6 Comentários

  1. Estava analisando a situação atual dos EUA em boa parte dos ângulos, e uma coisa que ficou muito mau orquestrada foi os limites de gastos por material bélico, a exemplo do JSF e do DDG-1000 (classe Zumwalt), projetos de altíssimo risco e custo que não estornaram (e muito provavelmente) não estornarão os benefícios de seus dispêndios. Falo isso pois fico imaginando onde estaria a força aérea dos EUA se eles continuassem investindo no F-22, que foi um projeto que custou moderadamente barato pra sua geração (US$ 66 bilhões) e mesmo assim foi condenado por seus custos de operação e por alguns problemas que precisavam ser revolvidos, mas se contrabalanceado com o F-35 sai ganhando em disparada contra um caça que foi aprovado sendo reprovado por diversos analistas (do Pentágono), e não por apresentar problemas de operação na chuva, mas porque vive dando bug nos seus principais sistemas. Não cito tal situação de forma depreciativa, mas analítica, pois Washington com sua política errada de amparar incondicionalmente (pra não dizer superfaturando) a Lockheed e afins pois o jogo estratégico que demandou décadas para ser criado a perder, e se o Pentágono exercesse a devida pressão sobre o congresso em continuar os investimentos no F-22 a fim de sanar seus pequenos problemas e melhorar seus aparatos tecnológicos de acordo com que fossem surgindo, o F-22 seria um caça plenamente maduro, com custos reduzidos, e altamente operacional, com unidades suficientes para assegurar um frente contra as grandes potências (Rússia e China), mas infelizmente os EUA amargarão pelas próximas décadas uma aproximação de poder aéreo em relação aos países citados, só nos resta assistir pra ver qual presidente ganha por lá e o que ele fará em relação a isso.

    • ARC,

      Não há evolução sem a experiência; sem o experimento…

      Os americanos certamente não inventaram a metodologia, mas a aplicam em tudo o que fazem… E nesse caminho, poupar recursos e esforço não é com eles…

      A classe Zunwalt é uma experiência cara. Mas é certo que dali sairão as inovações que preencherão a futura classe de escoltas a substituir os ‘Arleigh Burke’ na segunda metade deste século.

      O F-22 foi pensado desde o início para ser o ‘dominator’ da USAF; isto é, foi pensado basicamente para a função do F-15. E não se esperava mais dele no início. E ao contrário, tornar o F-22 um “bomb truck” da USAF poderia sair consideravelmente mais caro. Não se esqueça que é um caça maior, com dupla motorização, e cuja construção é tão ou mais complexa. Mesmo considerando uma produção em massa, o caça poderia sair terrivelmente salgado. Em valores dos anos 90, saía, salvo engano, algo como US$ 150 milhões no “fly away” ( e somados os custos de desenvolvimento, cada um saiu pra base de US$ 450 milhões ). Por hoje, é improvável que fosse mais barato que isso.

      Quando ao F-35, este foi feito para ser o “cavalo de batalha” da USAF, USMC e USN. E talvez aí esteja o maior entrave; isto é, teve por objetivo uma célula com alto grau de comunalidade para atender essas três forças armadas. Acredito que se fosse desenvolvido em variante única para todos os usuários ( excetuando-se a variante VSTOL e a variante naval ), provavelmente já estaria operacional a tempos. E como já disse outras vezes, fosse desenvolvida uma variante mais “austera” ( com aviônicos do F-16 block 60, por exemplo ), e certamente já estaria operando em várias forças aéreas pelo mundo ( aliás, essa mesma versão austera poderia dotar a USAF no começo ). Mas seja como for, o projeto prossegue. E as dificuldades no desenvolvimento, que não são poucas, estão sim sendo aos poucos superadas, o que se prova com demonstrações graduais de operacionalidade. E vai ser assim por alguns anos ainda… Basta recordar a história da aviação pra se perceber que é comum que problemas surjam conforme se avança no desenvolvimento e na operação. De fato, não há nenhum caça de grande envergadura histórica da era do ‘mach 2’ que tenha se mantido incólume durante toda a sua carreira…

      “…com unidades suficientes para assegurar um frente contra as grandes potências (Rússia e China), mas infelizmente os EUA amargarão pelas próximas décadas uma aproximação de poder aéreo em relação aos países citados…”

      É bem verdade que haverá uma certa aproximação tecnológica, mas a quantidade será ainda algo bastante questionável. De fato, dentre as grandes forças aéreas, a única que realmente deseja expandir números é a chinesa, mas isso se revela cada vez mais díficil. No geral, todas as forças aéreas vão encolher, mas a diminuição quantitativa será sentida em escala maior pelos países com menos recursos ( em alguns casos mais graves, serão até obrigados a abdicar de performance para manter números aceitáveis e manter-se tecnologicamente a par ). E daí que as forças do ar americanas são as únicas com planos reais e consistentes até aqui de adquirir aeronaves de quinta geração em quantidades acima do milhar ( e já ultrapassou as três centenas… ), o que ainda deixará os EUA quantitativamente acima de todas as forças aérea no mundo. Se vai ser ou não suficiente para as pretensões americanas de manter seus interesses ao redor do globo, isso é outra história. Mas não há evidências até aqui que efetivamente comprovem isso ( apesar de ter tanta gente dizendo que mais de 1700 aviões stealth combinados a outras tantas centenas de aeronaves F-15 E, F-18 E/F e UAVs de combate ainda é pouco )…

      É bem verdade que o programa do F-35 está saindo absurdamente caro, mas a extensão do programa, com sua imensa cadeia produtiva, e a quantidade imensa de exemplares, permite diluir sensivelmente os custos por exemplar ( o ultimo lote já está nos US$ 90 milhões por unidade, e os demais apontam para um custo ainda menor; lembrando que esses valores são provavelmente “fly away” ). Logo, não há ainda impeditivos para que esses caças sejam adquiridos nas quantidades previstas, o que manterá a USAF na dianteira quantitativa e qualitativa.

      • RR, todo experimento tem por meta alcançar objetivos tangíveis e cabíveis dentro do orçamento, infelizmente os EUA não levaram isso em consideração quando investiram nesses dois projetos, e por mais que venham agregar no futuro, foram prejudiciais ao orçamento norte americano, a ponto de hoje eles estarem tesourando tudo em todo canto pra fazer sobrar dinheiro para os projetos cruciais, e pra corroborar minha afirmação está a fatual diminuição brusca na aquisição dos Zumwalt e desaceleração de aquisições do projeto F-35.
        É incontestável que investimento em P&D é necessário para ir além do horizonte, mas nada pode ser feito sem considerar a manutenção do presente, ou seja, foram deixados de lado projetos tidos como “obsoletos” a fim de acreditar piamente no F-35, largando de mão atualizações para quase todos os caças que hoje voam na USAF, este foi o erro crítico, deixando de lado as necessidades presentes que é manter a superioridade aérea diante do adversário (China e Rússia), enquanto eles investiam pesado no F-35 a Rússia atualizava seus caças, colocando a maior parte dos modelos uma geração a frente do que eram, aumentando seu poder aéreo, sem contar com a China que anda a passos de gigante na criação de novos caças.
        Outro ponto é a matemática envolvida na produção do JSF, que custou até meados de Maio US$ 640 bilhões, o que impossibilita de todas as formas os valores que vc citou, e mesmo que ocorresse o aumento da demanda ainda assim seria inviável produzir por um preço tão baixo, tanto que apesar das divergências entre LM e Pentágono quanto ao custo unitário real, chega-se a media de US$ 135 milhões de dólares por caça, um custo alto para um caça que tem muitos problemas e problemas sérios, que como bem foi citado por um especialista do Pentágono, só devem ser solucionados por completo em 2020, quando a China pretende ter 200 caças J-20 voando (no mínimo, sabemos como eles são rápidos).
        Quero deixar claro RR que não é questão de partidarismo, até porque sou defensor da multipolaridade, e sei da importância que tem os EUA no cenário internacional atual e futuramente, e com base nisso eu pergunto a vc, o que acontecerá se os problemas do F-35 demorarem mais pra serem resolvidos? e se não conseguirem resolver os mais críticos ( normal, pode acontecer com qualquer país)? Lembremos que não é só a USAF que precisa deles, mas toda a OTAN, que vai começar a perder esquadrões operacionais se o F-35 não estiver pleno para operar, é diante dessa forte probabilidade que afirmo que seria melhor os EUA bloquear recursos pro F-35 (investir somente o necessário com teto de gastos) e começar a atualizar o F-22, o F-16 e os F-18 (que valerem a pena), dessa forma asseguram seu poder de maneira mais confiável.

    • VERDADE ADRIANO, SÓ …
      _________________________________________________
      Paulo – Comentários devem ser escrito em minúsculas, por favor!! – Plano Brasil

Comentários não permitidos.