Referendo na Escócia: britânicos alertam para decisão ‘sem volta’

Escócia (Getty)

Referendo sobre futuro da Escócia será realizado na 5a-feira; pesquisas apontam disputa apertada

O debate sobre o futuro da Escócia entra na reta final a três dias de um referendo que decide sobre sua separação da Grã-Bretanha, com pesquisas indicando que a acirrada disputa continua em aberto.

Nos últimos dias da campanha, o primeiro-ministro da Escócia, Alex Salmond, reforçará a mensagem de que um voto pela independência ajudará no crescimento da economia local. A estratégia responde a incertezas sobre o futuro econômico de uma Escócia independente levantada por especialistas e grandes empresas britânicas.

Será a segunda viagem de Cameron à Escócia em uma semana. Ele também apostará em uma mensagem de apelo mais direto, ao dizer que há razões “da cabeça e do coração” para se votar pelo “Não”.

A disputa no referendo, que será realizado na quinta-feira, segue apertada. Uma nova pesquisa do jornal Sunday Times, realizada pela empresa Panelbase, colocou o “Não” com 50,6% e o “Sim” com 49,4%. Os números mostram a redução da diferença entre os dois campos; uma semana antes, a pesquisa colocava o “Não” com 52% e o “Sim” com 48%.

A combinação das seis últimas pesquisas, realizadas entre 9 e 12 de setembro e excluindo eleitores indecisos, deu ao “Não” 51% das intenções de voto e ao “Sim” 49%.

Escócia (Getty)

No domingo, a rainha Elizabeth 2ª fez seu primeiro comentário público sobre o referendo e disse esperar que as pessoas pensem cuidadosamente sobre o futuro antes de votar.

No último fim de semana antes do voto, milhares de pessoas participaram de manifestações na Escócia, com ambos os lados alegando vantagem.

Em Glasgow, partidários da independência da Escócia realizaram ato

Manifestantes participaram de ato pelo “Não” em Edimburgo

Um grande ato também ocorreu em frente ao prédio da BBC Escócia em Glasgow, com manifestantes acusando a cobertura da empresa pública de comunicação de ser tendenciosa – contra a independência. Cerca de 1 mil pessoas participaram do protesto, segundo a polícia, mas observadores disseram que o número de participantes foi bem maior.

Um porta-voz da BBC disse que “a cobertura tem sido justa e imparcial e que segue plenamente as exigências das nossas Diretrizes Editoriais e do Referendo”.

‘Maioria considerável’

Salmond disse no domingo que o referendo era “uma oportunidade de uma geração” e que ele estava em busca de uma “maioria considerável”.

Perguntado se ele tentaria a realização de um novo referendo caso a separação seja rejeitada, ele disse: “Não estamos querendo ganhar por um voto. Queremos alcançar uma maioria considerável se pudermos”.

Escócia (BBC)

Darling, do “Melhor Juntos”, e Salmond, pela independência, participaram de programa na BBC

Alistair Darling, ex-ministro das Finanças britânico e deputado eleito por Edimburgo – segunda maior cidade da Escócia – e líder da campanha “Melhor Juntos”, disse que a campanha pelo “Não” irá focar nos eleitores indecisos.

“Eu disse há um ano que essa disputa ficaria acirrada na véspera e é exatamente isso o que está acontecendo”, disse Darling. “Não é uma surpresa. É a maior decisão individual que iremos tomar”.

“Se nós votarmos por deixar o Reino Unido na quinta-feira, não tem volta. Não é igual a uma eleição em que você pode mudar de opinião se as coisas não funcionarem”, disse.

A campanha entra na reta final com grandes nomes da música escocesa fazendo campanha pela independência, incluindo as bandas Franz Ferdinand e Mogwai.

Enquanto isso, o ex-capitão da seleção inglesa David Beckham anunciou apoio ao voto pelo “Não”, e pediu uma renovação do “vínculo histórico” do Reino Unido.

Fonte: BBC Brasil

17 Comentários

  1. por LUCENA
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    O berço do sionismo está ruindo ? … os castelos de areia deles estão caindo ? … será que é o grande sinal do crepúsculo do império sionista … ? …TOMARA …. 😉

  2. Guerra psicológica… como aquele emprego de M em que a gente ganha menos que salário mínimo, e tudo que acontece de errado na empresa é descontado… e quando você pede demissão o pessoal do RH diz – “tem certeza!? Olha que não tem volta hein!? Lá fora tá difícil… aqui você tem o certo todo mês… em pouquíssimo tempo vão ocupar sua vaga!”

    Liberdade tem preço… mas vale a pena!

  3. Espero que o Não ganhe pelo bem do povo escoces,pois o político defensor do sim,diz que o petroleo vai garantir a perda de repasses,mas ele não fala que os repasses e gastos da Inglaterra são iguais ou superiores as receitas,fora a criação de uma moeda local,pois teriam que abandonar a Libra que é uma das moedas mais seguras do mundo.Vão perder benefícios socias e o seu sistema educacional provavelmente vai decair pois quando se há falta de receitas em qualquer governo no mundo,a primeira tesourada vai na educação.

    OBS:FICAR VENDO O FILME CORAÇÃO VALENTE E AQUELAS INVERDADES DO FILME,NÃO VAI EDUCAR,DAR SAÚDE OU BEM ESTAR SOCIAL AO POVO ESCOCES

    • Não vai mesmo! Mas ficam dois fatos interessantes!

      A MUDANÇA nem sempre é ruim… a PERMANÊNCIA, no que quer que seja, costuma ser! O problema é que certos povos CIVILZADOS são TREINADOS para TEMER a MUDANÇA! E por isso aceitam ser humilhados e explorados por centenas de anos!

      Por fim… se tanta gente assim quer a mudança (quase 50%) é sinal de que a HISTÓRIA de que a Escócia não foi assim, uma parceira do Reino Unido, e sim mais um país vassalo explocrado e com cultura própria desprezada.

      Torço para que a Irlanda tome o mesmo caminho!

      • Mauro,

        Havia tempos em que homens de verdade lutavam até a morte por sua pátria e sua liberdade simplesmente por por preferirem morrerem a viverem sobre o comando e ocupação de estrangeiros .
        Não sei se os escoceses serão homens o suficiente pra isso.

      • Irlanda ja e independente do Reino Unido desde 1922. Falta de informacao e fogo. oS republicanos irlandeses, o pessoal que apoia o IRA, vao discordar. Os ingleses quebraram Irlanda em dois, Norte e Sul.A Republica no Sul e formalmente e independente politicamente, mas ainda dominado economicamente. Os republicanos, isto e o Provisional, o IRA, lutam pela unidade da Irlanda e a completa separacao de Little Britain Escocia e diferente. Essa campanha para separacao e um movimento reacionario, organizado por uma camada social que pode lucrar com Escocia separada. Para a classe trabalhadora, estudantes, o programa de independencia nao oferece nada a nao ser mais aperto de cinto. Vao sair das maos dos gatunos da City para cair nas maos dos ladroes de Bruxela. A primeira coisa que vao abolir e o ensino gratuito na Escocia. Na Escocia o curso universitario ainda e gratis, enquanto no resto de Little Britain, antiga Gran Bretanha esse ensino e pago. Minimo 9.000 libras por ano. Os estudantes ingleses nao gostam muito desse privilegio escocess. Uma coisa e seguro. Se Escocia se separar da Inglaterra o Partido Trabalhista desaparecera como forca politica. Os conservadores vao governar por muito tempo.

      • eu disse antes que esse movimento de independencia era inteiramente reacionario. Aparentemente muitos escoceses pensam a mesma coisa. Na Europa questao nacional e coisa do passado. Reacionarios da esquerda e da direitas tenta ressucista-la para desv iar atencao da classe operaria da crise do sistema capitalista. O problema agora sera do partido conservativo, que tgem duas correntes, uma aristocratica, latifundiarios que e defendem a uniao a qualquer preco e a ala que reflete os interesses das classes medias. Esta nao vai gostar das concessoes que o governo de Cameron prometeu aos escoceses, porque estes ja gozam de muitos beneficios sociais que ja foram retirados nas outras partes do Reino.

  4. UE se preocupa com efeito contágio da independência da Escócia

    Por Por Danny KEMP | AFP – 9 horas atrás

    A perspectiva de independência da Escócia preocupa a União Europeia, que teme que o efeito se estenda a outras regiões separatistas e modifique as fronteiras e o equilíbrio político da Europa.

    Os independentistas da Catalunha ou de Flandes encaram o referendo escocês desta semana com esperança, enquanto em Bruxelas ele é observado com preocupação.

    O resultado da consulta pode modificar o peso da própria Grã-Bretanha dentro do bloco, já que Londres perderia votos dentro do Conselho e assentos no Parlamento, abrindo caminho para um quebra-cabeças institucional.

    Os líderes europeus afirmam que a Escócia, assim como qualquer outra região que declarar sua independência, ficará, de fato, fora da União e deverá iniciar um processo de adesão.

    O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, deixou claro em 2012: qualquer região que se tornar independente de um Estado membro deixará de ser parte da UE e deverá passar por todo o processo de adesão ao bloco.

    E desde então o discurso não mudou.

    Em fevereiro Barroso voltou a ressaltar que seria extremamente difícil para a Escócia se tornar membro automaticamente da UE.

    Em dezembro passado, o presidente do Conselho, Herman Van Rompuy, repetiu esta informação em Madri em relação à consulta que o governo regional da Catalunha impulsiona para novembro, um referendo considerado ilegal por Madri.

    “A separação de uma parte de um Estado membro ou da criação de um novo Estado não será neutra em relação aos tratados europeus (…) Os tratados se aplicam aos Estados membros”, sustentou.

    E para que ficasse claro, acrescentou: “Um novo Estado independente seria (…) um terceiro país em relação à União e aos seus tratados que, desde o dia de sua independência, não se aplicariam mais ao seu território”.

    O precedente da Alemanha Oriental

    “É realmente uma situação muito complexa para a UE se a Escócia se tornar independente, realmente é”, afirmou à AFP Pablo Calderón Martínez, um espanhol a cargo de estudos europeus no King’s College de Londres.

    “Ninguém quer ter que solucionar este problema quando há uma crise como a da Ucrânia ou do Iraque”, observou Montserrat Guibernau, professor de ciência política da Queen Mary University de Londres.

    Os especialistas afirmam que a Escócia, ou qualquer outra região, deve pedir adesão à UE, um processo que, se forem tomadas como parâmetro as últimas adesões, em particular a dos países que antes formavam parte do bloco soviético, pode durar anos.

    Mas, ao se tratar da Escócia, uma região que já forma parte de um país membro da UE, com tudo o que isso acarreta no que diz respeito a normas e regulamentação, ninguém pode prever um prazo.

    Caso alguma região peça sua adesão, esta deverá ser ratificada por todos os Estados-membros. Londres deverá dar seu aval, assim como Madri.

    “Não posso imaginar um cenário no qual a Escócia seria o único país da Europa excluído” do bloco, afirmou Nicola McEwen, do Centro de Mudanças Constitucionais escocês.

    Alguns especialistas citam o exemplo da Alemanha Oriental após a reunificação, estimando que após algumas primeiras discussões difíceis, seria possível considerar uma adesão em dois ou três anos.

    Para McEwen, é do interesse dos líderes europeus analisar esta hipótese. Uma adesão “pode se converter em um orgulho para a UE, já que nem sempre as disputas territoriais são resolvidas desta maneira”.

    • Interessante esse ponto de vista!

      Além de a Inglaterra perder “poder político”, área territorial, volume de capital, etc, etc… a Escócia ganha notoriedade e autonomia para seguir o seu destino como nação SOBERANA e não VASSALA do Reino Unido!

      Por outro lado, a demora na sua inclusão na UE, e de outros que venham a se tornar independentes também… pode acabar enfraquecendo um bloco que já não vai bem das pernas.

      Até onde eu sei… os brasileiros são fãs do Sean Connery e dá Escócia… então fica aqui o convite aberto, em nome de toda a nação brasileira… para o BRICS! 🙂

      Um novo mundo vem surgindo! 🙂 Vai virar BRICSE! 🙂 Vamos aprender a falar inglês “mais bonito”1 🙂

  5. Os escoceses estão divididos, tem antigos a favor da independência e novos a favor da manutenção por considerarem o sistema atual eficiente nos aspectos de economia, educação e seguridade social.
    De qualquer forma será um revés à Inglaterra por perder uma região fornecedora da água e energia … imagina ainda se adotarem o Euro? …
    Abraço,

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