Protecionismo atual tem semelhanças com disputas que levaram a guerra mundial, diz historiador

Ilustração do mapa múndi construído sobre um canteiro de obrasDireito de imagemGETTY IMAGES

O protecionismo de medidas como a tarifa imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre importações de aço tem muitas semelhanças com o cenário de guerras comerciais que levaram, cem anos atrás, a conflitos militares como a Primeira Guerra Mundial.

A avaliação é do historiador americano Marc-William Palen, para quem essa perspectiva do passado é fundamental para entender o que pode acontecer com o mundo a partir das políticas de Trump e de outras manifestações de protecionismo no mundo, como o Brexit, a saída do Reino Unido na União Europeia.

Enquanto os impactos econômicos das disputas entre os EUA, a China, o Canadá e até o Brasil têm dominado as atenções no caso das tarifas americanas, Palen defende que não se deve deixar de lado uma análise sobre os efeitos geopolíticos desse tipo de protecionismo.

“Guerras comerciais e o protecionismo transformam amigos e vizinhos em inimigos”, afirma ele em entrevista à BBC Brasil.

Marc-William Palen
Image captionMarc-William Palen é professor de universidade britânica | Foto: Divulgação

Professor na Universidade de Exeter, na Inglaterra, o historiador passou as últimas semanas publicando artigos para criticar as tarifas anunciadas por Trump e refutar a sua declaração de que “guerras comerciais são fáceis de vencer”. “Certamente podemos ver as semelhanças com um século atrás na criação de tensões entre Estados. Tensões que não existiam antes dessas políticas protecionistas”, diz.

Segundo ele, um grande erro é ignorar o quanto as economias são conectadas no mundo atual. “Não há vencedores em guerras comerciais.”

Codiretor do Global Economics and History Forum (Fórum de Economia e História Global, em tradução literal), em Londres, Palen é especialista na intersecção entre o imperialismo do Reino Unido e dos Estados Unidos do século 19 à globalização dos dias atuais.

Ele também autor do livro “The ‘Conspiracy’ of Free Trade: The Anglo-American Struggle over Empire and Economic Globalisation, 1846-1896” (“A conspiração do livre mercado: a luta anglo-americana por império e globalização econômica, 1846-1896”), lançado em 2016 pela Cambridge University Press.

Segundo o historiador, o retorno ao protecionismo, assim como a ascensão de políticas contra imigração, são “um retorno ao status quo que havia antes da Segunda Guerra Mundial”, uma reação populista à crise financeira global, e se manifesta de forma semelhante em vários países do mundo, e que pode levar a uma desintegração sem precedentes da ordem econômica global.

Leia a entrevista abaixo.

Trabalhador da indústria do açoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionTarifa de Trump para importação de aço alimentou debate sobre protecionismo

BBC Brasil – O senhor argumenta que, cem anos atrás, o protecionismo levou a conflitos internacionais que geraram a Primeira Guerra Mundial. A situação atual é comparável ao que houve então?

Marc-William Palen – É muito difícil prever o futuro, mas há muitas semelhanças ostensivas entre os dois períodos. Um dos aspectos mais marcantes é a dimensão geopolítica do protecionismo, que acaba sendo muito deixada de lado. Tendemos a enfocar como as medidas vão afetar consumidores, que também é importante, mas não é o único ponto em questão.

Quem pensaria, dois anos atrás, que haveria animosidade entre os EUA e o Canadá, que por décadas era o maior aliado e parceiro comercial dos americanos. É impressionante que agora haja este clima de disputas sobre tarifas sobre aço, tentativas de acabar com o Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio, na sigla em inglês), o que está gerando grandes tensões entre vizinhos.

Certamente podemos ver as semelhanças com um século atrás nessa criação de tensões entre Estados. Tensões que não existiam antes dessas políticas protecionistas.

BBC Brasil – Que tipo de problemas geopolíticos o protecionismo pode gerar?

Palen – O foco principal da análise atualmente está sendo a forma como as tarifas vão afetar a economia doméstica, se vai gerar empregos, se vai afetar a Bolsa, como vai mudar os preços de carros… Tudo isso é importante, mas também é importante lembrar que essas tarifas, essas guerras fiscais, vão muito além da esfera doméstica.

Isso é algo que minha pesquisa vê claramente na virada do século 19 para o século 20, quando a ordem econômica global era muito protecionista. Meu estudo mostra que essas guerras comerciais e o protecionismo transformavam amigos e vizinhos em inimigos. Essas guerras econômicas têm a tendência de formar as bases geopolíticas para conflitos militares.

Ainda é muito cedo para saber se isso vai ser ressuscitado no futuro próximo, mas, ao olhar para as relações entre os EUA e o Canadá ao longo do último ano, vemos claramente a mudança de tom da relação amigável à animosidade.

Donald TrumpDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionNa semana passada, Trump, anunciou uma taxa de 25% sobre as importações de aço

BBC Brasil – Que tipo de escalada de confrontos o protecionismo gerou no passado?

Palen – Um exemplo que analisei foi exatamente a relação entre Canadá e os EUA em meados do século 19. EUA e Canadá tinham uma relação de reciprocidade comercial. Depois da Guerra Civil, o Partido Republicano colocou uma série de barreiras comerciais nesta relação, o que gerou tensão.

O que tento fazer com minha pesquisa é mostrar que há esta tendência de ver o protecionismo como sendo uma anomalia dentro da história de defesa do livre mercado do Partido Republicano dos EUA. Mas isso realmente não existia até Ronald Reagan nos anos 1980. Na maioria da história do Partido Republicano, ele foi amplamente o partido do protecionismo.

O Canadá frequentemente era o alvo de leis protecionistas, o que levou à escalada de disputas entre os dois países, o que quase gerou confrontos militares. A escalada chegou a um ponto em que, nos anos 1920, o Canadá tinha planos de invasão dos EUA e vice-versa. Felizmente esse conflito militar nunca chegou a acontecer, mas as chances de conflito foram muito altas.

BBC Brasil – O que criou a atual onda de políticas protecionistas no mundo? Pode ser ainda reflexo da crise financeira internacional?

Palen – É difícil ver uma resposta clara para esta pergunta. O protecionismo não apareceu de repente, e fez parte consistentemente da campanha que levou Trump à Presidência, com o argumento de colocar “os Estados Unidos em primeiro lugar” (“America First”).

Trump sempre deixou claro que acha que a globalização e o livre mercado são palavrões – chegando a chamar “livre mercado” de “mercado estúpido”. O argumento dele é que é importante proteger e gerar empregos em alguns setores nos EUA. No caso atual é a indústria do aço e do alumínio. Ele está levando adiante suas promessas de campanha. Só acho que as repercussões dessas decisões não foram muito bem pensadas.

A primeira-ministra britânica, Theresa MayDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionNegociar o Brexit é o principal desafio de Theresa May no Reino Unido

BBC Brasil – O Brasil acabou pressionado por essas decisões, já que é um dos principais mercados de onde os EUA importam aço.

Palen – O aspecto brasileiro dessa questão é muito problemático. O Brasil é um parceiro importante, é o segunda maior fonte de importações de aço dos EUA. E, ironicamente, o Brasil também é um grande importador de carvão americano, que é usado na indústria do aço, que é vendido aos EUA. Então o protecionismo americano, que afeta o Brasil, pode acabar tendo efeitos sobre a produção de carvão, que também é uma área de interesse e proteção de Trump.

BBC Brasil – Canadá e Brasil são os dois países mais afetados pela tarifa sobre o aço, mas a retórica de Trump em disputas comerciais sempre esteve voltada contra a China. O que houve, neste caso? Ele simplesmente errou o alvo, ou realmente queria atingir parceiros como Canadá e Brasil?

Palen – É difícil entender a justificativa dele para isso. O argumento de defesa nacional não faz sentido quando ele fala sobre a China. A forma como o governo Trump está tentando explicar a medida não está muito clara. É difícil saber o quanto ele realmente pensava na China quando decidiu tomar essa medida, mas de fato os países parceiros são os maiores afetados, não a China.

BBC Brasil – Em uma situação assim, considerando os EUA como a economia mais forte em uma disputa comercial, o que um país mais pobre como o Brasil pode fazer para reagir a tarifas em uma guerra comercial deste tipo?

Palen – É difícil saber. O governo Trump pode oferecer vantagens a países parceiros em troca de outras vantagens na relação. O Brasil sempre pode apelar à OMC (Organização Mundial do Comércio), o que pode ter algum efeito. A ironia é que os EUA foram os grandes responsáveis pelo que se tornaria a OMC, e agora vão passar a ser pressionados por ela. É difícil saber como Trump vai tratar a relação com o Brasil.

Prédio da Comissão Europeia em BruxelasDireito de imagemREUTERS
Image captionMovimentos nacionalistas – e protecionistas – são críticos à União Europeia

BBC Brasil – Trump disse que guerras comerciais são fáceis de serem vencidas. O que acha disso?

Palen – A resposta imediata que qualquer historiador e economista daria sobre isso seria que não há vencedores em guerras comerciais, apesar do que Trump falou. É provável que haja alguns setores que vão sair ganhando no curto prazo, como os produtores de aço nos EUA no caso atual, que terão mais lucro. Mas a história sugere que vai haver muito mais perdedores, especialmente entre os consumidores, no longo prazo.

Todos os países envolvidos em guerras comerciais, e mesmo os que estão fora dessas disputas, já que vivemos em uma economia integrada globalmente, vão sair perdendo. É difícil achar que isso não vai afetar a economia global como um todo. E as populações mais pobres vão acabar sendo as mais afetadas, com aumento de preços de alimentos.

BBC Brasil – O que Trump e os EUA têm a ganhar com este tipo de política protecionista?

Palen – Isso tem um apelo emocional com seus eleitores. Isso ficou claro durante sua campanha presidencial, e é um apelo emocional e populista a eleitores que se acham abandonados pela economia global. Os EUA já foram a grande nação industrial e defensora do livre mercado internacional, mas as coisas mudaram.

Não me surpreenderia se ele achasse que está fazendo isso para defender seus eleitores. O problema é que o setor produtor de aço, especificamente, é uma parcela muito pequena dos EUA, e ajudar este grupo temporariamente vai ter efeitos muito mais amplos em toda a população dos EUA.

BBC Brasil – Falamos bastante dos EUA, mas o Brexit e a eleição francesa também foram pontos de debate sobre protecionismo, com uma escalada de políticas contra a globalização. Esses fenômenos estão conectados de alguma forma?

Palen – Sim. Não se trata de um fenômeno apenas dos EUA. Precisamos ver essas questões sob uma perspectiva histórica mais ampla, e não achar que é uma anomalia populista contra o livre mercado. O sistema econômico global nos últimos 200 anos foi quase todo dominado pelo protecionismo. O movimento pelo livre mercado que se desenvolveu depois da Segunda Guerra Mundial é a exceção à regra.

Neste sentido, o retorno mundial a políticas econômicas nacionalistas e políticas anti-imigração são um retorno ao status quo que havia antes da Segunda Guerra Mundial. Vemos isso claramente no Brexit, com o Reino Unido alegando que vai defender o retorno do livre mercado internacionalmente enquanto rompe com a União Europeia. Isso enquanto está reagindo para limitar a imigração.

É uma reação populista à crise financeira global, e se manifesta de forma semelhante em vários países do mundo.

BBC Brasil – Você escreveu que estamos assistindo à desintegração da ordem econômica global. O que vem depois disso?

Palen – O problema é que não há um precedente histórico para o que está acontecendo agora.

Na forma como a ordem econômica global funcionou dos anos 1840 aos anos 1930, o Reino Unido era o país industrial mais poderoso e maior defensor do livre mercado. Enquanto isso, o resto do mundo resistia e usava políticas protecionistas. Foi somente nos anos 1930, quando todo o mundo se voltou ao nacionalismo, que o Reino Unido abandonou a defesa do livre mercado. Isso está fortemente ligado à crise internacional e à recessão. Depois disso, os EUA assumiram a hegemonia da defesa do livre mercado internacional desde a Segunda Guerra.

O que é interessante é que, no primeiro caso, o Reino Unido foi o último país a aceitar o protecionismo. Enquanto isso, agora são EUA e Reino Unido, os dois líderes e fundadores dessa ordem econômica internacional, os primeiros a se voltar contra esta ordem e abandonar o livre mercado. Isso é impressionante e sem precedentes.

Por isso não podemos saber com certeza o que pode acontecer. E é difícil achar que vai ser algo bom para o mundo.

28 Comentários

  1. Operação Northwoods
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    A Operação Northwoods foi o codinome dado a um conjunto de planos secretos elaborados, em meados de 1960, pelas mais altas patentes militares dos Estados Unidos, e que visava assassinar pessoas inocentes e praticar atos de terrorismo em cidades americanas com o objetivo de enganar a opinião pública americana, conduzindo-a a apoiar uma guerra contra Cuba. Sob o codinome de operação Northwoods, .

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    ******************.
    Realmente esse tipo de golpe é manjado, como se não bastasse aquele outro golpe de armas de destruição de massas que os americanos e britânicos diziam que o Sadam tinha … agora o buraco é mais em baixo, a Rússia não é coisa que se brinque a toa e mais uma vez, está ai a Inglaterra fazendo o seu papel ridículo de pau mandado .

    • Do jeito que os picaretas inventam teorias conspiratórias contra o tio Sam, só falta agora os ditos cujos começarem a culpar a CIA pela execução da vereadora do Hell de janeiro… rsrsrssrsrsss… eu aposto que foram os cubanos… só pra contrariar… 🙂

      • Quanto as outras operações eu não sei, mas a Northwoods é documentada. Todo documento secreto nos EUA tem prazo de validade de 50 anos, após isso o documento vai a publico. Ou seja, não depende de você acreditar pra ser ou não verdade.

      • se quiser arquivos da segurança nacional americana também tem. https://nsarchive2.gwu.edu//news/20010430/northwoods.pdf
        o problema de vocês é quem fala, e não o que. Se trump falar qualquer coisa vocês vão acreditar, se alguém da esquerda falar algo, independente da veracidade dos fatos vocês vão negar. E ainda se acha no direito de chamar outros de bitolados… Logo se vê a parcialidade

      • Que diferença faz um nome se eu te apresento provas e documentos? Faz o favor né, é assim que você desconstrói um argumento? E ainda se acha muito inteligente… Esperava mais

    • Operação Mockingbird

      Um dos programas mais ambiciosos, absolutamente, já lançados pela CIA foi a operação Mockingbird, um projeto de propaganda que foi implementado no início dos anos 1950. Foi uma grande empreitada que uniu uma considerável quantidade de agentes da CIA e 3.000 colaboradores na tentativa de ganhar algum controle sobre a imprensa livre, alimentando alguns grupos de repórteres e de informação através de jornais em casa e no exterior para filtrar os tipos de histórias que iriam para o público. No seu auge, o programa incluía escritores para o New York Times, Newsweek, Time Magazine e entre as suas fileiras, e foi dito ter uma influência significativa sobre cerca de 25 jornais de grande circulação. O programa teve um grande impacto no exterior, bem como teve uma função importante, ajudando a influenciar a opinião pública na corrida para a eventual derrubada do presidente esquerdista da Guatemala.A operação Mockingbird continuou a ter um grande efeito na mídia mundial ao longo dos anos 50, e foi até os anos 60 quando uma série de relatos de jornalistas investigativos do programa trouxe à luz.

    • Operação Northwoods

      No início dos anos 1960, quando a Guerra Fria estava no auge e o medo do comunismo era galopante, um plano chamado Operação Northwoods foi proposto dentro da CIA norte-americana. Em suma, ele apelou para o governo que realizasse uma série de ações terroristas violentas nas cidades E.U. incluindo atentados, seqüestros, motins falsos, e de sabotagem, que poderiam então ser atribuídos a Cuba. Isso iria angariar apoio para uma guerra contra os comunistas e levaria a uma eventual operação militar para eliminar Fidel Castro do poder. O plano foi elaborado e assinado pelo Joint Chiefs of Staff e apresentado ao presidente John F. Kennedy, que pessoalmente rejeitou, e foi posteriormente abandonado. Por muitos anos depois, a Operação Northwoods existiu como um rumor, mas foi finalmente revelada como sendo verdade quando os documentos ultra-secretos que descrevem o plano foram tornados públicos em 1997 como parte de um lançamento de papéis do governo relativos ao assassinato de Kennedy.

    • Operação Midnight Climax

      No início dos anos 60, a cultura jovem da América foi a primeira a começar a experimentar as drogas alucinógenas como o LSD, assim como a CIA. Operação Midnight Climax foi uma das tentativas de governo mais ridícula e ilegal para testar as possíveis utilizações de drogas como o ácido para administrar os cidadões menos confiaveis. O programa foi executado a partir de uma seleção de safehouses, em Nova York e na Califórnia. As prostitutas eram usadas para atrair os jovens para as casas, quando chegavam era dada comida ou bebida com LSD e outras drogas e levados a uma sala com um espelho dupla, onde o seu comportamento pôde ser observado. Midnight Climax foi essencialmente um programa experimental projetado para monitorar os usos de possíveis táticas com drogas psicotrópicas e chantagem sexual, mas mesmo dentro da agência era controversa, e foi encerrada depois de apenas alguns anos. A maioria dos arquivos relacionados à operação foram destruídos, mas alguns sobreviveram, e no início dos anos 70 os arquivos de Midnight Climax e muitos outros programas ilegais da CIA foram trazidos ao público em um famoso artigo do New York Times.

    • Operação Mongoose

      No início dos anos 60, Cuba comunista se tornou um dos principais campos de batalha da Guerra Fria, e seu presidente Fidel Castro passou a ser considerado uma das figuras políticas mais perigosas do mundo. Após as primeiras tentativas de derrubar Fidel Castro falhou, a CIA instituiu a Operação Mongoose, que era uma guerra secreta de sabotagem e propaganda destinadas a eliminar o líder cubano do poder. A operação Mongoose tinha um alcance extremamente amplo, e incluia planos de ataques falsos sobre os exilados cubanos, fornecer armas a grupos de oposição, e destruir culturas de cana de açúcar de Cuba. Eles também incluiram várias tentativas de assassinar ou de desacreditar Castro na imprensa, cada um dos quais foi elaborado e mais ridículo do que o anterior. A Agência considerava, entre outras coisas, fornecer charuto envenenado a Fidel, plantando explosivos disfarçados como conchas em seus pontos favoritos de natação, e injetando-o com um produto químico mortal de uma agulha hipodérmica, disfarçado de caneta. Ainda mais estranhas eram as plantas para desacreditar Castro no olhar do público, que incluiu uma proposta para pulverizar um estúdio da TV com os alucinógenos antes de um dos discursos televisivos do líder, e mesmo em plantar produtos químicos em sua roupa que faria com que sua barba famosa caísse. O desastre da Operação Mongoose perto da Crise dos Mísseis Cubanos foi colocado em espera, e na sequência de um acordo entre Kennedy e os soviéticos, foi previamente abandonado.

    • O Projeto MKULTRA

      Um dos mais assustadores programas governamentais e a base para inúmeras teorias da conspiração, MKULTRA foi um programa da CIA ultra-secreto que começou no início dos anos 50, e incluiu experimentos de “interrogatório químico” e controle da mente. MKULTRA foi um plano que buscava o uso de drogas, estresse psicológico, e métodos de interrogatório bizarro para obter informações, controle de comportamento, e até mesmo alterar algumas funções cerebrais. Atualmente, grande parte das informações sobre o projeto continua em segredo, mas o que se sabe é que o programa envolveu o teste e interrogatório em cidadões frequentemente, muitas vezes sem o seu conhecimento ou consentimento das pesquisas em qual era cobaia para descobrirem se certos medicamentos poderiam ser usados como soros da verdade. Isso incluía grandes doses de LSD, anfetaminas, e mescalina, bem como terapia de choque. Em alguns casos, os indivíduos foram supostamente mantidos com ácido por 77 dias seguidos, na tentativa de testar os efeitos da exposição prolongada à droga. Existem muitas teorias conspiratórias sobre os verdadeiros objetivos do projeto, com alguns dizendo que era um programa para criação de zumbis assassinos através de controle mental e lavagem cerebral. Algumas informações sobre MKULTRA foi finalmente trazido ao publico no início dos anos 70, quando notícias sobre abusos de poder da CIA levou a uma comissão no Congresso. O projeto foi posteriormente desligado, mas muitas pessoas afirmam que programas similares da CIA ainda existem até hoje.

    • Invasão à Baía dos Porcos

      O maior absurdo da CIA, foi a invasão dos porcos em 1961. o programa foi um dos primeiros e mais ousados entre as tentativas de derrubar o comunista cubano Fidel Castro, mas também foi a mais desastrosa entre todas elas. Tudo começou em 1960, quando a CIA, sob a autorização do presidente, começou a planejar uma tentativa de derrubar o governo cubano. A fim de eliminar qualquer ligação com os E.U.A, o ataque foi efetuado com um exército de exilados cubanos treinados pela CIA. Após uma série de ataques aéreos de distração, em 17 de abril de 1961, um grupo de tropas anfíbio desembarcaram em uma praia na Baía dos Porcos e começou a descarregar mais de 1.300 guerrilheiros exílados. O plano era que eles se encontrassem com um pequeno grupo de pára-quedistas e abandonar a praia pouco depois da sua chegada, mas desde o início o seu plano foi um grande desastre.Para começar, a inteligência cubana já tinha conhecimento da invasão planejada, e isso significava que, quando as tropas desembarcaram foram imediatamente recebidas sob ataque. Para aumentar os problemas, o mau tempo, os recifes de coral, e os pântanos cubanos destruiram rapidamente a maioria dos seus equipamentos. Ao todo, cerca de 2.000 cubanos morreram durante a invasão, pouco mais de 100 membros do exército de exilados foram mortos em ação. Os 1.200 restantes foram capturados e presos, e alguns deles foram posteriormente executados sob as ordens de Castro. Mais de um ano depois, o resto foi liberado em troca de US$ 53 milhões em alimentos e medicamentos para o povo cubano. Os efeitos da Baía dos Porcos foram profundos. Vários oficiais americanos renunciaram por envolvimento no mesmo, e muitos têm creditado o aumento da resistência do governo cubano e incentivado uma desconfiança grave da política externa americana nos anos que se seguiram.

    • Experimento Tuskegee

      Durante quatro décadas (1.932 -1972) os serviços de saúde pública dos EUA fizeram uma série de experimentos em afro-americanos com sífilis, na cidade de Tuskegee, estado do Alabama, afim de observar a progressão natural da doença quando não tratada. Para o experimento eram escolhidos em sua maioria, pobres e analfabetos, a maioria sequer tinham conhecimento de sua doença. Os pacientes não foram informados sobre o seu diagnóstico, foram enganados. Disseram-lhes que tinham sangue ruim e que teriam tratamento médico gratuito, além de transporte para a clínica, refeições e seguro funeral em caso de morte, se eles participassem do estudo.A verdade sobre o experimento Tuskegee foi revelada e confirmada em 1.997 pelo presidente Bill Clinton, que pediu desculpas em público a oito sobreviventes.Experimentos semelhantes foram realizados por médicos norte-americanos em território da Guatemala, entre 1.946 e 1.948, quando cidadãos infectados da Guatemala, com sífilis e outras doenças venéreas, como gonorreia, foram usados para testar para a eficiência de novos medicamentos antibióticos. Somente em 2.010 o governo americano reconheceu o que aconteceu. Hillary Clinton, então Secretária de estado, pediu desculpas publicamente ao povo da Guatemala.

    • O testemunho de Nayirah

      Em Outubro de 1.990, uma adolescente de 15 anos, chamada Nayirah, Apresentou-se diante do Congresso americano e começou a falar de forma emocionada da brutalidade do exército iraquiano, contando como soldados desse país haviam matado cerca de 300 bebês em um hospital. Embora os jornalistas daquela época não terem acesso ao Kuwat, seu depoimento foi considerado confiável e foi amplamente divulgado. Em diversas ocasiões, foi citado pelos senadores e presidente em seus argumentos para apoiar o Kuwait na Guerra do Golfo.Anos depois, alguém deu uma olhada mais de perto em Nayirah, revelando que ela era filha do embaixador do Kuwait nos EUA, Saud Nasser Al-Saud Al-Sabah. A adolescente havia sido treinada em relações públicas da empresa Hill e Knowito, que recebeu um total de 10,8 milhões de dólares da associação Citizens For Free Kuwait, uma plataforma organizada pela família real do Kuwait, a fim de persuadir a opinião pública dos EUA da necessidade dos EUA intervirem na Guerra do Golfo.

  2. Trump não será reeleito e não tem esse cacife todo nem no próprio partido…nem passa pela minha cabeça um 3 guerra mundial visto que nem clima economico existe para bancar isso

    • Interessante… o Gnews dizia a mesma coisa horas antes do resultado… o tal guga chacrinha ficou revoltadíssimo quando saiu o resultado… rsrsrssrsssss… queria se jogar da cadeira… patético… mas… quem sabe o que vai acontecer é só DEUS… e ele não costuma adiantar suas decisões nem pro próprio filho… 🙂

  3. A extrema direita nos paises imperialistas e nacionalista e consequentemente anti globalista. Isso nao ocorre so na Franca, na Italia, na Alemanha, Austria, Hungria ou Inglaterra mas tambem nos EUA. Por isso eles admiram Putin. Trump venceu as eleicoes com uma plataforma nacionalista, America First anti globalista e pregava o Protecionismo. Ainda que devido seu passado vinculo com Mafia Cosa Nostra e a Mafia Judia ele e um politico inteiramente preso dos neoconservadores, dai a crise constante de seu governo, ele decidiu adotar essas medidas economicas protecionista indo contra membros neoconservadores de seu governo. Um, ligado com o Goldman Sachs, renunciou de seu cargo como protesto contra esse protecionismo.

    Muitos republicanos tradicionais que serviram o Governo de Ronald Reagan vem pregando a necessidade do governo norte americano adotar o proteconismo ja faz alguns anos. O livro the Paul Craig Roberts The Faiure of Laisses Faire Capitalism onde ele justifica porque ele abandonou uma doutrina importantissima da Economia Politica Classica de Adam Smith e David Ricard, a doutrina do Comercio Livre foi publicado em 2013.

    O que e interessante nesse assunto e que enquanto os paises capitalistas avancados, seja os EUA, seja em Europa Ocidental, estao criando barreiras alfandegarias cada vez maior para protegerem seus mercados interno, os paises colonizados tipo Brasil, Congo, Argentina so forcados abrirem seuss mercado interno, pela chamado Consensus de Washington, politica neoliberal.

  4. Com tanta fonte de informacoes vc vai buscar o Servico de Desinformacao do Imperio Britanico? mas vamos la. A politica economica neoliberal neoliberal adotada pelo IMF, que obedece o governo norte americano que o controla, pelo menos o controlava na decada de 1980 quando essa politicaeconomica foi adotada foi imposta mundo afora durante a presidencia do Chefao Mafioso- mor, Comandante Supremo dos Traficantes de Narcotico do Mundo Papa Bush. (entre nos, nao espalha, quero ver o EB com missao de confrontar o Crime Organizado se intrometendo nos business de narcotico do Pappa Bush que tem suas ramificacoes no Brasil. Olha que nao estou falando do traficante Ze Maria da Favela do assado, nem do Ditao das Negas do favela das Bexigas. To falando de gente grandes, daqueles que usam helicopteros)
    No Brasil foram os tucanos, com Fernando Henrique Cardoso (by the way FHC sempre foi Weberiano nunca Marxista) que adotou de maneira sistematica e absoluta o Consensus de Washington no Brasil.

    Lula sendo um social democrata nunca um comunista, criacao do General Golbery deCouto e Silva, precisamente como instrumento politico para destruira influencia comunista naquele movimento social que surgiu no brasil nos fins da decada de 1970, quando teve confirmada sua eleicao para a presidencia da republica pela primeira vez, fez o que a Social Democracia mundial tem feito desde 1945. Levado pelas maos de FHC foi a Washington e pediu audiencia para o cheirador de cocaina entao presidente norte americano o Bush filho .Recebido na Casa Branca pelo Lula, nao sei se ajoelhou frente a Bush jr e lhe beijou maos, mas estou segurou que ele prometeu continuar a politica financeira de FHC. E foi o que ele fez no seu primeiro governo.

    • EXATAMENTE… confirmastes as informações que postei… azisquerdas brasileiras são mais americanas que brasileiras… mas a turminha lobotizada daqui acha que é o contrário… rsrsrssrsssss… nossas esquerdas são Democrata… pertencem ao Partido Democrata yanke… 🙂

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