Vigilância de Fronteiras 2011

Foto: Sérgio Kremer

Texto Plano Brasil

José Bosco & E.M.Pinto

Entre os dias 28 e 29 de Junho de 2011 ocorreu no 28 – 29 Junho, 2011, HOTEL MERCURE BRASILIA LIDER, Brasília, DF o evento Vigilância de Fronteiras 2011, organizado pela IQPC (Latin America- International Quality&Productivity Center).

O Plano Brasil esteve presente e foi representado por José Bosco Júnior que esteve presente no segundo dia do Evento. Bosco destacou a importância e a qualidade do evento muito bem organizado, bem como do alto nível das palestras.

Em resumo, Bosco destacou as palestras proferidas pelos professorese ex Militares da Marinha, Antonio Dias de Macedo Filho e José Ricardo Rodrigues Teixeira Alves que abordaram o tema “A Guerra no Século XXI“, a qual suscitou uma boa discussão sobre a guerra da informação, a qual engloba a guerra eletrônica, digital e psicológica.

Neste ambiente os palestrantes destacaram a necessidade que as forças do futuro terão de um “novo” tipo de combatente, um novo perfil de guerreiro bem diferente do estereótipo do Rambo (brucutu- nas suas palavras) mas sim, de um soldado preparado intelectualmente e aparelhado de conhecimento e preparo psicológico.

Outro ponto de destaque foi a assertiva de que muito desta “guerra do futuro” já é uma realidade e que já é travada nos dias de hoje, o qual, há uma busca frenética pelo domínio de informações, onde cada vez mais o oponente detentor do maior nível de consciência situacional e com capacidade de negá-lo ao seu adversário obtém a vantagem no conflito. Neste cenário o “novo” soldado se assemelha muito mais ao “nerd” que ao “brucutu”, o que certamente resulta na necessidade de readequação das forças armadas para este novo tipo de soldado.

Neste novo campo a guerra da “informação” e “inteligência” ganha maior destaque, os palestrantes citaram os recentes casos do Wikileaks e os ataques de Crakers/Hackers ao governo brasileiro, bem como uso dos recursos tecnológicos pelas redes terroristas como a Al Qaeda.

Como resultado (e parte) deste “novo” tipo de guerra, os palestrantes destacaram a resposta aos desafios recorrentes dela, uma vez que novas condicionantes vão imperar e que a resposta “clássica” já não se aplica a eles. Reforça-se aqui a intenção declarada do governo dos Estados Unidos de responder aos “ataques virtuais” com o uso de armas convencionais.

A respeito da vigilância de fronteira, houve um especial destaque aos erros que não se pode cometer, foi citado como exemplo o emblemático caso francês da “Linha Marginot”.  O exemplo foi aplicado para demonstrar e afirmar um modelo de segurança de segurança de fronteira móvel, flexível e adequado a resposta da ameaça vigente, a qual deve ser amparada por inúmeros e novos recursos tecnológicos tal como VANTs e aeróstatos.

Com destaque foram apresentadas as soluções de defesa e segurança da EMBRAER, mais especificamente, a aeronave AT e A-29 super tucano, R 99 e programa KC 390 e suas capacidades, que segundo a EMBRAER seriam moldadas ao emprego neste teatro de operações.

Uma interessante palestra de um consultor da Rockwell Collins abordou o tema Tecnologia de comunicações, em especial a segurança dos enlaces de dados (data link) relativos à guerra centrada em redes.

Um dado importante foi divulgado pelo assessor do presidente do BNDES, Sr. Sérgio Schmitt, que falou sobre os incentivos que o banco oferece ao setor de defesa, segundo ele o montante ronda os R$ 200.000.000,00 pagos em 14 anos com juros baixos.


Como o nome  já diz, o tema gestão e vigilância das fronteiras em geral foi o cerne do evento, nele foram apresentadas as necessidade e ações necessárias para execução da soberania e vigilância das nossas fronteiras. Foram abordadas então, as fragilidades existentes em cada fronteira (Aérea, Terrestre e Naval). Bem como as ações os casos bem sucedidos promovidos pelo governo brasileiro.

Entretanto, o evento foi bem mais abrangente do que a discussão sobre a fronteira e sua segurança. Foram também abordados inúmeros fatores e ações necessárias para que esta soberania seja de fato exercida.

Destaca-se a abordagem da importância de uma estratégia integrada de defesa das fronteiras brasileiras para impedir a entrada de produtos ilegais no país e garantir a soberania nacional. Especificamente o combate ao crime organizado, sobre a perspectiva da segurança em eventos como a “Copa do Mundo 2014”. A defesa dos nossos recursos naturais e a necessidade de uma estratégia integrada entre os diversos agentes de segurança nacional e a sua fração importante no tocante a Estratégia Nacional de Defesa.

Foram abordados os temas pertinentes e as propostas da Estratégia Nacional de Segurança Pública nas Fronteiras. Com destaque para ao projeto apresentado pelo governo Brasileiro que visa coibir a criminalidade nas áreas fronteiriças através da integração das ações entre os diversos agentes de segurança e vigilância de fronteiras.

Os presentes puderam conhecer o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras, SISFRON, o qual foi discutido sob o ponto de vista da viabilidade financeira e da realidade operacional, foram destacados os objetivos do sistema e a forma de sua implantação mediante as ações necessárias para agilizar a sua implantação.

Talvez um dos pontos altos do evento tenha sido a discussão sobre a real capacidade da indústria brasileira em desenvolver as soluções e os produtos necessários para suprir esta demanda. Foi destacado no evento o fato da indústria brasileira de uma forma geral sofrer perdas de competitividade devido à burocracia, a sufocante tributação morosidade na aprovação de recursos entre outros.

No tocante aos incentivos, em destaque ficou o  seminário promovido pelo BNDES que abordou os recursos disponíveis para indústria de defesa e que poderiam ser aplicados em pesquisa, modernização e desenvolvimento de produtos mais competitivos.

Este tema e bastante pertinente pois exatamente neste momento em que a indústria brasileira  encontra-se em expansão, é que a necessidade de ações coordenadas são necessárias. O momento é crítico pois a existência de um parque industrial  sustentável só será possível mediante os incentivos financeiros, comerciais e políticos.

Outro destaque para a seção dedicada ao monitoramento e controle de Fronteiras. Nele foram apresentados os meios e processos de vigilância de fronteiras (Aéreas, Terrestres e Marítimas). O desenvolvimento de sistemas e tecnologias atualmente disponíveis e que apresentam emprego dual, bem como os Com destaque a aplicação dos Veículos aéreos não tripulados, VANTS empregues na vigilância das fronteiras. Suas principais características e perspectiva de utilização no nosso país.


Neste contexto foram apresentados além da temática dos VANTS a VIGILÂNCIA AÉREA como um todo, especificamente as ações e desafios existentes, os processos atuais de modernização dos sistemas aeronáuticos, seus custos benefícios e as tecnologias disponíveis em outros países.

Relaçou-se os objetivos a serem alcançados, as vantagens e desvantagens das tecnologias disponíveis e a questão da transferência de tecnologia e suas implicações competitivas e financeiras.

Outro ponto importante foi a melhoria e otimização do monitoramento do espaço aéreo brasileiro, e a busca de alternativas tecnologia aeronáuticas em diversos países.

A vigilância da fronteira molhada, ou seja, a fronteira marítima também foi tema neste evento,o qual contou com a apresentação do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul, as ações de Patrulha naval  e sobre os investimentos e tecnologias no campo da vigilância marítima

Como antes mencionado pelo Bosco, a guerra e estratégia de informações também foi tratada sobre a ótica da necessidade de medidas a serem tomadas para defender a infra-estrutura crítica do país bem como procurar obter vantagens sobre eventuais oponentes numa hipotética Guerra Estratégica de Informações.

Aqui se destaca a apresentação da atual Realidade Latino Americana no que se refere aos Sistemas Integrados de C4ISR. Foi feita uma análise das características regionais e considerações sobre a importância da integração de sistemas como o ISRe seu impacto desde a sua entrada em vigor no cenário geopolítico e de capacitação tecnológica. Ai foi feita uma explanação das experiências da EMBRAER em sistemas de C4ISR, das perspectivas futuras e sobre o papel da indústria de Defesa Latino Americana como vetor para cooperação regional.

http://www.embraerdefensesystems.com.br/portugues/content/isr_systems/img/img_zoom_145aewc_state1.jpg

Sobre o IQPC

http://www.iqpc.com/uploadedimages/logo.pngO IQPC é uma multinacional de informação empresarial, com sede nos EUA e escritórios em 10 países. No Brasil, a empresa segue a missão do grupo de levar conteúdo atrativo e atualizado para executivos, promovendo, assim, o desenvolvimento de diversos setores da economia. A elaboração de nossos produtos é baseada na imparcialidade e na qualidade do conteúdo, respeitando as expectativas e as necessidades de informação de cada mercado. Para mais informações e para conhecer nossos eventos, visite o site: www.iqpc.com.br

13 Comentários

  1. Boa matéria, parabéns ao PB e ao ‘repórter’, belo trabalho.
    .
    Só acho ruim que este evento sobre a segurança nacional tenha sido organizado por uma empresa estadunidense…

  2. Gostei da matéria, esclarecedora e otimista principalmente com a notícia dos números do BNDES-200.000.000,00 pagos em 14 anos com juros baixos.
    Gostei também do vigilante que voa.
    Do ar e de formas diferentes nas duas fronteiras marítima e terrestre.
    Vants de baixo custo e com grande autonomia de vôo de tal forma que as equipes que o operam se revezam continuamente enquanto ele continua trabalhando , de dia e de noite e a prova de medidas eletrônicas.
    Concordo que precisaremos de pessoas inteligentes e com bom nível cultural nas fileiras , mas os Brucutus não estão dispensados, de forma alguma.
    E gostei da frase -“modelo de segurança de segurança de fronteira móvel, flexível” – para defender e contra atacar, tudo que for facilmente visto e for lento já era.

  3. Boa materia , So nao gostei deste vant, apesar de ser bom nos poderiamos desenvolver os nossos e agora que ja temos, ele e bem grande…. Prefiro o nosso pequeninho, a desvantagem e que ele avanca menos, este vai mais longe, mas… Nao sera sempre vantajoso ter o msm

  4. Vou dar uma nota para esse projeto: ZERO.
    Vou explicar:
    1) Não estão criando núcleos de povoamentos ao longo das fronteiras inabitadas, e nem uma infra-estrutura de estradas;
    2) Comunicação via satélite é fraca, pois o inimigo poderá neutralizá-la com raios lasers, foguetes, microondas, raios infravermelhos, etc;
    3)Os caças ideais para a Amazônia são o Harrier e/ou Gripen, pois pode-se camuflar facilmente e aproveitar as estradas para decolar /aterrissar;
    4) Precisamos de radares portáteis, como fizeram os argentinos;
    5) Não desenvolveram embarcações leves e blindadas para os rios da Amazônia, além de material bélico específico para floresta;
    6) Cadê os Hidro-aviões ?
    7) Cadê a Internet tática ?

  5. Falou Dandolo, esse é tbm o caminho , e tem de ser autosustentável p ñ destruir o meio ambiente. Os caças podem ser = aos Herriers, eu sempre penso nos Yak 141 dos Rússos q eram supersônicos, e os radares móveis 3d e em dirigiveis , assim como os vantes…é abater td e qlq aeronave q entrar em nosso espaço aéreo, e novo caças supersônicos estacionados na regiaão norte, muitos e p ontem.

  6. São matérias como essa, bem como entrevistas como a do Gen. Heleno que contribuem para o esclarecimento e fortalecimento da Estratégia Nacional de Defesa, pois aos poucos vão disseminando informações básicas e necessárias à conscientização social. É preciso que mais emissoras de TV e rádio, blogs, orkuts, etc,oportunizem seus espaços ao debate de tão significativo tema: A Segurança Nacional. É mister que os mais jovens compreendam a importância que deve ser destinada a essa questão, pois a qualidade de vida do nosso país no futuro depende disso. E olha que esse futuro não nos parece tão distante assim…

  7. Alias de materias,numeros,prognosticos e maquetes nós Brasileiros não temos o que reclamarmos né mesmo mas ate que nos venham resultados o avanço abtido podera ser insuficiente dado a filosofia JABUTI DO SERRADO quando algo vai e a filosofia PTREGUIÇA DORMIDEIRA quando algo fica pelo caminho.Do que adianta nos instruirmos se ate nos capacitarmos o aprendizado ficou obsoleto?Sem falarmos que para realizarmos nossas intenções dependemos de serviços que não são nossos e que mesmoe tenhamos os meios basta-se desligar a tecla e estaremos no escuro.Seria viavel a criação paralela de meios alternativos de proprio padrão mesmo que menos sofisticado e não nos fiarmos no que obiteremos.Quem tem dois e perde um resta algum.

Comentários não permitidos.