Propriedades de brasileiros serão principais alvos
Dirigentes da Federação Nacional Campesina reiteraram ontem que planejam realizar uma série de invasões de terras no Paraguai. As ações objetivam forçar o presidente Fernando Lugo a realizar a reforma agrária, uma das suas principais promessas de campanha.
Devido à lentidão e o provável fracasso nas conversações sobre a renegociação do Tratado de Itaipú, os movimentos sociais paraguaios buscam na invasão de terras, principalmente de agricultores brasiguaios, atrair a atenção da imprensa para a causa da “soberania energética, alimentar e territorial”, suas principais reivindicações.
As manifestações têm o apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil, que segundo informações de um líder campesino do Alto-Paraná, é responsável por organizar e coordenar todas as ações e invasões em território paraguaio.
No segundo semestre do ano passado, após uma série de ataques a propriedades rurais de cidadãos brasileiros, o governo Luiz Inácio emitiu um alerta ao continente através do Decreto 6.592 que regulamenta o Sistema Nacional de Mobilização. Num dos artigos do texto, é qualificado como agressão estrangeira passível de resposta militar a ameaça a cidadãos brasileiros residentes fora do território nacional. Segundo fontes de Defesanet, o item do decreto veio diretamente da Casa Civil.
A publicação do Decreto 6.592 foi acompanhada por uma pressão diplomática e militar. O Itamaraty publicou uma nota oficial afirmando estar preocupado com a proteção dos cidadãos brasileiros residentes no país vizinho. Paralelamente, o Exército Brasileiro colocou 10 mil homens na fronteira sul como parte de um exercício combinado realizado duas vezes ao ano na região.
Desconfiado com a presença massiva de soldados na fronteira, o presidente Fernando Lugo colocou as forças armadas em alerta ante uma eventual ação militar brasileira. As medidas tomadas pelo governo paraguaio não passaram de uma série de reclamações e que foram ignoradas pelo Brasil. Coube à imprensa paraguaia deflagrar uma verdadeira guerra midiática, denunciando os exercícios militares.
Em breve uma grande operação militar vai reunir cerca de 10 mil soldados no Teatro de Operações Sul. Os militares serão deslocados e ocuparão posições estratégicas em áreas de fronteira consideradas sensíveis. Segundo uma fonte militar a manobra será “surpresa”, o que demonstra a preocupação por parte do Exército Brasileiro com o impacto e a reação da mídia estrangeira e, principalmente, para mostrar que o Brasil é soberano para fazer seus treinamentos de guerra, onde e quando quiser, e estará pronto, quando ordenado, para intervir em qualquer local onde seus interesses estejam ameaçados.
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