seu funcionamento. Há também planos para construir centrais nucleares submarinas para fornecerem energia a poços de perfuração oceânicos.

O projeto, contudo, está a preocupar seriamente alguns grupos ecologistas, como a Bellona que criticou a ideia alegando que se ocorresse um acidente nuclear numa dessas centrais os impactos no meio ambiente da emissão de radioatividade seriam tremendos. Há também o receio de que os resíduos radioativos dessas centrais pudessem ser simplesmente depositados no fundo do oceano, com os riscos de contaminação a longo prazo daqui decorrentes. Aqui, não estaríamos propriamente perante uma novidade já que ainda que vários países ocidentais tenham doado à Rússia durante os anos noventa biliões de dólares para que esta desativasse os reatores de mais de 160 submarinos nucleares ex-soviéticos, alguns teriam acabado simplesmente no fundo do oceano Ártico.

O problema é que há estimativas de que 25% de todas as reservas de gás e petróleo do mundo se situam no Ártico. Até agora, as incrivelmente exigentes condições do Ártico, com temperaturas extremas e oceanos de gelo, têm impedido esta exploração, mas com a devida pressão dos preços do petróleo, logo que retoma vier, e a escala de energia produzida por uma central nuclear permite este tipo de exploração. Não é só a Rússia que está nesta corrida… A Noruega, os Estados Unidos e até a Dinamarca têm feito reclamações territoriais no Ártico, antecipando o degelo permanente que aqui irá ocorrer por causa do Aquecimento Global nas próximas décadas, a começar já com o degelo total durante o Verão ártico numa data que não deverá exceder 2015.

Fonte: Quintus