DASSAULT assume controle da THALES

Uma Guerra de vários anos teve uma batalha decisiva nesta terça-feira. A DASSAULT AVIATION assumiu o controle da THALES, a maior empresa de eletrônica de defesa da Europa. E para CEO foi indicado Luc Vigneron, que dirigiu por vários anos a companhia que produzia o carro de combate Leclerc, a ex-GIAT, agora chamada de Nexter.
Na reunião de acionistas de hoje foi afastado o veterano CEO da THALES Denis Ranque, pelo governo francês, com o acordo da DASSAULT.

A indicação de Vigneron pelo governo francês saiu após uma disputa com a Dassault sobre o comando da empresa. A THALES produz a quase totalidade dos equipamentos eletrônicos do caça Rafale, em especial o radar RBE2 e uma gama de produtos para as áreas de defesa e segurança.
A Dassault terá controle efetivo da área industrial da THALES e terá quarto representantes no conselho de administração.
Segundo a imprensa francesa a Thales procurou dar uma aparência de transição suave, porém foi uma dura derrota para Ranque, que lutava para permanecer no cargo.
“Eu compreendo que os novos acionistas desejem virar a página. É da lei do capitalismo a qual aceito, sem grande satisfação, mas com a confiança no futuro da empresa,” afirmou Ranque.
A Dassault tornou-se a maior acionista industrial da Thales com 27% de participação no capital após adquirir 21 % da Alcatel Lucent no ano passado em adição aos 6 % já em poder da Família Dassault.
Vigneron comandou a reestruturação da empresa estatal francesa de defesa na sua recuperação, transformando a ex-GIAT na NEXTER. Embora tenha falhado na procura de um parceiro europeu para uma associação.
Mas Denis Ranque partiu deixando mensagens tanto para a Dassault como para o governo de não colocarem em risco contratos milionários. Em especial na Austrália, Arábia Saudita e Inglaterra.

A Inglaterra acompanha com interesse o futuro do seu maior fornecedor na área de defesa. Em 2004 trabalhou para impedir que a EADS controlasse a THALES.
A entrada da Dassault, mais ligada ao complexo politico-militar francês, deixa em alerta os ingleses. A Inglaterra busca assegurar-se que a THALES não seguirá o tradicional processo de tomada de decisões adotado pela DASSAULT.
No caso do Brasil foi a entrada da THALES em prover um guarda-chuva tecnológico e financeiro que a DCNS teve maior visibilidade e pavimentou o caminho para a conclusão do acordo dos submarinos Scorpène.

Fonte: Defesanet