General de divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz parte para o Haiti

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Coluna de Luis Carlos Azedo

Quem pode, pode

O Ministério da Defesa resolveu avaliar melhor a situação das tropas brasileiras no Haiti e despachou para lá, no domingo, o general de divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz, comandante da 2º Divisão de Exército, com sede em São Paulo. Ele chefiou as forças de paz da ONU (Minustah) de 2007 a 2009. O Brasil tem o comando dos 7 mil homens que integram a força internacional, sendo 1.266 militares brasileiros do Exército e do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha. Os Estados Unidos, porém, despacharam 10 mil homens para o Haiti, porta-aviões, navios etc. E o presidente Barack Obama convocou reservistas para enviar mais gente. O país foi praticamente ocupado pelas tropas norte-americanas.

http://www.sangueverdeoliva.com.br/onu/images/Cronicas/03/10.jpg atual force commander da Minustah, general de brigada Floriano Peixoto, não gostou, mas terá que se conformar com a chegada de Santos Cruz. Não estava no posto no dia do terremoto, havia viajado para Miami (EUA). Se estivesse em Porto Príncipe, poderia ter morrido em ação, como outros militares brasileiros. Voltou às pressas, mas isso não vem ao caso. Na presença de um repórter do IG, após uma entrevista, Floriano chegou a reclamar por telefone do envio do ex-comandante da Minustah, a quem substituiu em junho passado.

Retrocesso

O grande problema de Floriano Peixoto é que o principal trabalho realizado pelas tropas brasileiras — desarmar as gangues, prender seus líderes e manter a ordem pública no país — quase voltou à estaca zero com a fuga de 3 mil presos. Os bandidos levaram todas as armas dos guardas e reassumiram o controle das favelas. Enquanto a Minustah faz o que pode para socorrer os sobreviventes do terremoto, prioridade imposta pela tragédia, a violência já recrudesce no Haiti.

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Reforço

Santos Cruz (foto) ganhou a confiança da ONU e dos norte-americanos porque

http://www.sangueverdeoliva.com.br/images/Babel/07.jpgfoi excelente force commander. Controlou as favelas de Porto Príncipe, principalmente Cité Soleil, e conquistou o apoio da população Haitiana. Precisa negociar com os militares americanos como as coisas funcionarão doravante.

A hegemonia militar brasileira no Haiti foi suplantada pela maciça presença norte-americana. Para manter o comando, o Brasil precisará enviar mais homens para o Haiti e, talvez, um general mais graduado.

Nota do Blog

As suposições do autor são questionáveis, principalmente no que se refere à conduta do General Floriano Peixoto e na hegemonia Americana no Haiti, os EUA não ocuparam o Haiti como a matéria leva entender.

A presença  maciça das forças Norte Americanas se deve muito mais pela sua capacidade de resposta (efetiva e contundente) comparativamente a falácia e promessas de outras nações como o Bloco europeu  e a OEA por exemplo, que nada ou quase nada tem feito.

A resposta européia vem uma semana após a catástrofe, embora a ajuda finaceira tenha sido mais expressiva( 500 milhões de euros em comparação aos 2 milhões declarados no começo da semana) a ajuda emergencial de socorrer as vítimas dos escombros e prover-lhes alimentos e segurança só tem sido garantida pelas forças norte americanas e brasileiras, além das forças da MINUSTAH que já se encontram no terreno.

Igualmente inerte, a OEA sequer se manifesta  para apoiar aquele  estado devastado e esquecido pelo resto do mundo, as declarações de Hugo Chavez, praticamente a única figura política da Amercia do sul a se manifestar são nada menos que patéticas…

Os EUA chegaram e ocuparam o aeroporto, restringiram áreas uma vez que sãos seus equipamentos militares que estão em uso, e por questões de segurança nacional devem ser preservados, o que é seu direito.

Porém sem a interferência dos EUA não seria possível pousos e decolagens uma vez que o caos em terra seria repetido no ar, com a chegada de cerca de mais 200 voos diários vindo de todas as partes do mundo. Sem a capacidade de coordenação o comando da MINSTAH seria forçado a delegar a eles esta tarefa, pelo menos até que se estabelecesse a ordem.

O que é correto é afirmar, bem como o fez a diplomacia brasileira de que os voos do Brasil tenham prioridade, o que segundo li ultimamente tem sido atendido e o problema já foi resolvido.

Embora hajam embaraços e problemas, ambos os países tem trabalhado arduamente para resolvê-los, e conforme as autoridades tem declarado estão em parceria.

A  situação lá é de caos e é normal que hajam problemas, por isso não adianta caçar bruxas, motins, saques e violações são esperados uma vez que a população está deseperada sem água e comida e tendo 200 mil mortos e 75% das construções da capital reduzidas à entulhos…  não se pode querer que os haitianos esperem sentados e comportados em fila indiana pela chegada da ajuda, que seria muito mais efetiva se houvesse colaboração mais efetiva dos demais países.

Apesar do brilhante trabalho dos EUA e Brasil, nada garante que não haverão incidentes, nem mesmo que estes não se agravem para violência extrema, pois ninguém estava ou está preparado para a gravidade do incidente.

No meu ver, o problema da presença amerciana se deve muito mais a morosidade da Nações Unidas em responder efetivamente a casos como este, pendências e birrinhas internas e entre países tem sido postas a público como por exemplo o quanto cada país tem que contribuir… reforço mais uma vez que as primeiras contribuções vieram dos EUA e Brasil, ambos 100 e 15 milhões de dólares inicialmente, quantia esta que será aumentada significativamente tanto por um quanto pelo outro segundo as suas autoridades.

Entretanto, o autor acerta na afirmação de que a presença do General Santos Cruz agrada ao comando americano, inclusive em nota a imprensa, um alto general do comando miltar do sul havia afirmado que os EUA estariam dispostos a se submeter ao comando Brasileiro desde que o General Santos Cruz fosse o comandante, isto demonstra a notoriedade que o General brasilerio alcançou devido ao seu exímio trabalho.

Mas isto quem decidirá será não o Brasil nem tão pouco os EUA, e sim a ONU, uma vez que o comando da MINUSTAH não é do Brasil de fato e sim da ONU, porém delegado ao Brasil…

Quanto ao envio do General Santos Cruz, na minha humilde opinião, foi mais do que acertada.

Por ter sido comandante ao longo dos  anos, contribuirá para um reforço moral na tropa presente no terreno. É mais um general de gabarito à a poiar as decisões no terreno, conhece muito bem a situação e as condicionantes, tem o respeito diferenciado dos seus subordinados por ser considerado um exemplo de sucesso (não que General  Floriano Peixoto não o tenha) e, acima de tudo,  tem um diferencial, seu gabarito e notoriedade internacional podem torná-lo um ponto de convergência aos demais países participantes da operação, inibindo percalços e problemas que  derivariam em atritos ou discordências diplomáticas.

Boa sorte aos comandantes… e aos homens e mulheres que se dedicam volutariamente ao serviço das Nações Unidas na MINUSTAH

E.M.Pinto

Fonte: NOTIMP

8 Comentários

  1. A ida do General Santos cruz é jogada política. Culpar o Floriano pelo fato dos presos estarem soltos é um absurdo, uma desculpa esfarrapada. Durante o período em que o Santos Cruz comandou o Haiti, não houve uma crise gravíssima como essa. É como se dissessem que se o Santos Cruz estivesse lá, não haveria terremoto. Desatrosa a decisão. Isso só enfraquece o sucesso do trabalho que o Brasil tem feito há cinco anos no Haiti e fortalece o governo Obama, que enfraquecido tenta angariar simpatia do povo americano.

  2. A ida do General Santos cruz é jogada política. Culpar o Floriano pelo fato dos presos estarem soltos é um absurdo, uma desculpa esfarrapada. Durante o período em que o Santos Cruz comandou o Haiti, não houve uma crise gravíssima como essa. É como se dissessem que se o Santos Cruz estivesse lá, não haveria terremoto. Desatrosa a decisão. Isso só enfraquece o sucesso do trabalho que o Brasil tem feito há cinco anos no Haiti e fortalece o governo Obama, que enfraquecido tenta angariar simpatia do povo americano.

  3. Faltaram ações coordenadas de gerenciamento de crise. Estimulados pela inércia catatônica do governo local em mobilizar os próprios concidadãos, vários grupos estrangeiros com o pretexto de ajudar, violaram o Estado do Haiti, mais uma vez. Honrosa excessão: os nossos militares brasileiros da Força de Paz.

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