O terrorismo não é uma guerra – O terrorismo é um estado de espírito

© AFP 2015/ HO/SANA

O terrorismo é um estado de espírito e consequência da cultura – isso se tem que entender para combater com terroristas, disse o presidente da Síria, Bashar Assad, em entrevista ao jornal sueco Expressen, respondendo a uma pergunta sobre os meios eficazes para resolver o problema.

“Primeiro de tudo, o terrorismo não é uma guerra. É um estado de espírito, é uma cultura, então tem que lidar com essa cultura. Você tem que lidar com isso de uma forma ideológica incluindo a educação e a cultura. Em segundo lugar, esses terroristas exploram os pobres. Tem que lidar com a pobreza, por isso o crescimento econômico é muito importante. Em terceiro lugar, tem que lidar com a questão política, usada por terroristas para envolver jovens ou crianças na resolução dos problemas políticos da nossa região”, disse Assad.

Ele explicou que trata-se do processo de estabelecimento de paz entre árabes e israelenses. Na opinião do presidente sírio, isso é uma questão-chave porque causa desespero entre as pessoas.

“Tem que lidar com o desespero daqueles jovens que queriam morrer e ir para o céu. É assim que eles pensam. A última medida é a troca de informações entre os serviços de inteligência. A guerra só pode proteger contra o terrorismo. Você não pode atacar o terrorismo, mas pode usar guerra, se os terroristas usam meios militares”, disse o presidente.

Ele acrescentou que o terrorismo é problema grave e perigoso, porque não tem fronteiras e limites:

“Ele poderia bater em qualquer lugar, não é uma questão interna, não é mesmo regional. É global, é por isso que é sempre perigoso”.

Conforme Assad, os terroristas do Estado Islâmico não têm um futuro em curto prazo, mas em longo prazo eles “podem doutrinar os corações e as mentes das pessoas, especialmente dos jovens e crianças”. Neste caso o EI terá o destino de Al-Qaeda e se espalhará na Europa.

Fonte:  Sputnik News Brasil

7 Comentários

  1. Primeiro de tudo, o terrorismo não é uma guerra. É um estado de espírito, é uma cultura, então tem que lidar com essa cultura. Você tem que lidar com isso de uma forma ideológica incluindo a educação e a cultura. Em segundo lugar, esses terroristas exploram os pobres. Tem que lidar com a pobreza, por isso o crescimento econômico é muito importante. Em terceiro lugar, tem que lidar com a questão política, usada por terroristas para envolver jovens ou crianças na resolução dos problemas políticos da nossa região”, disse Assad.

    Ele explicou que trata-se do processo de estabelecimento de paz entre árabes e israelenses. Na opinião do presidente sírio, isso é uma questão-chave porque causa desespero entre as pessoas.

    “,..Na mosca, então q tratem de atacar os problemas, p acabar e ou mitigar os mesmos, p q essa hidra ñ cresça + uma nova e pior kbç…p ontem.Sds. 😉

  2. O terrorismo é desejado e estimulado pelos poderes dominantes no “Ocidente”, basta ver que Israel/EUA e UK são “carne e unha” com a Arábia Saudita, matriz ideológica e financeira da maior parte dos movimentos terroristas islâmicos…

  3. Concordo em parte com Assad, mas uma coisa é certa o terrorismo provém da miséria, que pode ser explorada por algum louco qualquer, ou pior ainda pode ser explorada e alimentada por algum Estado !

    Muitas nações patrocinam o terror, isso é claro,não há como grupos como o EI e a Al-Qaeda terem tanto poder sem serem patrocinados por alguma nação, na maioria das vezes os ”soldados” do terror provém de lugares miseráveis, foram pessoas excluídas que tiveram seus direitos mais básicos negados pelo Estado !

    Aqui no Rio de Janeiro, isso fica nítido, é só olhar para os lados,quer exemplo maior de omissão e miséria que a favela ? Quem nasce num lugar desse tem que ter uma ótima família que o oriente para que o mesmo não caia no crime !

    “… Tem que lidar com a pobreza, por isso o crescimento econômico é muito importante…“

    Todo político depois que o caldo entorna vem com esse discurso, e é justamente aqueles que ficam décadas no poder e tiveram “N“ chances de mudar a situação,a família Assad devia ter pensado nisso antes !

    Por fim o Estado esta sempre ligado ao terror, seja como patrocinador , seja como causador por omissão !

    • A pobreza é o melhor instrumento politico para manipular pessoas.
      Religião, doutrinas filosóficas que indicam lados para favorecer divisões de bom e mal, são apenas acessórios. As melhores coisas para se prevenir violências são, incutir no povo necessidade da cultura ampla e geral, incutir a cultura da cidadania, do civismo e do patriotismo e aprimorar as estruturas dos estados para o desenvolvimento social de seus cidadãos.

  4. ,..Árabia Maldita e os Turcos estão fazendo planos p derrubar o BemAssado, e os Russos estão de olho e parecem estarem cheios de ideias…ou seja, estão querendo estourar a IIIIGG. São loucos?!?! Ivan tem interesses geopolíticos na Síria, e os mesmos dependem da permanência do atual titular…isso vai dar em mlerda, espero estar errado p o n próprio bem como espécie. Quem viver verá. sds. 😉

  5. ,.. 😀
    SOMOS TODOS PALESTINOS

    Comitê de solidariedade a luta do povo palestino – RJ, Comitê catarinense de solidariedade ao povo palestino
    quinta-feira, 16 de abril de 2015
    AS VÍTIMAS IGNORADAS DAS GUERRAS IMPERIALISTAS : 4 MILHÕES DE MORTOS NO AFEGANISTÃO, PAQUISTÃO E IRAQUE DESDE 1990
    por Nafeez Mosaddeq Ahmed
    En los países occidentales, la opinión pública vive convencida de que el colonialismo es cosa del pasado, cree que sus Estados ya no practican las matanzas en masa. La realidad es muy diferente. Varias asociaciones internacionales acaban de demostrar que sólo en Afganistán, Pakistán e Irak, las guerras impuestas por las naciones occidentales ya han dejado probablemente más de 4 millones de muertos.

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    Vistas desde Asia, las guerras occidentales no han aportado ayuda ni democracia. Tampoco han vengado los atentados del 11 de septiembre de 2001. Sólo han sembrado muerte y desolación.

    Un importante estudio demuestra que la «guerra contra el terrorismo» encabezada por Estados Unidos ha matado a 2 millones de personas. Pero sólo se trata de un conteo parcial de las muertes de las que Occidente es responsable en Irak y Afganistán desde hace más de 2 décadas.
    El mes pasado, Physicians for Social Responsibility (PSR), prestigiosa ONG con sede en Washington DC, publicó un estudio clave [disponible para su descarga a través del vínculo que aparece al final de este trabajo]. Ese estudio demuestra que el balance sobre las pérdidas de vidas humanas de más de una década de «guerra contra el terrorismo», desde los atentados del 11 de septiembre de 2001, se eleva como mínimo a 1,3 millones de muertos. Según esta ONG, ese conteo podría alcanzar incluso los 2 millones.
    Publicado por un equipo de doctores que obtuvo el Premio Nobel de la Paz [En 1985, cuando ganar ese premio todavía significaba algo. Nota de la Red Voltaire.], este informe de 97 páginas es el primer conteo del número total de bajas civiles provocadas por las intervenciones «antiterroristas» desatadas bajo la égida de Estados Unidos contra Irak, Afganistán y Pakistán.
    Este informe del PSR fue redactado por un equipo interdisciplinario de expertos de primera línea en materia de salud pública, entre los que se encuentra el Dr. Robert Gould, director a cargo de la sensibilización y la educación de los profesionales de la salud en Centro Médico de Universidad de California (San Francisco). Entre sus redactores también podemos citar al profesor Tim Takaro, quien enseña en la Facultad de Ciencias de la Salud de la Universidad Simon Fraser (Canadá).
    Sin embargo, este estudio ha sido casi totalmente ignorado por los medios de difusión anglófonos [al igual que por la prensa francófona y por la prensa en español. Nota de laRed Voltaire.]. Se trata del primer intento –realizado por una organización mundialmente prestigiosa– de presentar un cálculo científicamente realizado del número de personas muertas a causa de la «guerra contra el terrorismo» desatada por Estados Unidos [, Francia] y Gran Bretaña.
    Cuidado con las lagunas
    El Dr. Hans von Sponeck, ex secretario general adjunto de la ONU, describe este informe del PSR como una
    «importante contribución para reducir el abismo entre los estimados confiables sobre las víctimas de la guerra –en particular la cifra de civiles en Irak, Afganistán y Pakistán– y los balances tendenciosos, manipulados e incluso falsificados».
    Este estudio contiene un reexamen científico de los antiguos estimados sobre el número de víctimas de la «guerra contra el terrorismo». En el caso de Irak, el estudio es particularmente crítico al referirse al balance habitualmente citado por los grandes medios de difusión, o sea los 110 000 muertos que expone el Iraq Body Count (IBC). Esas cifras se obtuvieron mediante el conteo de las bajas civiles anunciadas en los medios de prensa. Pero el PSR ha encontrado graves lagunas y otros problemas metodológicos en esa forma de conteo.
    Por ejemplo, de los 40 000 cadáveres enterrados en Nayaf desde el inicio de la guerra de Irak en 2003, el IBC contó solamente 1 354 muertos en esa ciudad durante el mismo periodo. Ese ejemplo indica la gran diferencia entre las cifras del IBC en la ciudad de Nayaf y el balance real. En este caso, las cifras reales son 30 veces superiores.
    La base de datos del IBC está llena de esas diferencias [entre las cifras que registra y la realidad]. En otro ejemplo, esta organización registró solamente 3 incursiones aéreas en cierto momento de 2005. En realidad, la cantidad de ataques aéreos había aumentado aquel año de 25 a 120. Nuevamente, los datos reflejados son 40 veces inferiores a la realidad.
    Según el informe del PSR, el controvertido estudio de la revista británica The Lancet, que había estimado en 655 000 el número de muertos en Irak entre 2003 y 2006 –y en más de 1 millón hasta hoy, mediante una extrapolación– estaba probablemente mucho más cerca de la realidad que las cifras del IBC. En realidad, este informe confirma un cuasi consenso entre los epidemiólogos sobre la confiabilidad del estudio publicado en The Lancet.
    A pesar de una serie de críticas justificadas, la metodología estadística aplicada en ese trabajo es el modelo universalmente reconocido para determinar la cantidad de muertos en las zonas de conflicto. Por cierto, es la que utilizan los gobiernos y las agencias internacionales.
    Una negación politizada
    El PSR analizó también la metodología y las conclusiones de otros estudios que indican un balance inferior de pérdidas humanas, como un artículo del New England Journal of Medicineque también contiene cierta cantidad de lagunas.
    El mencionado artículo no tiene en cuenta las cifras de las provincias más afectadas por las operaciones militares, o sea Bagdad, al-Anbar y Ninive. En realidad, el artículo del New England Journal of Medicine se basa en los datos erróneos del IBC al extrapolar las cifras sobre esas regiones. Y también impuso «restricciones motivadas por razones políticas» a la recolección y análisis de los datos. Por ejemplo, las entrevistas fueron realizadas por el ministerio iraquí de Salud, en aquel momento «totalmente dependiente de la potencia ocupante». Bajo la presión de Estados Unidos– ese ministerio iraquí se había negado a publicar sus datos sobre las muertes de iraquíes oficialmente registradas.
    En particular, el PSR analizó las alegaciones de Michael Spaget, John Sloboda y otros críticos que describieron como «fraudulentos» los métodos de recogida de datos del estudio deThe Lancet. Según la ONG, tales argumentos carecen de fundamento.
    Las pocas «críticas legítimas», según el PSR, «no afectan la credibilidad de los resultados de las investigaciones de The Lancet en su conjunto. Esas cifras siguen siendo los mejores estimados actualmente disponibles». Las conclusiones de «The Lancet» también se ven corroboradas por los datos de un nuevo estudio realizado por la revista científica PLOS Medicine, que contabilizó 500 000 víctimas de la guerra en Irak. En total, el PSR ha logrado determinar que la cantidad más probable de muertos civiles en ese país desde 2003 asciende a 1 millón.
    El estudio del PSR agrega a ese balance al menos 220 000 muertos en Afganistán y 80 000 en Pakistán, víctimas directas o indirectas de la campaña militar encabezada por Estados Unidos. En otras palabras, esta ONG presenta un «estimado conservador» que se eleva a 1,3 millones de muertos en Irak, Afganistán y Pakistán. Sin embargo, las cifras reales podrían fácilmente «sobrepasar los 2 millones».
    Pero el propio estudio del PSR también presenta ciertas lagunas. Primeramente, la «guerra contra el terrorismo» iniciada después del 11 de septiembre de 2001 no era nada nuevo sino una simple prolongación de las políticas intervencionistas ya iniciadas anteriormente en Irak y Afganistán.
    Por otra lado, la carencia de datos sobre Afganistán significa que el estudio del PSR probablemente subestimó el balance de bajas humanas en ese país.
    Irak
    La guerra de Irak no comenzó en 2003 sino en 1991, con la primera guerra del Golfo, a la que siguió la aplicación de un régimen de sanciones impuesto a través de la ONU.
    Un estudio anterior del propio PSR, realizado por la entonces demógrafa del Buró de Censos de Estados Unidos Beth Daponte, ha demostrado que la cantidad de muertes de iraquíes provocadas por la primera guerra del Golfo se elevaba a cerca de 200 000, principalmente víctimas civiles [1]. Aquel estudio fue censurado por las autoridades.
    Después de la retirada de la coalición encabezada por Estados Unidos, [la primera guerra del Golfo] prosiguió en el plano económico, a través de las sanciones de la ONU, impuestas por Estados Unidos y Gran Bretaña. El pretexto que se invocó para justificar aquellas sanciones fue impedir que el presidente Sadam Husein lograse tener acceso a los elementos necesarios para la fabricación de posibles armas de destrucción masiva. Pero bajo aquel embargo, los bienes cuyo acceso se prohibió a Irak incluían gran cantidad de productos de primera necesidad, indispensables para la población civil.
    Cifras de la ONU, que nunca han sido puestas en dudas, demuestran que alrededor de 1,7 millones de civiles iraquíes murieron por causa de ese brutal régimen de sanciones impuesto por Occidente y que la mitad de esos muertos fueron niños [2].
    Y parece que las sanciones tenían como objetivo provocar esa gran cantidad de muertos. Entre los bienes prohibidos [a Irak] por las sanciones de la ONU estaban los productos químicos y el equipamiento esencial para el funcionamiento del sistema iraquí de tratamiento del agua. El profesor Thomas Nagy, de la Escuela de Comercia de la Universidad George Washington, descubrió un documento secreto de la agencia de inteligencia del Pentágono (la DIA, Defence Intelligence Agency), documento que, según el profesor Nagy, constituye
    «un plan inicial de genocidio contra el pueblo iraquí».
    En un artículo científico redactado en el marco de la Asociación de Investigadores sobre los Genocidios de la Universidad de Manitoba (Canadá), el profesor Nagy explicó que el documento de la DÍA revelaba con «lujo detalles, un método perfectamente operacional para “degradar completamente el sistema de tratamiento de aguas” de toda una nación» a lo largo de una década. De esa manera, la política de sanciones crearía
    «las condiciones favorables a la amplia propagación de enfermedades, como epidemias de gran envergadura (…) liquidando así gran parte de la población iraquí» [3].
    Por consiguiente, sólo en el caso de Irak, la guerra de Estados Unidos contra ese país mató 1,9 millones de iraquíes, desde 1991 hasta 2003. Y a partir de 2003 se registran más o menos 1 millón de muertes más. Así que la agresión de Estados Unidos contra Irak costó en total cerca de 3 millones de vidas de iraquíes.
    Afganistán
    En Afganistán, el número total de víctimas mencionado en el estimado del PSR también parece estar muy por debajo de la realidad. Seis meses después de la campaña de bombardeos de 2001, el periodista del Guardian Jonathan Steele reveló que entre 1 300 y 8 000 afganos habían sido víctimas mortales directas [4]. Steele agregaba que las consecuencias de la guerra habían provocado un exceso de mortalidad al provocar la muerte de unas 50 000 personas.
    En su libro, Body Count: Global Avoidable Mortality Since 1950, el profesor Gideon Polya aplicó la misma metodología que el Guardian para analizar los datos anuales de mortalidad de la División de Población de la ONU [5]. Así pudo calcular las cifras plausibles del exceso de mortalidad en Afganistán. Bioquímico retirado de la Universidad de La Trobe (Melbourne, Australia), Polya llegó a la conclusión de que el total de decesos evitables en Afganistán –país en estado de guerra permanente desde 2001 y sometido a las privaciones que le impone el ocupante– se elevaba a 3 millones (entre los que se cuentan los fallecimientos de 900 000 niños de menos de 5 años).
    Aunque ninguna revista universitaria publicó los descubrimientos del profesor Polya, el estudio que presenta enBody Count, su libro de 2007, ha sido recomendado por Jacqueline Carrigan, profesora de sociología de la Universidad del Estado de California [6]. Jacqueline Carrigan ha presentado este estudio como «una mina de datos sobre la situación global de la mortalidad» en una reseña publicada en la revista Socialism and Democracy de las ediciones universitarias Routledge.
    Como en el caso de Irak, la intervención de Estados Unidos en Afganistán comenzó, mucho antes del 11 de septiembre de 2001, en 1992 bajo la forma de una ayuda militar, logística y financiera clandestina de Estados Unidos a los talibanes. Aquella ayuda secreta favoreció la conquista violenta de cerca del 90% del territorio afgano por parte de los talibanes [7].
    En 2001, la Academia Nacional de Ciencias publicó un informe titulado Forced Migration and Mortality [8]. En ese estudio, Steven Hansch –epidemiólogo de primer plano y director de Relief International– subrayaba que el incremento de la mortalidad provocado en los años 1990 por las consecuencias de la guerra había dejado entre 200 000 y 2 millones de muertos en Afganistán. Por supuesto, la Unión Soviética es en parte responsable de la devastación de la infraestructura civil de ese país, la cual creó las bases de ese desastre humanitario.
    Al adicionarlas, esas cifras sugieren que en Afganistán el balance total de las consecuencias directas e indirectas de las operaciones estadounidenses [y occidentales] desde el inicio de los años 1990 hasta el día de hoy podría ser estimado entre 3 y 5 millones de muertos.
    La negación
    Según las cifras que acabamos de estudiar, el total de muertes provocadas por las intervenciones occidentales en Irak y Afganistán desde los años 1990 –entre las muertes provocadas directamente por la guerra y las que se deben a las privaciones provocadas a largo plazo por la guerra– podría elevarse a unos 4 millones: 2 millones de muertos en Irak entre 1990 y 2003 y 2 millones a causa de la «guerra contra el terrorismo». Si tomamos en cuenta los elevados estimados sobre el exceso de mortalidad [consecuencia de la guerra] en Afganistán, este balance podría elevarse incluso a 6 u 8 millones de muertos.
    Es posible que esas cifras sean demasiado altas pero nunca podremos saberlo con certeza. En efecto, las políticas de las fuerzas armadas de Estados Unidos y de Gran Bretaña consisten en no contabilizar las muertes de civiles provocadas por sus operaciones, muertes consideradas como incidentes sin interés.
    Debido a la grave carencia de datos en Irak, a la cuasi total inexistencia de archivos en Afganistán así como a la indiferencia de los gobiernos occidentales ante todo lo concerniente a las muertes de civiles, resulta literalmente imposible determinar la verdadera cantidad de fallecimientos que esas intervenciones han provocado.
    Al no existir ni la más mínima posibilidad de comprobarlas, esas cifras proporcionan estimados plausibles basados en la aplicación de la metodología estadística basada en las mejores pruebas disponibles –aún tratándose de pruebas particularmente escasas. A falta de datos precisos, estos estimados nos proporcionan una idea de la magnitud de la destrucción.
    La mayoría de esas muertes fueron justificadas invocando la lucha contra la tiranía y contra el terrorismo. Sin embargo, gracias al silencio cómplice de los medios masivos de difusión, la mayoría de la ciudadanía no tiene la menor idea del verdadero alcance de este terror permanente que la tiranía estadounidense y británica impuso en Afganistán e Irak, en nombre de los ciudadanos de Estados Unidos y del Reino Unido.
    [1] “Toting the Casualties of War”, Bloomberg Business, 5 de febrero de 2013.
    [2] Behind the War on Terror: Western Secret Strategy and the Struggle for Iraq, Nafeez M. Ahmed, New Society Publishers, 1º de septiembre de 2003).
    [3] “The Role of Iraq Water Treatment Vulnerabilities in Halting One Genocide and Preventing Others”, Thomas J. Nagy, Association of Genocide Scholars, 12 de junio de 2001.
    [4] “Forgotten victims”, Jonathan Steele, The Guardian, 20 de mayo de 2002.
    [5] Body Count Global Avoidable Mortality Since 1950, Gideon Polya, G.M. Polya, Melbourne (2007).
    [6] “Body Count: Global Avoidable Mortality Since 1950”, Jacqueline Carrigan, Socialism and Democracy, 13 de abril de 2011.
    [7] “Islamic State is the cancer of modern capitalism”, Nafeez M. Ahmed, Middle East Eye, 27 de marzo de 2015.
    [8] Forced Migration and Mortality, Holly E. Reed and Charles B. Keely, Editors; Roundtable on the Demography of Forced Migration; Committee on Population; Division of Behavioral and Social Sciences and Education; National Research Council (2001).
    http://www.voltairenet.org/article187311.html
    Postado por SOMOS TODOS PALESTINOS às 14:04 Nenhum comentário: Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
    COMBATES ENTRE O DAESH E AS RESISTÊNCIAS PALESTINAS NA SÍRIA
    Quarta-feira, 1 de abril de 2015, desenrolava-se no campo palestino de Yarmouk, nos arredores de Damasco, uma cerimônia organizada pelo Ministério Sírio da Reconciliação.
    Na altura, o acampamento foi atacado por elementos vindos da aldeia vizinha de Hajar al-Aswad, aliados com certos ex-militantes do Hamas, que antes tendo-se passado para a Frente Al-Nusra (al-Qaida), agora se juntaram ao Daesh (Exército Islâmico).
    Durante várias horas, intensos combates opuseram o Daesh ás várias milícias palestinianas, entre as quais os seus antigos camaradas do Hamas. Ao fim da noite, os jiadistas controlavam a maior parte do acampamento. Mas, durante a noite, o Exército Árabe Sírio enviou reforços e o Daesh retirou-se por completo.
    Os campos de «Yarmouk» e de «Palestina», não são acampamentos formados por tendas ou barracas (favelas-br) como em outros Estados árabes, mas, sim, cidades em cimento, construídas segundo as normas sírias. Tradicionalmente, a República Árabe da Síria administra-os em parceria com os partidos políticos palestinianos.
    No fim de 2012, milicianos do Hamas, leais a Khaled Mechaal, deixaram penetrar no campo jiadistas da Frente Al-Nusra (al-Qaida) e agentes da Mossad israelita para tentar o assassínio dos líderes da Fatah e da F.P.L.P [1]. A República Árabe da Síria havia, de imediato, enviado uma chamada por SMS a 160. 000 habitantes para fugirem. Em 48 horas, 120 mil deles foram realojados em escolas e hotéis da capital. O Exército Árabe Sírio realizou, então, o assalto militar com o apoio da Autoridade Palestiniana. No final, após intensos combates e um terrível cerco, um acordo político levou ao «congelamento» do acampamento onde ainda permaneciam 18. 000 pessoas. A cerimónia de ontem deveria ter marcado a reconciliação entre, por um lado, a República Árabe da Síria, a FPLP e a Fatah e, por outro lado, um ramo do Hamas e os elementos da al-Nusra.
    Durante dois anos, grupos palestinos contrários à República árabe da Síria atacaram todos os comboios de abastecimento alimentar que entram no acampamento, confiscam os bens e depois revendem-nos a 3,5 vezes o seu preço aos outros habitantes do acampamento. Para se alimentar a população é, pois, forçada a juntar-se a estes grupos que lhes pagam, então, um salário em dólares.
    A imprensa do Golfo lançou uma campanha de propaganda acusando o Exército Árabe Sírio de matar à fome e de bombardear os palestinos, tal como Israel faz em Gaza.
    A Síria, é o único Estado árabe a garantir igualdade jurídica absoluta aos palestinos, e, o acesso gratuito às suas escolas, ás suas universidades e a todos os seus serviços sociais. Vários generais do Exército Árabe Sírio são Palestinianos.
    Tradução Alva
    http://www.voltairenet.org/article187236.html#nb1

    [1] «Des agents du Mossad dans l’unité d’Al-Qaida qui a attaqué le camp de Yarmouk» (Fr- «Agentes da Mossad na unidade da Al-Qaida que atacou o acampamento de Yarmouk»- ndT), Réseau Voltaire, 31 décembre 2012.

    Postado por SOMOS TODOS PALESTINOS às 13:19 Nenhum comentário: Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
    Crimes do Daesh em Al-Yarmuk saciam os interesses de Israel e do imperialismo
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    Resumen Latinoamericano/HispanTV, 8 de abril de 2015 –

    Os crimes que protagonizam os takifiris do grupo terrorista EIIL (Daesh, em árabe) no acampamento de refugiados palestinos de Al-Yarmuk, no sul de Damasco, capital síria, são ações afins aos interesses do regime de Israel, assegurou o escritório político do Movimento de Resistência Islâmica Palestina (HAMAS).

    Em declarações feitas na terça-feira ante os meios de comunicação, o alto membro do escritório político do HAMAS, Ezat al-Rashq, pediu à comunidade internacional para que se mobilize contra as atrocidades cometidas pelos elementos do Daesh contra os refugiados desamparados palestinos em Al-Yarmuk.

    Ao qualificar de “desastrosa” a situação em que se encontram os palestinos residentes nesse acampamento, o político palestino pediu o fim dos atentados contra os refugiados e a suspensão total da ofensiva contra Al-Yarmuk imposta pelos terroristas do Daesh.

    Al-Rashq acrescentou que depois de cessarem esses atos violentos contra os palestinos, o mundo se debruçará para encontrar uma solução definitiva para terminar os sofrimentos dos refugiados dessa nacionalidade.

    No mesmo contexto, o subchefe da direção política do HAMAS, Ismail Hanie, se colocou em contato com o primeiro ministro malásio, Nayib Razak, e pediu seja feito tudo que estiver ao alcance para dar fim ao derramamento de sangue dos palestinos.

    Zakaria al-Aqa, membro do comitê executivo da Organização pela Libertação da Palestina (OLP), na terça-feira, pediu ao Conselho de Segurança da Nações Unidas (CSNU) para que adote uma resolução de caráter urgente para salvar Al-Yarmuk.

    Al-Aqa prosseguiu dizendo que a OLP se colocou em contato com o Governo de Damasco e conseguiu abrir um corredor seguro no norte de Al-Yarmuk para transportar os feridos e umas 500 famílias.

    Argumentou que os terroristas do Daesh, todavia, não puderam ocupar todo esse acampamento e os palestinos residentes no norte estão resistindo ante os ataques deste grupo ultraviolento.

    O político palestino deixou claro que só os palestinos estão lutando contra os terroristas do Daesh e nenhum outro grupo armado não palestino está presente nesse acampamento.

    Assim, o secretário geral da Frente Popular pela Libertação da Palestina, Jaled Abdolmayid, disse à cadeia libanesa Al-Mayadeen que os combatentes palestinos continuam lutando contra os terroristas neste acampamento palestino.

    Quinta-feira passada, grupos militares palestinos começaram operações para impedir os ataques dos takfiris e libertar o campo.

    Em comentários similares feitos no domingo, um dirigente do HAMAS, Mohamad Abu Askar, assegurou que os últimos acontecimentos em Al-Yarmuk beneficiam o regime israelense e caracterizou como uma “catástrofe humanitária” a situação neste acampamento.

    O Ministério iraniano de Assuntos Exteriores, por sua parte, na terça-feira, expressou sua preocupação pela dramática situação que vive o acampamento de refugiados palestinos na Síria.

    Membros do Daesh invadiram, na quarta-feira passada, Al-Yarmuk, onde ainda vivem 18.000 refugiados dos 160.000 que habitam este acampamento antes do início da crise síria em 2011.

    Um dia após este assalto, a Chancelaria síria exigiu a ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Conselho de Segurança da organização internacional para obrigar os países patrocinadores do terrorismo a tirar os terroristas de Al-Yarmuk.

    Nos últimos quatro anos, diversas regiões da Síria se converteram em alvo dos ataques de grupos armados e terroristas respaldados por países ocidentais e regionais, que buscam derrotar o Governo legítimo de Damasco.

    O conflito sírio deixou, até o momento, mais de 215 mil mortos e obrigou o deslocamento de milhões de cidadãos.

    Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2015/04/08/hamas-crimenes-de-daesh-en-al-yarmuk-sacian-los-intereses-de-israel/

    Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)
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    terça-feira, 7 de abril de 2015
    FORA ISDS DOS JOGOS OLÍMPICOS 2016! Fora sionistas da Palestina!
    Video: Brasil: activistas rechazan a empresa israelí en los Juegos Olímpicos

    Comitê de Solidariedade à Luta do povo palestino no RJ na luta para excluir a empresa israelense ISDS da segurança dos Jogos Olímpicos do Rop de Janeiro 2016. Esta empresa é acusada de fazer da Palestina um grande campo de experimentação para suas armas mortais. O que a faz cúmplice das torturas e do extermínio dos palestino por Israel. http://multimedia.telesurtv.net/v/bra
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    terça-feira, 31 de março de 2015
    A América Latina na dinâmica da guerra global
    por Jorge Beinstein [*]

    Tudo ao mesmo tempo: em meados do mês de Março de 2015 os Estados Unidos deram um salto qualitativo de claro perfil belicista nas suas acções contra a Venezuela, também desenvolvem exercícios militares em países limítrofes com a Rússia na chamada operação “Atlantic Resolve”, algumas dessas operações são realizadas a uns 100 quilómetros de São Petersburgo [1] , além disso intensificam-se informações acerca de uma nova ofensiva do governo de Kiev contra a região do Donbass [2] , aumenta a circulação de naves de guerra da NATO no Mar Negro, continuam as velhas guerras imperiais no Iraque e no Afeganistão às quais acrescentou-se a seguir a ofensiva contra a Síria (passando pela Líbia)… e muito mais…

    Evidentemente o Império está lançado numa catastrófica fuga militar para a frente estendendo suas operações a todos os continentes, encontramo-nos em plena guerra global. Nem os grandes meios de comunicação, nem os dirigentes internacionais mais importantes registaram publicamente o facto, todos falam como se vivêssemos em tempos de paz, só em alguns poucos casos surgem alguns deles a advertir sobre o perigo de guerra mundial ou regional. Uma excepção recente é a do Papa Francisco quando afirmou que actualmente nos encontramos perante “uma terceira guerra mundial” que ele descreve como a desenvolver-se “por partes” ainda que sem designar os contendores e fazendo vagas referências à “cobiça” e a “interesses espúrios” com a linguagem confusa e jesuítica que o caracteriza [3] .

    A cada mês acrescenta-se algum novo indiciar que anuncia a proximidade de uma nova recessão global muito mais forte e extensa que a de 2009. O capitalismo, a começar pelo seu polo imperialista, foi-se convertendo velozmente num sistema de saqueio onde a reprodução das forças produtivas fica completamente subordinada à lógica do parasitismo. As elites imperiais e suas lumpen-burguesias satélites “necessitam” super-explorar até ao extermínio seus recursos naturais e mercados periféricos para sustentar as taxas de lucro do seu decadente sistema produtivo-financeiro.

    As tendências globais rumo à decadência económica exprimem-se de múltiplas maneiras no dia a dia. Dentre elas, a volatilidade dos preços das matérias-primas, o petróleo por exemplo, chave mestra da economia mundial, cujo estancamento extractivo (que não conseguiu ser superado pelo show mediático em torno do “milagroso” petróleo de xisto) combina-se com desacelerações da procura internacional como ocorre actualmente. A isso somam-se golpes especulativos e geopolíticos que convertem os mercados em espaços instáveis onde as manobras de curto prazo impõem a incerteza.

    O curto-prazismo especulativo hegemónico engendra pacotes tecnológicos depredadores como a mineração a céu aberto, a fracturação hidráulica ou a agricultura com base em transgénicos acompanhados por operações políticas e comunicacionais que degradam, desarticulam sistemas sociais procurando convertê-los em espaços indefesos diante dos saqueios.

    O optimismo económico da época do auge neoliberal deu lugar ao pessimismo do “estancamento secular” agora apregoado pelos grandes peritos do sistema [4] . Eles indicam que a salvação do capitalismo não chegará a partir da economia condenada a sofrer recessões ou crescimentos insignificantes, o melhor é nem falar demasiado desses tristes temas. Então a guerra ascende ao primeiro plano, algum massacre protagonizado por tropas regulares ou mercenários, algum bombardeio, alguma ameaça de ataque na Europa do Leste, Ásia, África ou América Latina. Os meios de comunicação nos esmagam com essa notícias, contudo ninguém fala da guerra global.

    Tudo acontece como se a dinâmica da guerra se houvesse autonomizado mas empregado um discurso embrulhado, difícil de entender. Mas assim como os super-poderes dos homens de negócios dos anos 1990 não eram independentes e sim compartilhados no interior de uma complexa trama de poderes (políticos, mediáticos, militares, etc) que em termos gerais costuma-se denominar como “classe dominante”, também a aparente autonomia do militar dificulta-nos ver as redes mafiosas de interesses onde se borram as fronteiras entre os seus componentes. As elites da era neoliberal sofreram mudanças decisivas, experimentaram mutações que as converteram em classes completamente degeneradas que, cada vez mais, só podem recorrer à força bruta, à lógica da guerra. Não se trata portanto de a componente militar se autonomizar e sim, antes, de que as elites imperialistas se militarizam. Elas já não seduzem com ofertas de consumo mais algumas doses de violência, agora só propagam o medo, ameaçam com as suas armas ou utilizam-nas.

    Progressismos latino-americanos

    Dentro desse contexto global devemos avaliar os progressismos latino-americanos [5] que se instalaram na base das crises de governabilidade dos regimes neoliberais.

    Os bons preços internacionais das matérias-primas durante a década passada, somados a políticas de contenção social dos pobres, permitiram-lhes recompor a governabilidade dos sistemas existentes. Em alguns desses casos desenvolveram-se ampliações ou renovações das elites capitalistas e em quase todos eles prosperaram as classes médias. Os governos progressistas iludiram-se supondo que as melhorias económicas lhes permitiram ganhar politicamente os referidos sectores mas, como era previsível, ocorreu o contrário: as camadas médias iam para a direita e, enquanto ascendiam, olhavam com desprezo os de baixo e assumiam como próprios os delírios mais reaccionários das suas burguesias. A explicação é simples, na medida em que são preservados (e ainda fortalecidos) os fundamentos do sistema e em que seus núcleos decisivos radicalizam seus elitismo depredador seguindo a rota traçada pelos Estados Unidos (e “Ocidente” em geral) produz-se um encadeamento de subculturas neo-fascistas que vão desde acima até abaixo, desde o centro até as burguesias periféricas e desde estas até suas camadas médias. Na Venezuela, Brasil ou Argentina as classes médias melhoravam seu nível de vida e ao mesmo tempo despejavam seus votos nos candidatos da direita velha ou renovada.

    Estabeleceu-se um conflito interminável entre governos progressistas que tornavam governáveis os capitalismos locais e direitas selvagens ansiosas por realizar grandes roubos e esmagar os pobres. O progressismo, confrontado politicamente com essa direita qualificada de “irresponsável”, cujos fundamentos económicos respeitava, chantageava aqueles na esquerda que criticavam sua submissão às regras do jogo do capitalismo utilizando o papão reaccionário (“nós ou a besta”), acusando-os de fazerem o jogo da direita. Na realidade o progressismo é um grande jogo favorável ao sistema e em última análise à direita, sempre em condições de retornar ao governo graças à moderação, à “astúcia” aparentemente estúpida dos progressistas que por vezes conseguem cooptar esquerdas claudicantes cuja obsessão em “não fazer o jogo da direita” (e simultaneamente integrar-se no sistema) é completamente funcional à reprodução do país burguês e em consequência a essa detestável direita.

    Agora o jogo começa a esgotar-se. Os progressismos governantes, com diferentes ritmos e variados discursos, acossados pelo arrefecimento económico global e pelo crescente intervencionismo dos Estados Unidos, vão perdendo espaço político. Em vários casos suas dificuldades fiscais pressionam-nos a ajustar despesas públicas (e de modo algum a reduzir os super lucros dos grupos económicos mais concentrados), a aceitar as devastações da mega-mineração ou a adoptar medidas que facilitam a concentração de rendimentos. No Brasil, o segundo governo Dilma colocou um neoliberal puro e duro no comando da política económica, encurralado por uma direita ascendente, uma economia oscilando entre o estancamento e a recessão e uma intervenção norte-americana cada vez mais activa. No Uruguai o novo governo de Tabaré Vazquez mostra um rosto claramente conservador e no Chile a presidência Bachelet não precisa correr demasiado à direita, depois da sua rosada demagogia eleitoral afirma-se como continuidade do governo anterior e em consequência, passada a confusão inicial, herdará também a hostilidade de importantes faixas de esquerda e dos movimentos sociais.

    Na Argentina, o núcleo duro agro-mineral exportador-financeiro e os grupos industriais exportadores mais concentrados estão mais prósperos do nunca enquanto a ingerência norte-americana amplia-se conduzindo o jogo de títeres políticos rumo a uma ruptura ultra-direitista. Na Venezuela a eterna transição rumo a um socialismo que nunca acaba de chegar não conseguiu superar o capitalismo ainda que torne caótico o seu funcionamento, forjando desse modo o cenário de uma grande tragédia. Por enquanto só a Bolívia parece salvar-se da avalanche, afirmando-se na maior mutação social da sua história moderna sem superar o âmbito do subdesenvolvimento capitalista mas recompondo-o integrando as massas submersas, multiplicando por mil o que havia feito o peronismo na Argentina entre 1945 e 1955 (de qualquer forma isso não a liberta da mudança de contexto regional-global).

    Na América Latina assistimos a um processo de crise muito profundo onde convergem progressismos declinantes com neoliberalismo integralmente degradados, como na Colômbia ou no México, conformando um panorama comum de perda de legitimidade do poder político, avanços de grupos económicos saqueadores e activismo imperialista cada vez mais forte.

    A este panorama sombrio é necessário incorporar elementos que dão esperança, sem os quais não poderíamos começar a entender o que está a ocorrer. Por debaixo dos truques políticos, dos negócios rápidos e das histerias fascistas aparecem os protestos populares multitudinários, a persistência de esquerdas não cooptadas pelo sistema (para além dos seus perfis mais ou menos moderados ou radicais), a presença de insurgências incipientes ou poderosas (como na Colômbia).

    Nem os cantos de sereia progressistas nem a repressão neoliberal puderam fazer desaparecer ou marginalizar completamente esses fantasmas. Realidade latino-americana que preocupa os estrategas do Império, que temem o que consideram como sua inevitável arremetida contra a região possa desencadear o inferno da insurgência continental. Nesse caso o paraíso dos grandes negócios poderia converter-se num grande atoleiro onde afundaria o conjunto do sistema.

    Geopolítica do Império, integrações e colonizações

    A estratégia dos Estados Unidos aparece articulada em torno de três grandes eixos; o transatlântico e o transpacífico que apontam num gigantesco jogo de pinças contra a convergência russo-chinesa centro motor da integração euro-asiática. E a seguir o eixo latino-americano destinado à recolonização da região.

    Os Estados Unidos tentam converter a massa continental asiática e sua ampliação russo-europeia num espaço desarticulado, com grandes zonas caóticas, objecto de saqueio e super-exploração.

    Os recursos naturais, assim como os laborais, desses territórios constituem seu centro de atenção principal, na elipse estratégica que cobre o Golfo Pérsico e a Bacia do Mar Cáspio estendendo-se em direcção à Rússia encontram-se 80% da reservas globais de gás e 60% das de petróleo e na China habitam pouco mais de 230 milhões de operários industriais (aproximadamente um terço do total mundial).

    A América Latina aparece como o pátio traseiro a recolonizar. Ali se encontram, por exemplo, as reservas petrolíferas da Venezuela (as primeira do mundo, 20% do total global), cerca de 80% das reservas mundiais de lítio (num triângulo territorial compreendido pelo Norte do Chile e Argentina e pelo Sul da Bolívia) imprescindível na futura indústria do automóvel eléctrico, as reservas de gás e petróleo de xisto do Sul argentino, fabulosas reservas de água doce do aquífero guarani entre o Brasil, o Paraguai e a Argentina.

    Uma das ofensivas fortes do Império na década passada foi a tentativa de constituição da ALCA, zona de livre comércio e investimentos que significava a anexação económica da região por parte dos Estados Unidos. O projecto fracassou, a ascensão do progressismo latino-americano somado à emergência de potências não ocidentais, sobretudo a China, e o atolamento estado-unidense na sua guerra asiáticas foram factores decisivos que em diferentes medidas debilitaram a investida imperial.

    http://resistir.info/crise/imagens/interv_militar.jpgMas a partir da chegada de Obama à presidência os Estados Unidos desencadearam uma ofensiva flexível de reconquista da América Latina: foi posta em marcha uma complexa mescla de pressões, negociações, desestabilizações e golpes de estado. Os golpes brandos com êxito em Honduras e no Paraguai, as tentativas de desestabilização no Equador, Argentina, Brasil e sobretudo na Venezuela (onde vai-se perfilando uma intervenção militar), mas também a tentativa em curso de extinção negociada da guerrilha colombiana e a domesticação de Cuba fazem parte dessa estratégia de recolonização.

    A mesma é implementada através de uma sucessão de tentativas suaves e duras tendente a desarticular as resistências estatais e os processos de integração regional (Unasul, Celac, Alba) e extra-regionais periféricos (BRICS, acordos com a China e a Rússia, etc) assim como a bloquear, corromper ou dissolver as resistências sociais e as alternativas políticas mais avançadas, em curso ou potenciais. Tentando levar avante uma dinâmica de desarticulação mas procurando evitar que a mesma gere rebeliões que se propaguem como um rastilho de pólvora numa região actualmente muito inter-relacionada.

    Sabem muito bem que em muitos países da região a substituição de governos “progressistas” por outros abertamente pró imperialistas significa a ascensão de camarilhas enlouquecidas que a curto prazo causariam situações de caos que poderiam desencadear insurgências perigosas. Alguns estrategas do Império acreditam poder neutralizar esse perigo com o próprio caos, desenvolvendo “guerras de quarta geração” instalando diferentes formas de violência social desestruturante combinadas com destruições mediático-culturais e repressões selectivas. Nesse sentido, o modelo mexicano é para eles (por agora) um paradigma interessante.

    Temem por exemplo que um cenário de caos fascista na Venezuela derive numa guerra popular que os obrigaria a intervir directamente num conflito prolongado, o que somado às suas guerras asiáticas os conduziria a uma super extensão estratégica ingovernável. É por isso que consideram imprescindível obter o apaziguamento da guerrilha colombiana, potencial aliada estratégica de uma possível resistência popular venezuelana.

    O panorama é completado com o processo de integração colonial dos países da chamada Aliança do Pacífico (México, Colômbia, Peru e Chile). A isso somam-se os tratados de livre comércio de maneira individual com países da América Central e outros como o Chile e a Colômbia e o velho tratado entre EUA, Canadá e México.

    Integração colonial e desarticulação, manipulação do caos e fortalecimento de pólos repressivos, Capriles mais Peña Nieto, Ollanta Humana mais Santos mais bandos narco-mafiosos… tudo isso dentro de um contexto global de decadência sistémica onde a velha ordem unipolar declina sem ser substituída por uma nova ordem multipolar. Tentativa de controle imperialista da América Latina submersa na desordem do capitalismo mundial.

    O cérebro do Império não consegue superar as mazelas do seu corpo envelhecido e enfermo, os delírios reproduzem-se, as fugas para a frente multiplicam-se. Evidentemente encontramo-nos num momento histórico decisivo.
    19/Março/2015
    Notas
    [1] Finian Cunningham, “NATO’s Shadow of Nazi Operation Barbarossa”, Strategic Culture Foundation, 13/03/2015
    [2] Colonel Cassad, “Ukraine: Reprise de la guerre au printemps?”, http://lesakerfrancophone.net/ le 13 mars 2015
    [3] “El papa Francisco advirtió que vivimos una tercera guerra mundial combatida ‘por partes’ “, http://www.lanacion.com.ar , 13 de septiembre de 2014
    [4] Laurence H Summers, “Reflections on the ‘New Secular Stagnation Hypothesis'” y Robert J Gordon, “The turtle’s progress: Secular stagnation meets the headwinds” en “Secular Stagnation: Facts, Causes, and Cures”, CEPR Press, 2014.
    [5] Utilizo o termo “progressista” no sentido mais amplo, desde governos que se proclamam socialistas ou pró socialistas como na Venezuela ou Bolívia até outros de corte neoliberal-progressista como os do Uruguai ou Brasil.

    Jorge Beinstein em resistir.info:
    · O regresso do fascismo – A propósito do Charlie Hebdo
    · Mudanças decisivas no sistema global
    · Capitalismo, violência e decadência sistémica
    · 2013: ponto de inflexão na longa decadência ocidental
    · Origem e declínio do capitalismo
    · A ilusão do metacontrole imperial do caos
    · Auto-destruição sistémica global, insurgências e utopias
    · No princípio de uma longa viagem
    · A crise na era senil do capitalismo
    · Rumo à desintegração do sistema global
    · A junção depressiva global (radicalização da crise)
    · Rostos da crise: Reflexões sobre o colapso da civilização burguesa
    · Inflação, agronegócios e crise de governabilidade
    · O naufrágio do centro do mundo: Os EUA entre a recessão e o colapso
    · No princípio da segunda etapa da crise global
    · Estados Unidos: a irresistível chegada da recessão
    · O declínio do dólar… e dos Estados Unidos
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    · Pensar a decadência: O conceito de crise em princípios do século XXI
    · Os Estados Unidos no centro da crise mundial
    · A segunda etapa do governo Kirchner

    · A vida depois da morte: A viabilidade do pós-capitalismo

    [*] Doutorado em economia e professor catedrático das universidades de Buenos Aires e Córdoba, na Argentina, e de Havana, em Cuba. É autor de Capitalismo senil: a grande crise da economia global,publicado no Brasil pela editora Record (2001). Dirige o Instituto de Pesquisa Científica da Universidade da Bacia do Prata e publica regularmente em Le Monde Diplomatique (em castelhano).

    Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
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