As tripulações dos submarinos espanhóis estão preocupadas pelas condições em que navegam, por não serem bem revisados os elementos que falharam na avaria do ‘Tramontana’.
As consequências do acidente que sofreu o submarino ‘Tramontana’ em dezembro passado, em que seus sessenta tripulantes estiveram prestes a acabar no fundo do mar, se deixam notar na flotilha – que tem sua base no Arsenal Militar de Cartagena – já que foram expostos publicamente os problemas que tem os quatro únicos submarinos da Armada Española para navegação.
Além da avaria nas buchas de casco que o ‘Tramontana’ sofreu e que ocasionou uma entrada de água quando ele navegava a trezentos metros de profundidade, a Armada decidiu que devia revisar estes sistemas nos quatro submarinos de que dispõe, mas fontes próximas ao Ministério da Defesa alertam que estas inspeções não estão sendo realizadas com as devidas garantias necessárias para a navegação e, por tanto, para a segurança dos membros das tripulações.
O primeiro submarino no qual se realizou esta inspeção é o ‘Mistral’, onde encontraram importantes deficiências e, no lugar de as corrigir, se optou por deixar o navio sair da base mas navegando apenas na superfície, sem que ele possa submergir.
A falta de recursos econômicos do Ministério da Defesa, que concentra seus esforços na manutenção dos meios destinados às missões no exterior, está atrasando o reparo dos problemas que apresentam os submarinos da Armada, que prefere que o ‘Mistral’ saia a navegar, ainda que apenas na superfície, com o fim de manter os níveis de adestramento da dotação.
O único que está navegando, após uma leve inspeção das buchas de casco e faz mergulhos é o ‘Siroco’, ainda que também não o faça com a normalidade absoluta, já que se estabeleceu uma profundidade restrita para que ele não submerja demasiados metros evitando, deste modo, que se repita um acidente como o que sofreu o ‘Tramontana’.
As fontes consultadas apontam que o problema se localiza nas buchas de casco da série 70 que ainda não estão homologadas, e a despeito disso, a Armada não conta com os fundos necessários para repará-los ou para substituir-los.
Ainda assim, as fontes citadas indicam que as pretensões da Armada passam por fazer que nas próximas semanas os três submarinos que estão disponíveis atualmente, o ‘Mistral’, o ‘Siroco’ e o ‘Tramontana’, saiam a navegar todos com restrições de profundidade. Cabe recordar que o ‘Narval’ está passando por um Período de manutenção geral (PMG) manutenção de longa duração.
O caso do ‘Tramontana’ é mais crítico, já que as fontes consultadas assinalam que nem sequer foram revisadas as buchas de casco após o acidente que ocorreu em dezembro e que está previsto que nos próximos dias se instalem os lastros que ele teve que alijar quando sofreu a entrada de água para poder retornar à superfície.
O ‘Narval’ se encontra no Estaleiro da Navantia em Cartagena, onde ele atravessa um PMG, una revisão com substituição de equipamentos, que se prolonga durante mais de um ano.