Sobre a chegada dos submarinos U-209PN (“Tridente”) a Portugal

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Texto e opinião: Quintus

Aqui, no Quintus, já escrevemos muito contradizendo a opção pela manutenção da arma submarina neste contexto de restrições orçamentais e da presença de grandes lacunas nos meios de superfície da Armada. Mas agora, que está praticamente consumada a chegada dos dois submarinos da classe Tridente, há que ser honesto e reconhecer que estes 2 navios vão representar para a Marinha um salto de capacidade operacional notável.

Os sistemas de armas dos Tridente colocam estes submarinos no nível mais elevado entre os da sua classe, em termos globais. A sua autonomia, estende a distâncias novas a capacidade de intervenção da Marinha Portuguesa e tudo indica que estes navios serão capazes de oferecer estas capacidades durante – pelo menos – mais 40 anos.

Estes dois novos submarinos serão – segundo a Marinha – utilizados para o “controlo de uma vasta área oceânica, acima dos quatro milhões de quilómetros quadrados, numa extensão equivalente a 80 por cento de toda a Europa”. É verdade, que os Submarinos poderão ser utilizados nestas missões de patrulha e vigilância, mas é também verdade que com meios de superfície estas missões poderiam ser ainda melhor cumpridas, com um custo inferior e com um muito maior rendimento… Mil milhões de euros pagariam 4 corvetas modernas, embarcando UAVs que multiplicariam muitas vezes as capacidades de vigilância dos submarinos, mais lentos, sem aviação embarcada e muito mais caros e, logo, menos numerosos que esses meios de superfície que sempre consideramos como prioritários em relação aos Tridente.

Cada Tridente tem uma guarnição de 33 militares e uma autonomia de 12 mil milhas. O navio tem sistemas de sensores muito modernos e pode ser armado com mísseis de longo alcance mar-mar e mar-terra (não sendo claro quantos – se algum – foram já encomendados). A classe é também armada com torpedos de longo alcance e tem a possibilidade de colocacao de minas. Mas das suas notáveis caraterísticas enquanto submarino são a grande autonomia e a capacidade para navegar imerso durante longos períodos.

O segundo Tridente (o “Arpão”) deverá chegar a Portugal na primeira metade do próximo ano.

Fonte: Quintus

6 Comentários

  1. É um texto coerente e com fundamento, mostra a necessidade de um submarino para uma pequena nação mas com uma área marítima enorme, faz referencia a algo que sempre foi o nosso problema não conseguir patrulhar esta vasta ZEE (Zona económica exclusiva). Havia estudos de extensão da plataforma continental (além das 200 milhas) que iria acrescentar 240.000 quilómetros quadrados, que ainda está a decorrer e no fim de tudo será aprentado á Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC)… é mais área marítima que devemos proteger. Diga-se de passagem que este estudo está a mostrar muita riqueza que o nosso mar têm em biodiversidade.
    Voltando ao assunto os submarinos vão controlar como diz a marinha, mas diz o texto não é o ideal mas poderá em parte cumprir essas funções.
    Para tanta área marítima ficamos então com 2 submarinos, os C295 que estão preparados para essas funções, as fragatas modernizados que recebemos da Holanda, as velhas corvetas e os “suspeitos”” (para não chamar outro nome e escrever mais coisas) dos NPO que estão a ser construídos em Viana de Castelo que parece que é segredo de estado que nada sabemos dos navios… esses sim teriam o papel para patrulhar a custos mais reduzidos a nossa vasta zona… (e nada mais digo)
    Sds

    • Karlus, estive em Viana mês passado e vi os NPO, posso assegurar que desta vez minha impressão foi melhor, pois eles parecem estar perto de serem finalizados, estavam em bem melhor estado e mais aparelhados que da última vez que lá estive.
      Só penso que em Portugal tal como no Brasil Faz-se uma polêmica danada a cerca da compra e necessidade de sistemas militares. acho que Portugal merece e necessita pelo menos mais 2 submarinos como estes.
      Os patrulheiros são muito bons mas seria ideal ter uma base fixa nos Açores e na Madeira com mais aeronaves inclusive helicópteros.
      Off Topic

      Tenho mais uma pra você que podes conferir, vais gostar.
      Sabe como decaiu a decisão portuguesa sobre os U 214?
      Numa operação conjunta da Marinha do Brasil com a OTAN no Linked Seas 97, A bordo do submarino S 31 Tamoio da Marinha do Brasil embarcaram a convite oficiais portugueses acompanhando o exercício, o Tamoio rompeu o bloqueio das escoltas, atacou e “Afundou” o Príncipe das Astúrias, Nau Captânea da frota, fugindo impunemente a caçada das escoltas na sequência.
      O feito impressionou a todos (e mais ainda aos brasileiros, rsrs) e foi muito bem recebido pelos oficiais portugueses que a partir daí tinham decido qual submarino deveriam escolher, porém neste meio termo, apareceu o U 214 navio ainda mais avançado derivado do U 212 que equipa a Marinha Alemã em busca do navio mais avançado que o U 209 os a MRP acabou optando pelo U 214.
      Esta foi uma história que me foi contada aqui no Arsenal de marinha, vale a pena conferir a veracidade.
      Abraço
      E.M.Pinto

  2. Gostaria também de dar o meu comentário acerca dos submarinos adquiridos por Portugal.
    Os gastos são elevados, mas justificam-se. Portugal terá de ter meios próprios de defesa a fim de poder fiscalizar e controlar a sua vasta costa atlântica, porquanto o mundo de hoje está tão agressivo em actos de pirataria, em todos os escalões de marginalidade, que, perante aqueles que criticam negativamente o nosso apretechamento de defesa, não serão certamente portugueses, porque se nós não estivermos em condições de termos meios para tal, os estrangeiros ocuparão o nosso espaço, e, com isso, daríamos lugar a que os castelhanos nos substituíssem nesta tarefa e noutroa com o beneplácito internacional.
    A partir daqui, poderíamos dizer adeus à nossa soberania/autonomia, e, a meu ver, seria isso que os nossos iberistas, traidores, ficariam todos contentes por ser governados por castela colonialista, em virtude de que entendem que estaríamos melhor sob todos os aspectos, mas são incapazes de criarem soluções portuguesas
    A espanha/castela tende a desmoronar-se porque a ditadura continua e obriga através do controlo político e militar manter o seu statu quo, isto é, não quer dar liberdade de escolhas às suas grandes regiões de hoje que amanhã serão verdadeiros estados nações de todo o direito.
    Os espanhóis não são sérios e usam todo o potencial de mimetismo próprio dos camaleões, veja-se o caso de Olivença que é nossa pelo tratado de Viena de Àustria de 1815 e subscrito por eles em 1817, mas na prática não lhe deram qualquer valor porque se comportam como verdadeiros aldrabões. É isso mesmo.

  3. E.M.Pinto :Karlus, estive em Viana mês passado e vi os NPO, posso assegurar que desta vez minha impressão foi melhor, pois eles parecem estar perto de serem finalizados, estavam em bem melhor estado e mais aparelhados que da última vez que lá estive.Só penso que em Portugal tal como no Brasil Faz-se uma polêmica danada a cerca da compra e necessidade de sistemas militares. acho que Portugal merece e necessita pelo menos mais 2 submarinos como estes.Os patrulheiros são muito bons mas seria ideal ter uma base fixa nos Açores e na Madeira com mais aeronaves inclusive helicópteros.Off Topic
    Tenho mais uma pra você que podes conferir, vais gostar.Sabe como decaiu a decisão portuguesa sobre os U 214?Numa operação conjunta da Marinha do Brasil com a OTAN no Linked Seas 97, A bordo do submarino S 31 Tamoio da Marinha do Brasil embarcaram a convite oficiais portugueses acompanhando o exercício, o Tamoio rompeu o bloqueio das escoltas, atacou e “Afundou” o Príncipe das Astúrias, Nau Captânea da frota, fugindo impunemente a caçada das escoltas na sequência.O feito impressionou a todos (e mais ainda aos brasileiros, rsrs) e foi muito bem recebido pelos oficiais portugueses que a partir daí tinham decido qual submarino deveriam escolher, porém neste meio termo, apareceu o U 214 navio ainda mais avançado derivado do U 212 que equipa a Marinha Alemã em busca do navio mais avançado que o U 209 os a MRP acabou optando pelo U 214.Esta foi uma história que me foi contada aqui no Arsenal de marinha, vale a pena conferir a veracidade.AbraçoE.M.Pinto

    Estou á espera de uma informação sobre os NPO´s, para saber o ponto de situação… mas as últimas noticias não eram muito agradáveis. Espero que seja mesmo só “conversa”. O primeiro era para ser entregue este ano em Janeiro, até agora nada. Também não é nada de concreto.

    Não sabia dessa história da decisão pelos U214, vou tentar saber

  4. Este texto é contraditório. Não se compara as capacidades de vigilância de um sub (vamo-nos obviamente ficar por estas) com uma corveta com UAV’s. Estes últimos navios operam a uma distância curta (revalativamente vá) da costa e os UAV’s t~em um alcance limitado, bem como um tempo de voo limitado (descolagem vertical, tamanho reduzido).

    E mesmo assim dificilmente mil milhões dariam para as 4 corvetas e os UAV’s. Depois o interessante seria descobrir as corvetas com essa capacidade. Corvetas leves, pesadas com hangar orgânico?

    Os Subs são caros mas justificam-se. Deveriam era ser 3 como inicialmente estava contratualizado, não fosse o Paulinho das feiras cancelar a opção.

    OS NPO já cá deviam era estar. Neste caso o Estado foi mal servido pelos ENVC, o que acabaria por procurar alternativas para o LPD.

    Vale a pena dizer que o sistema AIP do Scorpene foi considerado mais caro que o alemão e mais barulhento.

  5. Portugal é um país pequeno, mas com grandes responsabilidades navais, das quais nunca se omitiu, historicamente falando, e devido ao seu posicionamento em um dos pontos de maior relevância da navegação marítima mundial não pode ficar para trás sob pena de ter sua soberania seriamente questionada. Estes pequenos SUBs, em caso de necessidade poderão bloquear uma vasta área do Atlântico. Porém, não só submarinos, mas toda a força devem contar com meios modernos e adestrados. Ocorre que o atual momento fiscal português é complexo devido a crise financeira da Europa que afetou Portugal e que ameaça seriamente sua saúde financeira pelos próximos anos. Não excluo a possibilidade de no futuro as forças europeias se fundirem em uma Marinha só…

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