A Orbisat da Amazônia fechou a venda de cinco radares de vigilância aérea e terrestre a baixa altura para o Exército Brasileiro e um para o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam). O radar SABER M-60 foi desenvolvido em parceria com o Centro Tecnológico do Exército, para atender o projeto Amazônia Protegida, cuja estratégia prevê o reaparelhamento dos pelotões de fronteiras com equipamentos que permitam realizar o monitoramento do território brasileiro de forma mais ampla e precisa
O valor dos dois contratos não foi revelado, mas o preço médio de um equipamento similar no mercado gira em torno de US$ 2 milhões a US$ 3 milhões. A tecnologia dos radares SABER é 100% nacional e com ela o Brasil está entre os cinco países do mundo que dominam o desenvolvimento desse tipo de equipamento.
A Aeronáutica, segundo um dos sócios diretores da Orbisat, João Roberto Moreira Neto, também tem planos de comprar duas unidades do radar e já testou o equipamento na base militar de Santa Maria (RS). O Brasil, de acordo com Moreira Neto, ainda não possui radares que operem em baixa altura (até cinco mil metros) e, dependendo da região, algumas aeronaves clandestinas, de pequeno porte, conseguem voar sem serem detectadas.
“Se a aeronave está sobrevoando área na fronteira entre o Brasil e a Colômbia, por exemplo, não existe nenhum radar próximo que possa detectá-la a baixa altura”.
Os radares de controle de tráfego aéreo instalados em aeroportos, segundo Moreira Neto, conseguem detectar aeronaves em baixa altura, mas quando está a 100 km de distância, esse radar não consegue ver, porque a curvatura da Terra faz sombra aos aviões que voam baixo.
O radar da Orbisat permite rastrear e identificar o alvo em um raio de até 60 quilômetros. As informações são transmitidas em tempo real a um Centro de Operações de Artilharia Antiaérea, integrante do Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA). “A utilização desse tipo de radar é interessante no trabalho de proteção a pontos e áreas sensíveis, como indústrias, usinas, instalações governamentais e área de conferências de chefes de Estado.”
O SABER, segundo o diretor de Projetos Militares da Orbisat, Ubiratan Marcondes, foi totalmente customizado para emprego em áreas tropicais. Por ser portátil e de baixo peso (250 quilos), pode ser facilmente transportado para qualquer lugar no território nacional ou empregado em missões de paz no exterior.
“A instalação é feita em menos de 15 minutos.”
O mercado brasileiro, de acordo com Marcondes, tem potencial para adquirir inicialmente de 40 a 60 radares na categoria do SABER.
Especializada em sistemas de radares para sensoriamento remoto e vigilância aérea, a Orbisat prevê faturamento de R$ 60 milhões este ano, o que representa um crescimento de 25% em relação a 2008. A empresa também atua no segmento de receptores de sinais de TV via satélite, com uma produção mensal de 40 mil unidades.
Outra área de atuação da Orbisat são os radares que fazem mapeamento cartográfico. A empresa investiu R$ 1,5 milhão no desenvolvimento do OrbiSAR RFP, voltado para uso civil e capaz de fazer o mapeamento de uma floresta, sem a interferência de nuvens e mesmo durante a noite.
Fonte: DefesaBrasil