FORNECEDORES DE TECNOLOGIA PARA AVIÃO TEMEM PERDER ESPAÇO NO MERCADO COM FUSÃO ENTRE EMBRAER E BOEING

Embraer Legacy 450. Empresa brasileira conta com o auxílio de pequenas empresas para ser gigante da aviação (Foto: Divulgação)

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Saiba o que os fornecedores da gigante da aviação pensam do acordo com a Boeing, anunciado nesta quinta-feira.

Por Andressa Basilio

A cada dez segundos, uma aeronave fabricada pela Embraer decola de algum lugar do mundo. Mais de 145 mil passageiros são transportados anualmente pelosjatos da empresa brasileira.

E essa presença pode aumentar. Nesta quinta-feira (5/7), foi anunciado um acordo entre a Embraer e a Boeing. A nova empresa terá controle majoritário dos americanos, que ficarão com 80% do negócio. Os brasileiros terão os 20% restantes.

Além de discussões sobre segurança e soberania nacionais, essa associação tem causado um misto de euforia e cautela entre as empresas que atuam como fornecedoras de peças e tecnologia para a multinacional brasileira.

O receio de muitas é que, apesar de ampliar o acesso ao mercado internacional, o acordo não leve em conta a preservação da cadeia de fornecedores nacionais.

Ou seja, as empresas brasileiras poderiam perder espaço para a concorrência internacional. Muitas delas, entretanto, veem na fusão uma oportunidade de alcançar o mercado global.

Isso porque, para ser fornecedor da Embraer, as companhias do setor aeroespacial precisam atender a todos os requisitos internacionais de certificação, tornando-as aptas a atuar em qualquer mercado do mundo.

Uma vez na lista de fornecedores, as empresas devem passar por cursos de aperfeiçoamento constantes.

O principal método de capacitação é o PDCA (Programa de Desenvolvimento da Cadeia Aeronáutica), apoiado pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e realizado pela Fundação Dom Cabral. “O PDCA é importante para que as empresas apliquem as melhores práticas de gestão”, afirma Miguel Nery, da ABDI. Confira ao lado algumas das empresas que passaram por todos os testes e capacitações até se tornarem parceiras da gigante aeroespacial.

Conheça alguns dos principais fornecedores da Embraer

Globo Usinagem
Fundada em 1985 por Gilberto de Oliveira, 56 anos, Mauro Ferreira, 58, e Antônio Chavatte, 60, a empresa entrou para a lista de fornecedores de tornos e peças da Embraer em 1987.

Hoje, as 600 mil peças vendidas para a multinacional por ano representam 80% do faturamento da empresa, que tem mais de 300 colaboradores. Segundo o diretor de operações, Wellington Martins, ter a Embraer como cliente faz com que a Globo Usinagem se mantenha competitiva. “A companhia nos ajuda a alinhar teoria e prática”, diz.

Akaer Engenharia
A empresa especializada em soluções tecnológicas criada em 1992, em São José dos Campos, (SP), pertence ao fundador e ex-funcionário da Embraer César Augusto Teixeira, 66, e à companhia sueca de defesa militar e segurança civil Saab.

A relação com a Embraer começou em 1993. Hoje, a Akaer Engenharia é responsável por mais de 50% dos segmentos estruturais dos modelos Super Tucano (militar) e E-Jets (de passageiros), e contabiliza 3,5 milhões de horas dedicadas à Embraer.

UFT Usinagem
Fundada em 1991 pelos irmãos Eduardo Tonini, 48, e Edvaldo Tonini, 52, a empresa instalada em Várzea Paulista (SP) tem cerca de cem funcionários e é especializada na fabricação de peças para os setores de aviação, aeroespacial, autopeças, cosméticos e linha branca.

Após adequações de segurança e capacitação pelo PDCA, a empresa passou a fornecer para a Embraer, em 2006. Para Eduardo, a união com a Boeing pode ajudar o mercado, desde que um bom contrato assegure a produção nacional.

Usimaza
A partir de um processo da Embraer para o desenvolvimento de novos fornecedores, os sócios Amauri Silva, 53, Carlos Henrique Zamae, 34, e Milton Maximiano Costa, 66, decidiram fundar a Usimaza, em 2007, na cidade de Jacareí (SP).

Em 2012, a empresa, que tem 76 funcionários, integrou o PDCA e viu seus números avançarem. “Nosso crescimento em termos de volume de negócios foi de aproximadamente 15% ao ano desde 2012”, diz Silva.

Lanmar
Especializada na fabricação de itens usinados de alta complexidade e corte de componentes por jato d’água, a empresa foi fundada em 1973 pelos sócios Porfirio Marcolino, 66 anos, Joel Landgraf, 66, Jorge Landgraf, 68, e Gonçalo Galvão, 71.

As vendas para a Embraer são responsáveis por 65% do faturamento da Lanmar. “A multinacional brasileira dá o direcionamento nos processos e ajuda a melhorar nossa performance”, diz Marcolino.

 

Fonte: PEGN

19 Comentários

  1. É o que eu digo: quem sair perdendo pode ir pedir emprego la na trilogia… eles foram os que mais bateram palmas… então eles devem se responsabilizar pelas perdas que certamente teremos

    Podem ir la

    eu mesmo vou dar essa ideia a quem sair prejudicado!

    Vergonha… daqui a 20 anos ou mais saberemos realmente a quem esse “Governo” atual do Brasil serve… os reais motivos do impeachment… e oq levou a esse estado de coisas que estamos presenciando….

    Veremos

    • Não fale bobagem…na época da privatização foi esse mesmo mimimi veja no que se tornou a Embraer, essa fusão vai gerar várias oportunidades as empresas brasileiras…

      • Bobagem, Com a Petrobras parcialmente privatizada hoje pagamos o combustível em dólares e empregados e consumidores ganham em reais, uma empresa que foi criada para criar independência do petróleo estrangeiro e alavancar o crescimento brasileiro hoje serve só para engordar os bolsos dos acionista principalmente estrangeiros, a mesma coisa acontece com a eletricidade.

    • Essas insinuações acerca do impeachment apenas revelam desconhecimento do Estado Democrático de Direito e, principalmente, inconformismo com o funcionamento do mesmo.

      Ah! já que se falou em impeachment não custa lembrar que o governo “nacionalista” apeado do poder por tal instrumento, inconformado pelo fato da EMBRAER não ter recebido um burocrata russo, não apenas ameaçou retirar a linha de crédito do BNDES que permite a empresa exportar seus aviões como também insinuou que iria apoiar a criação de uma concorrente nacional pela notória empreiteira enrolada na Lavajato

  2. Porque não estou surpreso com essa noticia.
    Já falei e outros falaram a Boeing veio para tirar do mercado uma futura concorrente e só.
    Em breve o caça sueco cai, e vamos de f-18 doados assim como tantas outras quinquilharias que nos vem sendo doadas para nos fazer pensar que somos felizes.

    Sds

    • brazileiros não precisam ser felizes…Basta que alguém lhes prometa isso…Isso os satisfaz…Completamente…

  3. SAAB levou o FX2. O América First não gostou e trabalhou por uma compensação junto ao fantoche palaciano e somente levará a “EMBRAERA,” 70% do pré-sal com a política de preços do combustível dolarizada vinculada ao preço do barril no mercado internacional, mais 10bi de indenização, Alcântara por 14 milhões ao ano que não poderam ser investidos nem em tecnologia nem em defesa, a malha de oleodutos, o fim do conteúdo Nacional, uma gorda fatia da Eletrobrás, o satélite Nacional, liberdade para adquirir terras e usar o quanto de veneno quiser, parte da estrutura aeroportuária, a casa da moeda e soberania judicial sobre o brazil. Era melhor ter armado os Super Tucanos com A-Darter combinado com R-99, aomenos sobraria alguma coisa soberana para defender, mesmo pm desempenho limitado.

  4. A Boeing tem capacidade de projetar e construir aviões na faixa de 70 a 130 lugares com o pé nas costas. Se a Boeing resolve criar uma linha(70a130) do zero é mais um concorrente de peso pra EMBRAER além da Airbus/Bombardier. Porém é mais rápido, barato e traz menos transtornos se associar a um fabricante nessa categoria. Além disso dizem que eles estão com falta de pessoal, meio que aposentando mais que começando, outro problema que abre caminho para engenheiros nacionais em projetos mais sofisticados. Disseram também que não estão dando conta das encomendas que eles tem lá, os fornecedores daqui poderiam se beneficiar dessa demanda. Não gosto de ver uma empresa nacional sendo vendida, mas, no caso da EMBRAER aviação comercial pode não ter saída. Nesses tempos de embargos uma associação com a Boeing pode nos evitar problemas com o Trump, na terra onde a EMBRAER vende mais. Outra vantagem da Boeing são dezenas de bilhões de dólares investidos por ano na empresa, em pesquisa, pelo governo americano de 1939 pra cá de, 79 anos, um know how que os engenheiros da EMBRAER vão conhecer em parte e que para o Brasil atingir levará nem sei quanto. Será que vai ser bom?

    • Quero ver vc conseguir abrir a mente de um deturpado ideológico antiamericanista infantil para uma conclusão tão óbvia como a que vc nos desvelou, caríssimo… saudações…

  5. Estou indignado, vejo o Brasil voltar no tempo. Muitos que hoje aplaudem os atos absurdos deste desgovernado que está no poder, amanhã, muito em breve estarão escondidos, não por vergonha, mas por serem cúmplices.

    • O que o governo tem a ver com a junção da EMBRAER e a BOEING ???… se tentar impedir estará condenando a EMBRAER a uma provável falência se os chineses entrarem na competição direta com os produtos nacionais… é questão estratégica para nosotros essa associação… o difícil é entenderem isso do modo correto e não a deturpação infantil que vem fazendo sobre o tema…

  6. Exato,pode ter certeza.uma empresa americana jamais vai dar prioridade para um fornecedor brasileiro.com muita sorte uma empresa estrangeira compra estes fornecedores, assim o Desgoverno vai ao delírio com a sua eficiente política de só pensar no bem dos estrangeiros!!!!

  7. Argumentos fracos.
    1 “O governo atual foi eleito na mesma chapa do anterior e saquearam o estado juntos”. farinha do mesmo saco. E todos governos civis a partir de 1985 são traidores e corruptos sem exceção. Eu não acredito em políticos e gostaria que o governo militar iniciado em 1964 estivesse no poder até os dias atuais. Já seriamos uma potência, saímos da 40ª posição em 1964 para a 8ª posição em 1984. Depois que o sarney entrou pra cá caímos pra 10° posição e continuamos em decadência.
    2 “Uma empresa americana não dá ou dará prioridade a um fornecedor brasileiro”, isso não é verdade para a EMBRAER, ela é um fornecedor brasileiro de aeronaves e vende a maior parte de seus produtos para empresas aéreas americanas. Nesse caso a prioridade dessas empresas é comprar a máquina mais eficiente que garanta a maior margem de lucro, a prioridade das empresas não é ideológica, se fosse comprariam do Canadá o aliado da OTAN com produtos na mesma faixa. Para os fornecedores brasileiros terem chance de vender para empresas americanas (e outras), as condições de empreender no Brasil devem ser no mínimo iguais às dos países concorrentes, menos impostos, energia barata, transportes competitivos, desburocratização e menos entraves trabalhistas basicamente.

    • BRAVO !!!… mas creio que vc está malhando em ferro frio… a tacanheza ideológica no “Brésil” é tamanha que fica difícil sequer mensurar as bases racionais em que eles processam situações como essa que vc demonstrou cabalmente estarem dentro de uma lógica de mercado que não contempla falácias ideológico-partidárias e sim uma política de sobrevivência clara e inequívoca… mas creio que “eles” topassem manter a EMBRAER cativa, mesmo dando despesa, no negativo, desde que a custa do erário público como acontece hoje com as estatais que, GRAÇAS A DEUS, irão para a iniciativa privada, na marra… e o choro dos equivocados é livre…

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