SBR-2 ‘Humaitá’ (S41) – ICN avança na fabricação do segundo submarino convencional do Prosub

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Depois da inauguração da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) em março deste ano, que representou o cumprimento da primeira etapa do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), outro importante evento, ocorrido em setembro último – o corte da primeira chapa do segundo submarino convencional do programa – marcou o início da fabricação do submarino SBR-2, que será integralmente executado no Brasil.

A construção dos cinco submarinos do Prosub – quatro convencionais e um com propulsão nuclear – está sob a responsabilidade da Itaguaí Construções Navais(ICN) que, com a entrega da UFEM, passou a operar efetivamente em Itaguaí.

“O início de nosso trabalho no Prosub é bem anterior a estes dois marcos do Prosub, pois a fabricação de um submarino é precedida por um extenso processo de qualificação e homologação das empresas envolvidas, a ICN e a NUCLEP”, expõe Antonio Luiz Costa, Diretor Industrial da ICN. “Em um primeiro momento, avançamos com a qualificação da Nuclep, a subcontratada pela ICN para a fabricação dos cascos resistentes dos submarinos e, na sequência, submetemos a ICN a este mesmo processo, visando à fabricação do segundo submarino.”

O processo de qualificação das empresas incluiu o treinamento de profissionais durante os três anos de fabricação das seções de vante 3 e 4 do primeiro submarino convencional, o SBR-1, Riachuelo (S40), na França e a transferência de tecnologia e de conhecimento para a continuidade deste processo no Brasil.

Neste período, a NUCLEP iniciou a construção das demais subseções e seções do SBR-1 em suas instalações fabris que concluídas, serão levadas para a UFEM, onde receberão a montagem dos componentes internos, ali fabricados pela ICN. Com a chegada das seções 3 e 4 em Junho último e com o término dos ajustes finais de equipamentos para a produção, a UFEM entrará nos próximos meses, em plena capacidade de operação, o que permitirá avanços significativos na construção do SBR-1.

Basicamente, as seções do submarino são compostas pelas chapas do casco, que reforçadas pelas cavernas (estas constituídas de almas e flanges), dão origem às subseções e, na sequencia, às seções.

Com o objetivo de imprimir maior velocidade à execução das cavernas, a ICN implementou uma segunda linha de fabricação destes anéis de reforço do submarino que constituem uma parte crítica no prazo de execução do casco resistente destas embarcações. Além disso, ampliou a capacidade produtiva da linha industrial existente com a aquisição de componentes de montagem adicionais.

Ambos os procedimentos criaram condições para não só acelerar o processo industrial como também iniciar a construção do casco resistente do segundo submarino convencional, o SBR-2 em paralelo ao SBR-1.

“Terminadas estas etapas iniciais dos submarinos, independente se realizadas pela ICN ou pela NUCLEP, estas seções serão trazidas para a UFEM onde receberão as estruturas internas, os equipamentos e os componentes. Da UFEM, as seções serão transferidas para o estaleiro de construção para os serviços finais de execução do submarino, ou seja, a união das seções e a montagem e integração dos equipamentos e sistemas”, conclui Antonio Luiz Costa.

A ICN

A Itaguaí Construções Navais (ICN) é uma joint venture formada por duas organizações: a Direction des Constructions Navales et Services (DCNS), um grupo francês detentor de engenharia e tecnologia no setor de defesa marítima, com larga tradição no mercado internacional de construção naval, e, a Odebrecht Defesa e Tecnologia, uma organização brasileira presente em diversos setores produtivos, com capacitação internacionalmente reconhecida na execução de empreendimentos de grande porte e complexidade tecnológica.

A estrutura organizacional da ICN é formada pela presidência e três diretorias, cujas atribuições estão divididas entre representantes da DCNS e da Odebrecht: o Diretor-Presidente Pascal Le Roy, com vasta experiência em empreendimentos navais na DCNS francesa, esteve, entre várias funções na DCNS, à frente da diretoria industrial do centro DCNS de Toulon, especializado na manutenção da condição operacional dos navios da Marinha francesa; o Diretor Operacional Carlos Freire Moreira, que atuou por várias décadas na Marinha do Brasil, inclusive nos projetos e construção dos submarinos executados no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro e, após a sua saída da MB, foi convidado pela DCNS a integrar a equipe da empresa no Brasil; o Diretor Financeiro e Administrativo, Carlos Augusto Campos dos Reis, com experiência na implantação e administração de diversos projetos da Odebrecht no Brasil e no exterior,e representante da empresa desde as primeiras negociações do processo de formação da ICN; e o Diretor Industrial, Antonio Luiz Costa, com larga atuação na Engenharia Industrial de empreendimentos executados pela Odebrecht no Brasil e, principalmente, em países da Europa e das Américas.

Fonte: Tecnonews via Defesa Aérea& Naval (DAN)

9 Comentários

  1. “Terminadas estas etapas iniciais dos submarinos, independente se realizadas pela ICN ou pela NUCLEP, estas seções serão trazidas para a UFEM onde receberão as estruturas internas, os equipamentos e os componentes. Da UFEM, as seções serão transferidas para o estaleiro de construção para os serviços finais de execução do submarino, ou seja, a união das seções e a montagem e integração dos equipamentos e sistemas”, conclui Antonio Luiz Costa. === Parabéns e td essas coisas, +, compramos da Alemanha tecnologia dos U.Boats…e ñ estamos fabricando nenhum, só temos esses 5 até agr e sem AIPs…baixa autonomia..Torcemos p q ñ ocorra o msm c essa q estamos comprando dos francos e q venham c AIPs…sds.

    • “Torcemos p q ñ ocorra o msm c essa q estamos comprando dos francos e q venham c AIPs…sds.”
      —————————

      Nem adianta torcer , que isto já está defindo, os Scorpene-Br não terão sistema AIP.

      E isto foi determinado pela própria MB, que descartou o sistema AIP por considerar seu uso como inviável e/ou inadequado para o seu teatro de operações, ou que o custo/ benefício não compensaria, não sei bem as razões da decisão da MB…

      Talvez estejam apostando no uso de baterias elétricas de lítio, mais avançadas, suas cargas durariam mais, aumentando em consequência o tempo submerso…

      • E se fosse para adotar algum sistema do tipo seria o MESMA, desenvolvido pela DCN exclusivamente para os Scorpene.

        As razões para a Marinha não adotar nenhum dos sistemas, pelo que foi noticiado na época da decisão, foram os altos custos de manutenção dos combustíveis necessários para a alimentação de ambos sistemas, que exigem elevados níveis de pureza dos materiais utilizados e operação cuidadosa em instalações específicas de produção do combustível. Toda essa estrutura deveria ser construída do zero.

        Creio que, entre desenvolver suporte para um sistema de propulsão tipo AIP/MESMA e desenvolver um Nuclear, a segunda opção falou mais alto na Marinha por ter algum capital técnico estabelecido anteriormente.

        Abs

  2. E a expertise nacional que se criou à partir dos submarinos IKL de projeto alemão , foi perdida, não houve investimento por parte do BRASIL na evolução dessa tecnologia ?

    Para os menos informados da-se a ideia que o Prosub é a primeira experiência nacional na construção de submarinos !

    O Prosub é o projeto mais ambicioso do BRASIL, nesse século, se for concluído de acordo com o cronograma dotara o país de uma arma de dissuasão extremamente mortal, a meu ver deveríamos ter começado pelo submarino nuclear e depois iríamos para os convencionais !

    Digo isso porque os franceses irão apenas construir o casco do submarino nuclear para nós, todo o recheio tecnológico, inclusive o reator, sera de tecnologia brasileira então não vejo porque esperar até 2021 já que o nosso estaleiro já se encontra apto !

    • César Pereira,

      A maior evolução dos IKL alemães no Brasil é o S-34 Tikuna. Contudo, a evolução a ser trazida pelos Scorpène é maior em muitos parâmetros ( embora acredite que uma evolução do Tikuna também resultasse em um bom produto ).

      Começar pelo nuclear não seria recomendável, haja visto que deve se dotar os trabalhadores do estaleiro da ICN com a experiência necessária. Um submarino nuclear é provavelmente a obra de engenharia mais complexa de nossos dias…

      • Como esse projeto remonta a década de 1970, eu acreditava que haveria muito das partes quentes desse submarino prontas,mas pelo visto muito ainda se encontra nas pranchetas.
        Quando o BRASIL começou a produzir os submarinos IKL de projeto alemão,eu acreditava que desenvolveríamos essa tecnologia para agregar valor ao nosso futuro submarino nuclear,mas eu estava enganado !

    • Os submarinos convencionais
      , S-Br, até onde sei, serão equipados com com tubos de torpedos de 533 milímetros, aptos ao lançamento de torpedos pesados (Arthemis Torpedos de nova geração, evolução do Black Shark) e mísseis Exocet SM39 anti-navio.

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