Pentágono decide prosseguir com planos de aquisição dos Helicópteros Mi 17V5 contrariando as exigências do Congresso e as sanções contra a Rosoboronexport!

Mi17V5
Rustam-Moscou

Tradução e adaptação: E.M.Pinto

A disputa entre o Ministério da Defesa e do Congresso dos Estados Unidos sobre o destino dos  Helicópteros multipropósito russos para as forças armadas afegãs atingiram um novo  nível. O Pentágono firmemente decidiu a continuar a compra das aeronaves Mi-17V-5,  enquanto legisladores insistem em um rompimento completo dos contatos com a  empresa de estado “Rosoboronexport” e a substituição de helicópteros russos para  Afeganistão por um modelo americano.

Este conflito já se arrasta há vários anos,  No entanto, no contexto das atuais sanções americanas impostas contra a Rússia, este contrato em questão adquiriu uma conotação especial. O resultado desta situação pode ser apenas a aplicação parcial das sanções contra os exportadores russos. 


A decisão de comprar o primeiro lote de 21 helicópteros   Mi-17V-5, o Pentágono foi tomada ainda no final de 2009, ao mesmo tempo, o Congresso  aprovou o financiamento para o projeto, prendendo-o no orçamento militar para o Exercício de 2010, embora com relutância. No início de 2010, vários congressistas se opuseram a compra de helicópteros russos para o Afeganistão,  exigindo que o Pentágono encontrasse um substituto. O relatório da comissão para a compra de armas do Congresso  afirmou que a decisão de comprar o Mi-17V-5 levou a um “grande desfalque,  derrapagens de custos, prazos não cumpridos, problemas de segurança e dificuldades com a  entrega. ” 


Mesmo assim, o governo dos Estados Unidos começou a cortar ativamente os gastos militares e a necessidade e comprar o mínimo possível de equipamento militar no exterior parecia muito  lógico. O exército americano também reconheceu que investir o dinheiro dos contribuintes  nos helicópteros russos, quando as próprias empresas dos Estados Unidos estavam sendo afetadas pelos cortes era algo no mínimo estranho. Mas  que, no caso do  Exército afegão esta seria a única maneira de equipá-lo e mantê-lo. 


O Ministério da Defesa tem levado vários argumentos a favor desta afirmação. 

  • Em primeiro lugar, os helicópteros Mi-17 foram desenvolvidos na URSS especificamente  para uso em climas quentes e montanhosos do Afeganistão, enquanto as aeronaves multifuncionais Americanas são projetados para o clima mas ameno.
  • Em segundo lugar, historicamente  o militar afegão possui por tradição equipamentos diversos de origem Soviética e a grande maioria dos pilotos locais não são capazes de gerir aos  tipos não-soviéticos de helicópteros.
  • Em terceiro lugar, a reciclagem dos pilotos afegãos exigiriam uma grande quantidade de tempo e dinheiro. “Vamos ter que superar isso, os helicópteros russos funcionam bem no Afeganistão “, – disse um encarregado da reforma da Força Aérea americana no Afeganistão, o brigadeiro General Michael Boeri. 

Mi17V5
O contrato para o fornecimento dos Mi-17V-5  foi totalmente alinhada com a  a “Rosoboronexport”, em maio de 2011. No final do mesmo ano, a primeira aeronave do acordo chegou a Cabul. As entregas foram concluídas em 2012 ao preço do contrato inicial de cerca de US $ 900 milhões, incluindo a manutenção dos  helicópteros e fornecimento de peças de reposição.

Como o desempenho do  contrato russo, os deputados e senadores americanos continuaram a pressionar com força o Pentágono, exigindo sanções contra a “Rosoboronexport”. Por exemplo, em Junho de 2012, os membros da Comissão de Defesa do Senado dos Estados Unidos exigiu que Leon Panetta, o ministro da Defesa,  retirasse completamente do orçamento a compra do Mi-17.

A razão? a cooperação técnico-militar  entre Russia  e o Irã em relação ao qual existem sanções da ONU. Em particular, o Senado argumentou que a “Rosoboronexport” transfere equipamentos para Teerã para a produção de mísseis balísticos, bem como a sua tecnologia para lançar satélites comerciais. Em 2012 os mesmos políticos norte-americanos acusaram a “Rosoboronexport” do fornecimento de armas e equipamento militares para a Síria, também localizado na lista de sanções. Autoridades russas, em resposta às acusações afirmaram que toda a tecnologia disponível para o Irã e a Síria estão em estrita conformidade com os termos das sanções da ONU. 


A cooperação com o Irã estava se tornando uma causa para a imposição de sanções à Rússia: Medidas semelhantes foram tomadas em relação a “Rosoboronexport”, em 2006 e 2008, então as ações do lado norte-americano na empresa estatal considerado como uma manifestação de concorrência desleal. Em Maio 2010, as sanções contra a “Rosoboronexport” foram firmadas. Em 2012,  o Pentágono resistiu ativamente as demandas dos políticos, continuando a insistir na compra de helicópteros Mi-17 para o Afeganistão, Iraque e Paquistão. Além disso, o militar planejava comprar algumas unidades para as suas forças de operações especiais. 


Como resultado, o Senado dos Estados Unidos depois de não conseguir chegar a um acordo com  o Pentágono, aprovou em 30 novembro de 2012 uma alteração à lei do orçamento,  que proíbe a compra de equipamentos da “Rosoboronexport”. Um pouco mais tarde tornou-se claro que os militares não são obrigados abecedê-los. A proibição definitiva sobre a cooperação com o  Exportador russo arrastou-se até meados de 2013. Por esta altura, os DOD  já havia assinado com a “Rosoboronexport” vários contratos  para o fornecimento de Mi-17V-5. Sob os termos de todos os contratos previam uma  opção para o primeiro contrato, o exército afegão deveria receber cerca de 70 Helicópteros russos. 


Mi17V5
No final de 2013, foi relatado que o Pentágono planejava comprar mais de 15  Mi-17 para um total de $ 345.000.000, mas mais tarde, a pedido do Congresso, as negociações de compra foram suspensas. Em 2014, os Estados Unidos impuseram à Rússia novas sanções, acusando o país de desestabilizar o situação política e social na Ucrânia. A “Rosoboronexport” seria afetada constando na lista de sanções. 


O Pentágono está retirando suas tropas do Afeganistão e deve, o mais rapidamente que possível garantir um número mínimo de equipamentos militares necessários  para a auto-manutenção da segurança. 


Em meados de agosto de 2014, o Vice-Diretor Geral da “Rosoboronexport” Igor  Sevastyanov, anunciou que o Pentágono insiste na compra da aeronave russa. Neste caso, o representante da empresa disse que o alto escalão militar americano defende as negociações com o conglomerado russo e deixou claro que gostaria de comprar armas russas e  equipamento militar para o Exército dos Estados Unidos, mas que esbarram em questões de falta de vontade política.

Há algumas conversações com os americanos sobre a entrega de um novo lote  de Mi-17 para o Afeganistão, porém Sevastiyanov não deu mais detalhes. Uma fonte do “Heathcliff” familiarizado com as exportações militares russas, disse que as negociações estão atualmente em andamento com o Pentágono, no entanto, não adianta esperar uma rápida assinatura do contrato. Provavelmente refere-se ao potencial acordo para o fornecimento de 15 aeronaves  Mi-17V-5 para o afeganistão. 


Até o momento, a Rússia os  acordos contabilizam as entregues 45 helicópteros para o Afeganistão. Todos os contratos foram assinados e prevêem sanções por falta de pagamento para o equipamento. Então, de acordo com o chefe do departamento do exército dos EUA responsáveis pelas conversações, o Major General Michael Williamson, em caso de rescisão de um “Rosoboronexport” as penas podem ultrapassar cem milhões de dólares. No entanto, o congressista democrata Richard Blumenthal defende o pagamento das multas para os russos e pediu ao Ministério da Defesa que considere a possibilidade do fornecimento de helicópteros de transporte pesado CH-47F Chinook para o Afeganistão . 


Não se pode prever o que resultará do confronto entre os militares e o Congresso norte-americanos. Porém, uma coisa é clara – num futuro próximo, a “Rosoboronexport” não sofrerá as sanções. Na pior dos hipótese, se  as sanções forem impostas, elas não são susceptíveis de afetar o acordo afegão para aquisição dos Mi-17. Numa era de cortes ferozes nos gastos militares e as necessidades mais urgentes do Afeganistão de um novo equipamento militar dos Estados Unidos, seria melhor continuar a compra de helicópteros da Rússia.

O Afeganistão não possui capacidade para operar maquinas mais caras, e não são apenas as sanções previstas pelos contratos já assinados, mas também no valor de um helicóptero norte-americano, a sua entrega e posterior manutenção. 

13 Comentários

  1. E negada, negocios são negocios, kkkk.
    E o maior negocios das puuutências, e desestabilizar fins de mundo afora, e lucrar vendendo armas, umas para um lado, outra para outro.
    Por isso que elas nunca vão se encara de frente, isto só lhes traria destruição,e não lucros. No maxímo se tiram para dançar, mas não se pegam pra valer. Muito menos por bibocas como Siria,Ucrania etc.

    • As sanções foram feitas para serem cumpridas pelos curváveis e vassalos da vaca-sagrada … Rsrsrsr …, vejam o caso da Europa,Canadá,Austrália, Japão por exemplo … Hahahahha..

  2. Agora a coisa vai ficando mais interessante. Apesar das “sansões” cumprir os acordos comerciais é importante… principalmente para um país com astronômicas dívidas como os EUA! E no entanto eles “recomendaram” que a França não o fizesse!

    Faça o que eu digo… não faça o que eu faço!

    Mais um tiro pra ajudar na amputação de um estado de coisas já capenga!

    • A questao ai nao eh comercial ,os EUA simplesmente querem evitar deixar os afegaos andando a peh , irao deixa-los bem equipados e em se tratando de vetor de transporte aereo ,este heli eh o mais indicado , ja ja os ST tambem seguirao para a regiao , se eles ignorarem a situaçao ,darao provas deque esqueceram todas as experiencias de guerras passadas !

  3. Normal ,depois do susto aplicado pelos tarados da isil , deixar as tropas do Afeganistao a peh seria mais um erro monstruoso ,a questao ai, eque os milicos estao enfrentando as bestas politicas , parece que perceberam que seus caes sao mais perigosos doque os russos !

  4. E um bando de babacas, micos amestrados nacionais, ficam hostilizando todo e qualquer interesse comercial nacional, quando se trata de Russos. Querem ser mais realistas que seu rei, são riziveis.

  5. Esses hellis são tradicionais nas FAs do Afeganistão, e mostra o qto os mesmo são bons, eficientes e baratos, um VW do ar..Os iankss continuam olhando os seus interesses,e kerem q os Francos olhem p eles como exemplo, q exemplo p quem cara pálida?!?!Sanções contra os Russos está se mostrando ser um tiro no pé de AK..o BRASIL torce p q aumente, olha nós no mercado de 180 milhões de compradores, é nós…Sds. 😉

  6. Ta tudo muito claro, os EUA estão empanturrados de dívidas, e o helicóptero russo é o melhor indicado para tal situação a custo×benefício, o problema é sempre o mesmo, tem uma laia dentro dos State, que ama reviver intrigas passadas, amores não esquecidos da Guerra fria, e ao invés de mirarem nas dívidas internas, na guerra comercial com o Brics ( que a cada ano tem ficado mais séria) eles surtam e fazem o que fazem.

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