Sobre os Patrulheiros Oceânicos Portuguêses

A Marinha portuguesa assinou a 17 de março vários contratos com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), referentes  à construção nos próximos 5 anos de vários navios e lanchas.

No total, o valor contratualizado ascende a mais de 500 milhões de euros, o que representa um investimento muito significativo para a Marinha e um rendimento muito importante para os Estaleiros.

Por comparação, saiba-se que as duas fragatas holandesas adquiridas recentemente, ficaram por 240 milhões de euros.

O contrato inclui a construção de 5 lanchas de fiscalização, contemplando a opção por mais 3 lanchas, 6 navios de patrulha oceânica (NPO), idênticos aos que estão ainda em construção no estaleiro de Viana e ainda dois navios de combate à poluição que poderão ser utilizados em qualquer cenário de crise ecológica, não somente em Portugal, mas também na Europa.

Estes números: 5 lanchas (mais 3); 6 NPO, 2 navios de combate à poluição são uma expansão em relação aos valores previamente conhecidos que previam 8 NPOs e 5 lanchas.

O primeiro NPO será entregue apenas em janeiro de 2010 e o segundo em meados deste mesmo ano.

Os cascos dos dois primeiros NPO estão prontos já há muito tempo, desde 2005, de fato, num atraso de contornos pouco claros e que causa estranheza a muitos, a começar pelo próprio ministro da Defesa, Severiano Teixeira que o justificou por se tratar dos primeiros navios de uma nova série e pelos problemas técnicos que necessariamente decorrem.

Os NPOs são navios de utilidade militar muito limitada, dado o seu escasso armamento (um canhão de 40 mm) e ainda que este possa ser suficiente para as missões de fiscalização à pesca e à navegação no Atlântico, dificilmente poderão cumprir as mesmas missões mais militares que as corvetas João Coutinho, um projeto genuinamente português, mas de construção alemã e espanhola, que estavam armadas  com um canhão de 76 mm e outro de 40 mm e das quais Portugal chegou a contar com seis unidades (atualmente em inventário, restam apenas 4).

As lanchas de fiscalização vão tomar o lugar deixado pelos muito antigos patrulhas “Cacine”, da década de setenta, sendo a primeira entregue em 2012, mais duas em 2013 e a duas últimas em 2014.

O projeto das lanchas será desenvolvido conjuntamente com um estaleiro alemão ainda não especificado e que tratá a devida aquisição de “know-how” que os Estaleiros poderão depois aplicar noutros projetos semelhantes.

Fonte: Quintus