União Europeia alerta EUA que desintgração europeia pode levar à guerra nos Bálcãs

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, alertou a Administração Trump sobre o risco de uma guerra na península balcânica, caso a União Europeia se desintegre. A declaração foi divulgada pela revista The Financial Times.

De acordo Juncker, o apoio do presidente dos EUA à saída do Reino Unido da União Europeia gera “surpresa” e “preocupação”.

“Parece que o empresário que se tornou o primeiro homem norte-americano não está ciente da complexa história europeia”, disse o presidente da Comissão Europeia.

Ele também acrescentou que durante a recente visita do vice-presidente dos EUA, Mike Pence, a Bruxelas, Juncker insistiu nas possíveis consequências que poderiam surgir do colapso da União Europeia.

“Nós não devemos convidar outros países a sair, porque se a União Europeia se desintegra, uma nova guerra irã eclodir nos Bálcãs”, disse o Juncker aos meios de comunicação britânicos referindo-se a Pence.

Segundo ele, é importante demosntrar aos países da região uma perspectiva de integração entre os membros do bloco europeu.

Durante sua campanha eleitoral, Donald Trump repetidamente criticou as políticas da União Europeia e manifestou apoio ao Brexit.

Foto: © AFP 2017/ PATRICK HERTZOG

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: Sputnik News

O jubileu de uma União Europeia em crise

A UE comemora os 60 anos de sua primeira versão, a CEE, em clima que, para muitos, não convida à festa. Ainda assim é um êxito incrível, e sua atual crise, uma chance, opina o ex-editor-chefe da DW Alexander Kudascheff.

A União Europeia está em crise. Para muitos, parece a pior desde sua fundação, 60 anos atrás – embora os anos 1980 já tenham sido uma década de crises. Na época, falou-se de uma esclerose europeia superada pelo então presidente da Comissão Europeia, Jacques Delors. Ele começou a criar o Mercado Comum e, sensatamente – ou melhor, astutamente –, sem grandes anúncios ou mesmo afirmando um “passo histórico”, e sem uma visão retórica celebrada publicamente.

Em vez disso, foi um projeto de 300 passos, que ao fim automaticamente resultaram no Mercado Comum Europeu. Assim, dentro da então Comunidade Europeia – consideravelmente menor do que a atual UE – essa foi uma possibilidade política que pôde ser inventada e implementada por Bruxelas. Algo impensável, hoje em dia.

CEE, CE, UE: essas três siglas descrevem o desenvolvimento da União Europeia, a partir de uma Comunidade Econômica, passando por uma Comunidade Europeia.

Com meros seis Estados-membros, a primeira representou uma arrancada idealista após a devastadora Segunda Guerra Mundial; passou-se por uma comunidade em lenta expansão, que acolheria o Reino Unido, a Irlanda e mais tarde jovens democracias como Espanha, Portugal e Grécia; até se formar o bloco que hoje conta 28 países, com o ingresso dos do Leste Europeu.

Mas em breve deixará de contar com o Reino Unido, que volta a se retirar. Nada simboliza tanto a atual crise como o Brexit: um país sai da UE porque o povo assim quis – algo que ninguém poderia ter imaginado. Desde então, a dúvida de si mesmos atormenta os europeus – o que mostra a profundidade da crise.

Essa insegurança é aprofundada pela ascensão do populismo de direita, que encurrala os adeptos da UE. Em França, Holanda, Itália, Alemanha, em diversas nações do Centro e do Leste da Europa, por toda parte os direitistas e ultradireitistas bradam que a UE tem que acabar, é preciso dar fim ao monstro burocrático Bruxelas, abolir o euro. E eles encontram plateia – não uma maioria, graças a Deus, mas adeptos, que preferem voltar para o pseudo-idílio do Estado nacional.

E, no entanto, a UE é uma história de sucesso sem igual – apesar de seu tamanho, que lembra a muitos um “império ultraesticado”. Ela garantiu a paz na Europa. E para saber o que paz significa, basta viajar ao Leste da Ucrânia e conversar com o povo.

O mercado comum e o livre-comércio possibilitaram uma incrível prosperidade. A solidariedade dos países mais ricos ajudou os mais pobres a ganharem terreno, reduzir sensivelmente o atraso. Os cidadãos podem viajar, os jovens podem estudar em qualquer lugar, é possível trabalhar e residir onde se quiser. Que utopia pareceria isso 60 anos atrás, pouco depois da devastadora Segunda Guerra Mundial. Ninguém teria acreditado.

É verdade: hoje em dia a UE regulamenta demais; ela não é suficientemente próxima dos cidadãos; não consegue sempre comunicar as próprias finalidades e o próprio sentido. Bruxelas é uma nave espacial; o euro não funciona como os seus pais (idealisticamente demais) esperavam; a proteção das fronteiras externas não é percebida como tarefa comunitária.

Há um abismo econômico norte-sul e leste-oeste, também por se ter aceitado cedo demais o ingresso de um país ou outro. E o aprofundamento e desenvolvimento da UE institucional muitas vezes sobrecarrega os governos nacionais, levando assim ao teimoso “não” e a frequentes bloqueios.

Os europeus precisam refletir sobre isso. Mas precisam também simplesmente constatar como se vive bem no Velho Continente. Fora isso, no momento milhares de jovens entram em formação, através de todo o bloco, para tornar audível e fortalecer o “pulso da Europa”, e constituir uma voz contrária aos de direita (e por vezes também aos esquerdistas antiglobalização).

Na França, um europeu convicto tem a chance de se tornar presidente, na figura de Emmanuel Macron. Na Alemanha, com Angela Merkel e Martin Schulz, confrontam-se dois candidatos ao governo federal que não poderiam ser mais distintos, mas que são, ambos, incondicionalmente pró-Europa. Desse modo, há novamente a esperança realista de que o eixo franco-alemão volte a ser o motor de uma Europa que se renova. A crise também é uma chance.

Alexander Kudascheff é ex-editor-chefe da DW

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: DW

13 Comentários

  1. Como se não já bastasse a Turquia e o desastre humanitário na Ucrânia e uma leva de refugiado se intensificando para o centro da Europa .
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    Realmente os verdadeiros inimigos dos europeus são eles mesmos …. a guerra entre facções de poderosos no hemisfério norte ocidental é atras dos bastidores e usam a questão Russia como pano de fundo.. ” a culpa é dos russos ! ” … replica a mídia ocidental .
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    Essa guerra pelo poder que lá no primeiro mundo ocidental acontece .. até parece com a guerra pelo poder no terceiro mundo, como no braZil … onde quem está na linha de frente, bucha de canhão ;são os assalariado,pensionistas,aposentados, e o futuro de uma geração que irá entrar no mercado de trabalho, cuja as perspectivas econômica não são nada boas … em fim, o povão pagando pelo pato.
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    Enquanto isso … os barões do capital financeiro com suas mídia e seu sistema opressor ( como por exemplo, judiciário e MP ) estão limpado os seus dentes de tubarão com ossos das suas vítimas .
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    Estamos voltando aos velhos tempo … ” a lei do mais forte, impera hoje” …a justiça é conversa de fracos e a esperança dos fracos … é um triste fim de uma civilização cujo seu sistema mundial ..já deu o que tinha que dá .

    • Poderia acrescentar algo a mais…mas vou deixar somente o excelente resumo do amigo Lucena acima…

  2. ja começaram a choramingar se acostumaram mesmo as doações de material e dinheiro Americano justamente o que Trump quer faze-los pagarem.

  3. O problema maior nãoé o Ursomalvado e fortão e sim oneo-nazismo que se alastra que os fracionara ainda mais.
    Calma gringo vcs ainda não viram nada,retornarão a condiç~~ao feudal kkkkkk

  4. Mas, e aí, quais são as ameaças mesmo…? Quais são os fatos que embasam os argumentos?

    Ou é só chantagem para o plano globalista (de blocos) não fracassar?

    Então, se acabar a CE, os balcânicos vão dar birrinha e começar uma destruição mútua porque não sabem viver em paz com os vizinhos?

    Ou o “Urso Malvado” vai refundar o Pacto de Varsóvia invadindo o antigo parquinho do diversões dos russos (=Europa Oriental)?

    (Os comunistas acham que a URSS, quero dizer, a Rússia é o ursinho Pooh…que a China é um urso panda bem dengoso, que Cuba é um pianista bem amistoso do Buena Vista Club, etc.)

    Aqui, só os capitalistas de compadres apoiam o Mercosul. Outro lixo que não serve para nada (nenhum benefício para o cidadão comum).

  5. Estes lideres de merda europeus gostam mesmo eh de meterem a cara em um barril cheio de cocaina , nao sao dignos nem de lavarem os pes do PUTIN , a europa ta dominada por um bando de viados cheiradores ,e querem arrastar Polonia e Ucrania para esta orgia , Putin ta perdendo tempo , anexe logo a UCRANIA , a europa nao vai fazer nada , do meu c. se alguma naçao merdinha reagir , vao esperar pelo IMPERIO , e se depender do homem cenoura a europa vai se ferrar ! A europa tem o costume de fazer cacas e depois correr para os braços Yankes e eslavos ,

  6. A União Europeia, representada pela triste figura do Sr. Juncker é uma senhora de 60 anos, mas que já dá sinais de decrepitude. Os tecnocratas de Bruxelas não conseguem justificar os gastos na manutenção da gigantesca máquina burocrática que a UE se tornou, um verdadeiro buraco negro de verbas públicas.

    Se a UE se desintegrar vai haver uma guerra nas Bálcãs? Acho improvável. A influência Russa iria aumentar na região? Provavelmente. Os Estados nacionais, e a população em geral, iriam ganhar com o fim da UE? Com certeza.

    A UE está com os dias contados, A OTAN é a próxima.

  7. Há um silêncio sobre toda a Europa…

    Que tipo de silêncio é esse? Infelizmente! É o silêncio do suspense, é o silêncio do medo. Ouça! Não, escute atentamente; Acho que ouvi algo – sim, está bastante claro. Você não ouve…?

    É muito estranho, é curioso como os povos da Europa sempre tiveram esse horror do poder de um só…

    Então decidiram se “unir” num bloco para disseminar suas ideias de justiça, liberdade, prosperidade e paz. Todos juntos contra “O” um só, a partir daí veem exportando pra valer suas ideias. Com seus ideais ocidente afora, valores vão sendo implodidos.

    À medida que a primeira guerra mundial se aproximava, o ministro das Relações Exteriores britânico, Sir Edward Gray, comentou a um amigo: “As lâmpadas estão se apagando por toda a Europa. Não vamos vê-las acessas novamente em nossa vida.” Observando o que ocorre hoje na Europa, sinto que as lâmpadas estão se apagando por toda a Europa.

    Uma após outra, as antes sólidas e familiares cidades europeias estão carcomidas pelo erro de deixar de lado os direitos inerentes à verdade…e se fizeram cegos para não enxergar seus erros. Já ouvimos o suficiente, basta! Façamos assim, este é o caminho, o único caminho para todos nós! Disseram…

    Os europeus estão prestes a entrar em um longo período amargo numa época em que o mundo ocidental já enfrenta desafios negativos e ameaçadores em termos econômicos e de segurança.

    Os europeus serão enfraquecidos. Assim será todo o mundo ocidental. Infelizmente!

    Depois de se recuperar do choque do voto “Out” da Grã-Bretanha, outras capitais europeias irão insistir que a União Europeia pode sobreviver, mesmo prosperar, sem a Grã-Bretanha. Não podem. E não é porque os britânicos seriam “must’ no bloco…

    “É porque este foi um negócio miserável desde o princípio”. É fadado a fracassar.

    “Você não gosta da União Europeia? Espere até ver como uma Europa sem UE pode parecer.” Já é o que dizem aos quatro ventos como mostra a matéria.

    Mas creia, este colapso inevitável trará benefícios para a humanidade. Mas até lá…haverá choro e ranger de dentes.

    Faço uma breve colocação aqui, Rússia há derrubado toda a arquitetura de segurança da Europa moderna. A diáspora de imigrantes muçulmanos tem um papel aqui. E o papel será bem desastroso para todo o continente…

    Grato

  8. A desintegração da união européia não vai ser nada mais que uma marretada nos planos dos globalistas. Essa união não foi capaz de deter nenhuma guerra nos Balcãs e não seria seu fim seria o problema.

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