OTAN e União Europeia consolidam laço transatlântico antes da posse de Trump

A OTAN e a União Europeia superaram anos de rivalidade nesta terça-feira e acordaram um plano de sete pontos para se contrapor a táticas como ciberataques, guerra de informação e milícias irregulares da Rússia e outros potenciais agressores.

O pacto, que não tem vigência legal, permite que os seis países da UE fora da OTAN se beneficiem de parte do apoio militar dos Estados Unidos, apoio que o presidente eleito Donald Trump sugeriu que poderia ficar condicionado a um maior gasto europeu com defesa.

As propostas devem reassegurar a Europa que os EUA, principal potência da Organização do Tratado do Atlântico Norte, estão comprometidos com a região, apesar dos comentários de Trump durante a campanha que deixaram aliados inquietos, disseram autoridades da OTAN.

“Nós estamos fortalecendo os laços transatlânticos e a ligação vital entre a América do Norte e a Europa”, disse o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, à imprensa, junto com a responsável da UE por política externa, Federica Mogherini.

“O compromisso dos EUA com a OTAN transcende a política. Eu estou confiante que a maioria dos dois principais partidos (dos EUA) estão comprometidos com a OTAN”, disse John Kerry, secretário de Estado norte-americano de saída do cargo, a jornalistas.

Durante a campanha eleitoral dos EUA, Trump contestou a tradicional política externa norte-americana para a Europa, dizendo que Washington poderia não defender aliados da OTAN que não pagam mais pela sua própria segurança.

O acordo entre a UE e a OTAN ocorreu na sequência de um acordo sobre um fundo separado de defesa da Europa para pagar por helicópteros, aviões e outros equipamentos, em parte um sinal para Trump.

O plano da UE e da OTAN tem como objetivo assegurar que qualquer recurso dos 22 aliados da OTAN e da UE estejam disponíveis para operações tanto de um quanto do outro bloco.

“Com um cenário de segurança em transformação, é uma coisa boa para a OTAN e para a União Europeia a combinação de esforços”, declarou o ministro do Exterior alemão, Frank-Walter Steinmeier.

Ciberataques russos, uma crise imigratória e estados em crise perto da Europa podem exigir tanto uma resposta militar da OTAN quanto uma abordagem mais suave que a UE poderia proporcionar para combater propaganda e dar treinamento para estabilizar governos, disseram autoridades.

Robin Emmott / Sabine Siebold

Foto: Secretário de Estado dos EUA John Kerry, e o Secretário Geral da OTAN Jens Stoltenberg durante reunião da OTAN com os chanceleres em sua sede em Bruxelas, em terça-feira, o6 de dezembro de 2016.

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: Reuters