Nova fragata russa “Admiral Makarov”

Armamentos de ataque potentes, os equipamentos eletrônicos mais modernos, uma grande autonomia de navegação e um renome ganho em dezenas de anos. Tudo isso diz respeito à nova fragata da Marinha da Rússia, Admiral Makarov, que hoje (27) passará pela cerimônia de hasteamento de bandeira na cidade de Kaliningrado.

© Sputnik/ Igor Zarembo

Este é já o terceiro navio-patrulha do projeto 11356, que representa uma modernização profunda do projeto soviético 1135 Burevestnik e entrará na Frota do Mar Negro, sendo que Sevastopol já conta com o serviço de dois seus “irmãos mais velhos”, isto é, o Admiral Grigorovich e o Admiral Essen. Em uma coluna autoral, o jornalista Andrei Kots conta do que a nova fragata é capaz.

Navio universal

As fragatas do projeto 11356 são destinadas para conduzir operações militares tanto contra navios de superfície, como contra submarinos, repelir ataques da aviação inimiga individualmente ou em grupo, efetuar ataques de alta precisão contra alvos terrestres e participação de operações antiterroristas e antipirataria.
Estes navios, com um deslocamento total de 4.035 toneladas, são realmente universais e podem resolver praticamente qualquer tarefa na sua área de operações.

No total, o Ministério da Defesa encomendou 6 navios desta classe para a Frota do Mar Negro, sendo que esta é chamada de “classe de almirantes” (“admiral” em russo significa almirante).

As restantes fragatas, Admiral Butakov, Admiral Istomin e Admiral Kornilov, já foram lançadas à água e devem ser entregues à Marinha entre os anos 2020 e 2021.

Admiral Makarov, por sua vez, vai integrar na maior unidade da Frota do Mar Negro, isto é, a 30ª divisão de navios de superfície encabeçada pelo navio-chefe, o cruzador de mísseis Moskva. Passado algum tempo, as novas fragatas se tornarão a principal força de ataque deste agrupamento.

Cada um dos navios está equipado com um sistema naval universal de mísseis ZS14 e pode efetuar lançamentos de mísseis de cruzeiro Kalibr-NK a distâncias de até 2.500 km ou de mísseis antinavio Oniks (até 500 km).

Vale ressaltar que as fragatas Admiral Grigorovich e Admiral Essen têm demonstrado sua capacidade nos anos 2016 e 2017, efetuando ataques de alta precisão contra as bases de terroristas na Síria.

Para o combate de proximidade, o Admiral Makarov está equipado de um sistema de artilharia AK-190 com alcance de 21 km. Em combate antissubmarino, ele usará o lança-foguetes RBU-6000, bem como quatro aparelhos de torpedos com 533 mm de calibre. Já para combater os alvos aéreos, a fragata está equipada com o sistema de mísseis Shtil-1 com alcance de até 50 km. Caso um avião ou míssil de cruzeiro acabe por se aproximar demasiado, ele será atacado por dois sistemas antiaéreos AK-630M.

Todo esse potente arsenal de armamentos é controlado por um sistema de controle de tiro Puma, que garante a busca de longo alcance, a captura do alvo e seu acompanhamento.

Ademais, o próprio navio é dirigido através do novo complexo Trebovanie-M que analisa toda a informação que chega dos postos do navio, a sistematiza e apresenta ao ser humano já em uma forma compreensível.

Assim, o navio é altamente automatizado, por isso ele pode contar com uma tripulação bem pequena — apenas 180 marinheiros, sendo 18 deles oficiais. Além disso, o navio deve contar com 20 fuzileiros navais e um helicóptero antissubmarino Ka-27PL ou Ka-31 com sua tripulação.

Para que o navio tenha mais proteção e capacidade de sobrevivência, os especialistas incorporaram na construção da superestrutura elementos da tecnologia stealth e aumentaram seu isolamento acústico.

A potência total das unidades propulsoras da fragata é de 56 mil cavalos e, graças a ela, o Admiral Makarov pode desenvolver uma velocidade de 30 nós (quase 56 km/h), tendo uma autonomia máxima de 30 dias.

Tradição naval

É necessário referir que as fragatas do projeto 11356 estão sendo construídas a ritmos bem acelerados para o período pós-soviético. A coisa é que a respectiva série representa uma modernização profunda do projeto Burevestnik soviético, que deu muito boas provas. Desde 1968, foram construídos 28 navios dos projetos 1135 e 1135M.

A propósito, dois navios-patrulha da época soviética, Ladny e Pytlivy, continuam servindo na Frota do Mar Negro na mesma divisão que o Admiral Grigorovitch, o Admiral Essen e o Admiral Makarov. Sua idade já é de quase 40 anos, mas eles continuam representando uma força bélica séria.

 

Os marinheiros sempre respeitaram os navios do projeto Burevestnik por suas ótimas qualidades de navegação e boas condições de habitação. Estes navios se tornaram os “cavalinhos de trabalho” da Marinha da URSS, ocupados na sua maior parte na guarda das fronteiras marítimas do país.

Por exemplo, o Bodry navegava no Mediterrâneo durante a Guerra Árabe-Israelense de 1973 e espiava o submarino americano perto do Gibraltar. Zadorny, por sua vez, acompanhou o porta-aviões Admiral Kuznetsov durante sua famosa passagem de Sevastopol para Vidyaevo em 1991. Já o Doblestny patrulhava perto do porto de Luanda durante a guerra civil em Angola na década de 80, enquanto o Ladny escoltava os navios civis no golfo Pérsico durante a Guerra Irã-Iraque.

Evidentemente, os construtores russos tiveram em conta a experiência de combate e de exploração dos navios do projeto 1135 e 1135M, corrigiram todos os erros e aplicaram uma série de novas tecnologias e soluções.

A situação tensa na Síria e as entradas incessantes dos navios da OTAN no mar Negro demonstram que a respectiva frota necessita de navios potentes, rápidos e relativamente pequenos, capazes de combater todo o tipo de alvos. E as novas fragatas do projeto 11356 correspondem perfeitamente a essa descrição.

Fonte: Sputnik

Edição: Plano brasil

18 Comentários

    • Francisco meu caro,

      o blog se o amigo não percebeu, tem a preocupação de mostrar uma visão mais ampla dos acontecimentos, que, não só a visão da mídia Ocidental(apesar que, mostra essa também).

      Agora, se o amigo quiser um blog com visão voltada apenas para os americanos recomendo a trilogia. Onde até o seu editor chefe entra na conversa da audiéncia para pauta-la em prol destes. E, é devidamente recompensado por isso.

      Aqui e em alguns outros blogs há preocupação em olhar fora da caixa. E, inclusive vocé pode falar o que está falando sem sofrer censura ou ter seu comentário apagado, ou até mesmo ser banido. Coisa que não acontece no blog que te falei.

      Abraço!

      • Meu caro PRAEFECTUS mandou bem..mas não liga não .. certos cabeções por aqui andam com mil e um nicks so para tentar destabilizar e baixar o nivel de debate do PB. A liberdade das materias do PB intimida certos bois de manada pois mostra varias opiniões e realidades. Saudações.

      • “PRAEFECTUS

        28 de dezembro de 2017 at 10:45”

        em varias ocasiões fui arbitrariamente banido e bloqueado sem ter violado qualquer regra ou desrespeitado alguém…com o comentário dentro do assunto…feito de forma séria…enquanto que em outras circunstâncias eu fui sumariamente alvo de ataques em bando…de provocações, ofensas gratuitas e xingamentos…e quando fui responder ou me defender fui banido enquanto que ao agressor nada aconteceu…vcs ainda não sacaram o joguete deles…como a imagem e a reputação deles já esta bem “manjada” eles estão deixando nós participarmos e comentar alguma coisa lá pra mostrar a todos que são imparciais e sérios…e depois eles te banem…não caiam na deles….pois querem apenas usarem vcs pra conseguirem mais audiência…rs…

  1. Prezados,

    afora o pesado arsenal disponivel para o combate, gostei muito dessa parte o Admiral Makarov pode desenvolver uma velocidade de 30 nós (quase 56 km/h), tendo uma autonomia máxima de 30 dias. Sem medo de errar, projeto que cairia como uma luva para a MB.

  2. Discordo a cerca dessa baboseira de blog ou site comprado por esse ou aquele país, apenas o Guerra & Armas, Plano Brasil e Defesanet abrangem tanto a defesa quanto a geopolítica por trás da notícia tanto ocidental quanto oriental alem de ser o único ao lado do Guerra & Armas a lembrar dos soldados brasileiros que travam a maior guerra do continente maior ainda que a da Síria. A guerra contra o tráfico.

    • Tenente meu caro,

      concordo plenamente contigo a cerca da abrangencia dos assuntos levados a termo pelos Sites. O espectro de informação no Plano Brasil e nos demais é deveras amplo.

      Faço apenas ressalva quanto ao fato do “patrocinio”, porquanto(pra não me extender muito), evidentemente que a linha editorial de qualquer meio de mídia pode ser “fidelizado”, e isso geralmente, neste meio(mídia) ocorre na promoção de anuncios. Afinal, se o amigo já teve oportunidade de conversar com um P2, sabe que por trás de um “formador de opinião profissional” geralmente tem quem o patrocina(e, o dirige). Isso só não ocorre quando o formador de opinião é independente, e neste caso, este vive numa penuria pra se manter. Coisa, que passa longe do referido blog no momento…Se é que entende!

      Abraço!

  3. O casco da fragata tem um desenho furtivo, facetado…

    mas esses radares/antenas acabam por minar a furtividade

    De qualquer maneira é bonita

  4. “”PRAEFECTUS 28 de dezembro de 2017 as 10:30 projeto que cairia como uma luva para a MB.””
    Meu caro infelizmente falar em made in Russia para a MB é proibido..vem sempre aquela conversa de boi manso não se enquadra não serve para nosso TO enfim as oportunidades passam ao lado e nada é feito e a MB qualquer hora vai de jangada e barco de pesca.

    Quanto aos mísseis antinavio Oniks são uma verdadeira besta..até 500 km de alcance? Potente.

  5. A independência do Plano Brazil de publicar vários artigos e sem ideologias incomoda algumas pessoas. Querem que os blogs fiquem publicando as coisas de acordo interesses dos Estados Unidos e Israel, sempre tentando marginalizar a Rússia..

  6. Essa séria uma ultima Fragata para a marinha mas como e Russa a MB vai dizer que não serve que até o perafuso e diferente e bla bal bal de sempre aqui so serve se for dos Stetes ou de alguns dos satélites deles tipo Reino unido França Itália e etc mesmo que custe o dobro ou ate o triplo dessas Fragatas Russas e também bem inferiores em Tecnologia embarcadas e sistemas de armas .

  7. Prezados,

    Se queremos algum vaso russo, então é ‘Gorshkov’ pra cima… São umas 1400 toneladas a mais que fazem toda a diferença ( potencial de crescimento, espaço para viveres e combustível, maior estabilidade, e por aí vai ).

    Uma ‘Grigorovich’ seria no máximo o componente menor para o que se projeta de uma força marítima para a MB no médio/longo prazo.

    PRAEFECTUS,

    Uma escolha pragmática seria a construção de uma classe localmente, nem que fosse aproveitando o desenho de classes anteriores; ou mesmo um casco de concepção civil com uma superestrutura “militarizada”, mais ou menos como a classe ‘Absalon’ ( por mais que não goste dessa ideia ).

    Se estivermos falando de custos, chineses e coreanos do sul estão aí… Aliás, a FFX-II em muito me agrada. Seria a minha escolha para a ‘Tamandaré’.

    • _RR_ saudações,

      meu caro, o meu pragmático foi no sentido de que, em sendo um projeto russo ou chinês o melhor em todos os quisitos em uma “licitação”, deixar-se o lado ideologico e partir para o lado pratico da coisa.

      Ademas, a logica da construção local faz todo sentido, e evidentemente sou adepto dessa iniciativa.

      Quanto ao que colocou sobre as Classes de Fragatas russas concordo plenamente! Particularmente aprecio o projeto sul coreano nessa área.

      Abraço!

      • Perfeito, PRAEFECTUS… Entendi onde quis chegar, e não discordo.

        Apenas não acredito que todas as escolhas da MB se paltam por mera ideologia. Há sim toda uma lógica por trás de suas decisões.

        Para entendermos a MB e suas escolhas, temos que entender o cenário geográfico onde ela está inserida, que dita prioritariamente as características dos vasos a serem adquiridos…

        O fato é que o País tem as costas voltadas para o Atlântico, e portanto nada mais natural que a MB, caso o Brasil não possa desenvolver as soluções necessárias a ela, queira observar primeiramente o que fazem as marinhas “atlânticas” para somente depois observar o que fazem as outras… Há também as questões de logística e relacionamento, haja vista ser inevitável o compartilhamento do mar com essas outras participantes ( no que já estaríamos evoluindo para o campo da geopolítica ).

        Resumindo, a MB é uma marinha de “cultura ocidental” ( se é que é possível usar o termo ) por força não de suas escolhas, mas primeiramente por conta do cenário no qual está inserida. Logo, é natural a resistência a outras soluções desenvolvidas por marinhas que não compartilham originalmente da visão da “vastidão atlântica”, que somente ela e os países aqui inseridos é que teriam num primeiro momento.

        Enfim… Há ali uma leve mentalidade positivista, que mantém uma visão bastante focada em padrões ora adquiridos ao longo de anos de experiência… Logo, o progresso é naturalmente lento… Foi só recentemente que a MB começou a pensar fora da escola americana e britânica, adotando vasos franceses e iniciando conversações sérias com outros personagens de fora do Atlântico. Seja como for, a lógica vai prevalecer com o tempo. Mesmo porque, outras marinhas pelo mundo, cuja intenção velada de seus países de origem é a expansão, acabaram chegando a soluções muito similares as pensadas no Ocidente e estão desenvolvendo vasos alinhados aos padrões ocidentais, com tonelagens variadas. O próprio chamamento público para a classe ‘Tamandaré’ e a abertura para projetos concebidos fora do Atlântico é mostra de uma quebra de paradigma…

  8. Os grandes navios eram construidos na Ucrania, os subs e as corvetas eram construidos onde é a Russia hj, eles reativaram e modernizaram o que estava parado, o que vai incomodar é se a Ucrania começar a fabricar navios em algima parceria com os europeus por exemplo.

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