Ucrânia: Merkel e Hollande levam proposta de novo acordo de paz

Merkel, Poroshenko e Hollande em Kiev

Merkel e Hollande levam proposta de novo acordo de paz para o leste da Ucrânia. Kerry admite que EUA não descartam envio de armas aos militares ucranianos, enquanto Moscou adverte que entrega causaria “dano colossal”.

Com a intensificação do conflito no leste da Ucrânia, líderes ocidentais foram a Kiev, nesta quinta-feira (05/02), para novamente pleitear uma solução diplomática ampla, visando acabar com os combates entre soldados ucranianos e separatistas pró-Rússia.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, acompanhada do presidente francês, François Hollande, e secretário de Estado dos EUA, John Kerry, se encontraram, em reuniões separadas, com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko. A viagem de Merkel e Hollande foi decidida de última hora diante do acirramento do conflito, enquanto a de Kerry fora previamente agendada.

Enquanto Kerry pediu que a Rússia demonstre comprometimento com uma solução pacífica, deixando, no entanto, em aberto se os EUA enviarão armamento à Ucrânia, Merkel e Hollande – que já se declararam contrários ao envio de equipamento militar – levaram uma nova proposta para encerrar o conflito.

Após o jornal alemão Süddeutsche Zeitung divulgar supostos detalhes do plano franco-alemão, um porta-voz do governo em Berlim desmentiu as informações, dizendo que eram “falsas”. O diário escreveu que a proposta previa um cessar-fogo imediato e a concessão de mais autonomia aos separatistas do leste da Ucrânia. Nesta sexta-feira, Merkel e Hollande viajam a Moscou.

Kerry: “Escolhemos a diplomacia”

Falando a jornalistas após uma reunião com Poroshenko, Kerry disse que a agressão russa ao leste da Ucrânia éum problema sério, que deve ser resolvido diplomaticamente, mas alertou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está revendo a possibilidade de fornecer armasde defesa aos militares ucranianos.

“Queremos uma solução diplomática, mas não podemos fechar os olhos para os tanques que estão atravessando a fronteira com a Rússia e entrando em território da Ucrânia. Não podemos fechar os olhos para soldados russos usando uniformes sem insígnias cruzando a fronteira e liderando os chamados separatistas no campo de batalha”, disse Kerry.

Além disso, o secretário americano pediu que a Rússia cesse seu apoio militar aos rebeldes, trazendo-os à mesa de negociação. “A nossa escolha é a diplomacia”, finalizou.

“Não estamos buscando um confronto com a Rússia. Ninguém está. Nem Poroshenko, nem os Estados Unidos, nem a comunidade europeia”, esclareceu Kerry.

“Dano colossal”

Moscou advertiu que uma eventual entrega de armas pelos Estados Unidos à Ucrânia causará um “dano colossal” às relações entre os EUA e Rússia. Além disso, o governo russo iria classificar a decisão como uma ameaça à segurança da Rússia.

“Indubitavelmente, se tal decisão for tomada, vai causar danos colossais às relações entre EUA e Rússia, especialmente se os residentes de Donbass [as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk] começarem a ser mortos por armas americanas”, disse o porta-voz do Ministério do Exterior russo, Alexander Lukashevich.

Fonte: DW.DE

2 Comentários

  1. Duvido com todas as forças que os EUA ou qualquer outro país se aventurará em entrar de cabeça nesse conflito, é questão de inteligencia, se entrarem no conflito enviando armamento para Kiev, logo a Russia terá todos os motivos e justificativas perante o mundo para entrar no conflito, e ocorrendo isso ocorre tbm a queda do atual governo que vai amargar uma derrota “colossal”, o que será a derrota dos EUA nesse tabuleiro onde não podem guerrear (suicídio) . De uma coisa eu tenho certeza, a Otan pode até encarar a Rússia no tabuleiro economico, mas é improvável que cometam a loucura de enfrentá-los num conflito aberto, é simplesmente insanidade, ciente disto, só resta aos EUA o que eu disse em outra postagem…dividir a Ucrania com a Russia,e Kiev que se prepare, pois vai encarar anos bem difíceis pela frente em todas as esferas, pois a UE deixou bem claro que não vai estender as mãos pra ajudar, a Grécia serve como exemplo.

    • Muitas verdades nestas palavras, mas uma afoita interpretação na leitura de que a Europa não estenderá as mãos para ajudar. Os europeus são os mestres no que se caracteriza a expressão pragmatismo no ocidente. Eles vão esticar a corda ao maximo para obterem todas as vantagens possíveis, mas afrouxam se perceberem que podem ter alguma especie de perda, ou que os impossibilitem De continuar tendo essa capacidade de sangria.

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